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Tesouro da Sé de Viseu Reabriu ao Público Dez Anos Depois
2002-07-25 08:46:43

O "Tesouro - Museu de Arte Sacra" de Viseu reabriu anteontem ao público, depois de uma década em que esteve encerrado para obras, numa reabilitação que teve um orçamento de um milhão de euros (200 mil contos). Na cerimónia de reabertura do núcleo museológico da Sé Catedral, criado a 21 de Janeiro de 1932, o Bispo de Viseu, D. António Monteiro, lembrou que quando chegou à diocese, há 15 anos, o aspecto do claustro era confrangedor: "Chovia, as telhas quase não existiam, estava tudo a desabar."

As obras de restauro, sob a responsabilidade da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, serviram para readaptar as vitrinas, valorizar imagens e objectos, que foram seleccionados "pela sua qualidade e afectividade" e transformar o museu no sentido pedagógico, isto é, para que os visitantes, nomeadamente estudantes, possam "aprender a catequese", esclareceu a historiadora Natália Correia Guedes.

O tesouro do Cabido da Sé Catedral, um dos mais antigos de Portugal, uma vez que tem uma peça datada do século XI, divide-se em quatro núcleos: a primeira sala onde está o coro; a sala capitular, coberta a azulejos do século XVIII, com assuntos profanos e religiosos; a sala dos paramentos, cujo destaque vai para um exemplar do século XV, bordado a ouro; e a sala do tesouro propriamente dito, que está guardado com poderosas grades. Entre as peças mais ricas do tesouro da Sé incluem-se dois cofres medievais de Limoges, que segundo Natália Correia Guedes, "talvez existam mais dois ou três no país", e um busto oferecido ao bispo de Viseu no século XI, que no inventário vinha indicado como sendo de "latão martelado", mas que afinal se descobriu que é de prata. Além destas peças destacam-se ainda a Custódia Gótica, datada de 1533; o Cristo do Cabido - um crucifixo de 1783, que durante dezenas de anos esteve arrecadado; um Menino Jesus do escultor Machado de Castro; o "Evangeliário" do século XII, com capa de prata lavrada, e o Expositor do Santíssimo Sacramento do século XVIII.

Concluída a requalificação da Sé - serão recuperados ainda os altares, talhas, pinturas, o tecto da capela-mor, entre outros trabalhos - e com as obras a decorrerem no Paço dos Três Escalões (actual Museu Grão Vasco), o Deão do Cabido, o cónego Sílvio Duarte Henriques, considera que está quase concluída a reabilitação do centro histórico de Viseu, para isso, falta apenas que "também sejam feitas obras na Casa Paroquial" .


Fonte Público

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