paroquias.org
 

Notícias






Vaticano Nomeia Tettamanzi Arcebispo de Milão
2002-07-13 10:35:25

O cardeal Dionigi Tettamanzi foi ontem nomeado oficialmente pelo Vaticano para arcebispo de Milão, a maior diocese do mundo, com cerca de cinco milhões de católicos. Tettamanzi sucede, no cargo, ao cardeal Carlo Maria Martini, que ocupava a cátedra de Milão desde 1979 e que este ano pediu ao Papa a resignação, por ter atingido os 75 anos.


Com 68 anos, Tettamanzi era arcebispo de Génova desde 1995. Durante a cimeira do G-8 que teve lugar nessa cidade, em Julho de 2001, encorajou a aproximação entre os jovens católicos e os contestatários da globalização. Com esta posição atingiu notoriedade internacional e provocou diversas críticas em certos meios políticos de Itália.

O novo arcebispo de Milão estudou em duas das mais prestigiadas instituições universitárias da Igreja Católica: a Faculdade de Teologia de Venegono, na Lombardia, e a Universidade Pontifícia Gregoriana, de Roma. Foi jornalista, é um teólogo reconhecido, perito em questões políticas e autor de livros sobre questões morais actuais, abordando temas como a família, o amor, o casamento, a sexualidade e a bioética. Desempenhou os cargos de secretário e, depois, presidente da Conferência Episcopal Italiana. Milanês de origem, retorna agora à sua diocese, onde foi ordenado padre em 1957, pelo cardeal Giovani Montini, então arcebispo de Milão e futuro Papa Paulo VI. Foi nomeado arcebispo de Ancona, diocese do centro-leste italiano, pelo Papa João Paulo II, em 1989, tendo sido ordenado bispo por Carlo Maria Martini, na catedral de Milão.

Tettamanzi é considerado um moderado, entre as tendências mais progressistas e conservadoras no interior da Igreja Católica. Tendo em conta estas características, o seu percurso e a proximidade com o cardeal Giovanni Battista Re, antigo substituto da secretaria de Estado do Vaticano e actual ministro do Papa para o Bispos, Tettamanzi perfila-se, entre os cardeais italianos, como um dos mais destacados candidatos a sucessor de João Paulo II.

Carlo Maria Martini, também ele considerado um dos "papabile" de envergadura, decidiu instalar-se em Jerusalém para retomar os seus estudos bíblicos, que abandonou há 23 anos, quando deixou de ser reitor da Universidade Gregoriana, para se tornar arcebispo de Milão.

O agora arcebispo emérito de Milão, que já era famoso pela sua investigação e publicações no campo bíblico, notabilizou-se ainda mais pelo trabalho pastoral desenvolvido na arquidiocese de Milão. Martini conseguiu estabelecer pontes com sectores da cultura e com intelectuais distantes da Igreja, tendo mesmo publicado um livro-diálogo sobre a fé, com Umberto Eco. Recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias em 2000 e algumas das suas obras estão publicadas em português (Edições Paulinas).

Fonte Público

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia