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Bispos espanhóis contra o movimento Nós Somos Igreja
2002-07-17 23:55:54

O movimento Nós Somos Igreja, presente em vários países do mundo, incluindo Portugal, foi colocado à margem da Igreja pela hierarquia católica de Espanha depois de defender a abertura de um "processo conciliar". O motivo invocado, numa nota da Conferência Episcopal Espanhola, emitida recentemente, prende-se com "afirmações e reivindicações que se afastam claramente dos ensinamentos da Igreja Católica e ferem a comunhão eclesial".



Os detractores da decisão falam já em anátema, mas a hieraquia lembra que Nós Somos Igreja, "apesar do nome que adoptou, não é um grupo eclesial, não recebeu aprovação alguma e não tem reconhecimento canónico".

Há também quem diga que a Igreja Católica não via com bons olhos a crescente presença do movimento nos media e na Internet. Por esse presumível motivo, Juan José Tamayo, secretário-geral da Associação de Teólogos João XXIII, considerou estarmos em presença de "um ataque de ciúmes" e da "total ausência de argumentos".

Defender os direitos humanos e trabalhar em prol da paridade (mulher-homem, celibatário-casado, sacerdote-laico) são dois dos principais objectivos do movimento, que nasceu na Áustria em 1995 para denunciar o alegado comportamento autoritário dos bispos austríacos e do Vaticano, numa altura em que a hierarquia católica naquele país estava bastante melindrada por via dos escândalos sexuais que motivaram o afastamento do então arcebispo de Viena.

Actualmente, esta corrente garante ter quatro milhões de seguidores espalhados pelo mundo, 20 mil dos quais em Espanha, onde chegou em 1995 pela mão do teólogo Hans Küng. Uma das iniciativas mais recentes do movimento consiste na recolha de assinaturas na Internet (em Espanha já serão cerca de 25 mil) visando pedir a realização de um novo concílio.

Para além disso, Nós Somos Igreja programou para Setembro, na Universidade Carlos III, em Madrid, um Encontro Internacional para a Renovação da Igreja Católica.

Lamentando a "atitude autoritária" do Vaticano, o movimento, no seu site, explica que "outra Igreja é possível", através do estabelecimento de "novas pontes de diálogo" entre a hierarquia e a sociedade civil.

Respondendo à nota da conferência episcopal, a corrente garante que "o que atenta contra a comunhão eclesial é a rigidez com que alguns bispos enfrentam as críticas e a dissidência. No nosso entender, uma posição mais adequada passaria por ver nos pedidos de renovação a necessidade que a sociedade e os católicos têm de que a Igreja se actualize para responder melhor aos desafios do mundo de hoje".


Fonte DN

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