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Paróquias laicais
2002-07-23 21:43:53

Apesar de já implantados em Portugal, em alguns casos há dezenas de anos, os casais de leigos responsáveis por acompanhar comunidades católicas são uma realidade ainda pouco conhecida.


Na diocese de Coimbra existe um caso com 20 anos de colaboração. O pároco de Coja, Benfeita, Cerdeira, Cepos, Folques e Teixeira, em declarações à Agência ECCLESIA, reconheceu que “era impossível dar assistência religiosa conveniente a 6 paróquias”. Conta, por isso, com a ajuda de um casal de leigos que tem por missão coordenar toda a vida de duas dessas paróquias: Teixeira e Cepos.
O Pe. António Dinis ressalva que continua a ser o pároco. No entanto, apenas ali se desloca para “renovar o sacrário, para celebrar a eucaristia - quando as ocupações de outras paróquias assim o permitem – ou para o sacramento da Confissão”. Cabe depois ao casal de leigos “fazer as celebrações do domingo, sem sacerdote, presidir a funerais, dirigir as catequeses e outro trabalho apostólico necessário”.
As mesmas tarefas tem também um casal de leigos da diocese do Algarve. Albino Martins e a sua esposa percorrem vários dos 40 lugares da paróquia do Cachopo, a 3ª maior freguesia do Algarve. Uma missão abraçada há 12 anos, após o desafio do Bispo, “perante um clero demasiado idoso e reduzido que não conseguia responder às solicitações do interior”.
A preparação para assumir estas funções passou, neste caso, por “iniciar o curso promovido pela diocese no Centro de Estudo e Formação de Leigos”. Mas, Albino Martins realçou que “a preparação é contínua”. Em Coimbra, por exemplo, o Pe. António Dinis explicou que o casal “tem livros próprios que o ajuda a preparar as homilias ou explicação da Palavra de Deus”.
Este é um exemplo de um papel que muitos não estavam habituados a ver um leigo desempenhar. “Ao fim de 55 anos com o mesmo pároco (...) é natural que ao princípio houvesse alguma desconfiança”, reconheceu Albino Matrins. O mesmo se passou em Teixeira e Cepos, onde, segundo o Pe. António Dinis, “as primeiras vezes as pessoas estavam um pouco de pé atrás, na expectativa”.
Hoje, garantiu, “está tudo perfeitamente ambientado”. Uma afirmação corroborada pelo algarvio Albino Martins que frisou: “Não fomos substituir pessoas, fomos ajudá-los, servi-los”.
O Pe. António Dinis salienta que “até aqui havia uma igreja muito clerical onde o pároco ‘é que sabia tudo’. Os leigos terão de assumir as suas obrigações”. Reconhecendo que esta é também “humanamente a resposta à falta de vocações sacerdotais”, conclui que “Deus escreve direito por linhas tortas”.


Fonte Ecclesia

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