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Papa Contra a "Cultura da Morte"
2000-12-26 23:29:33

O Papa elegeu como tema para a sua homilia do Natal a condenação da "cultura da morte", isto é, dos que defendem o aborto e dos que no Médio Oriente ou na Indonésia acirram as lutas de religião. Em Lisboa, o patriarca preferiu chamar a atenção para o "drama do desenraizamento cultural e familiar" que vitima os imigrantes.



Apesar de extremamente fatigado, o Papa João Paulo II proferiu ontem no Vaticano a sua mensagem natalícia em 59 diferentes línguas: "Senhor Jesus, tu que nasceste por nós em Belém, para que se respeitasse a dignidade de cada um, especialmente dos pequenos e dos fracos, pedimos-te para que se ponha fim a todas as formas de violência, às guerras, à opressão e aos atentados à vida [humana]."

O Papa realçou, na homilia, a "inquietação" que lhe provoca a situação de tensão que se vive "na Terra Santa, onde a violência continua a ensanguentar o laborioso caminho da paz". A ela associou a "preocupação" que sente pelo se passa em "diferentes países", designadamente a Indonésia, "onde os nossos irmãos de fé" - disse - "vivem horas dramáticas de dor e sofrimento, neste dia de Natal" (ver pág. 15 e 16).

Mas o tema forte da mensagem papal dirigida à cidade e ao mundo ("urbi et orbi") foi a "tentação do homem em considerar-se árbitro da vida". João Paulo II reafirmou a sua condenação de todas as formas de aborto e também de eutanásia, englobando-as na designação genérica de "cultura da morte": "Não podemos deixar hoje de nos recordar nas trevas de morte que ameaçam a vida do homem em cada uma das [suas] etapas, em especial as que a atingem no seu primeiro começo e no seu declínio natural."

"Nós estamos" - disse o Papa - "diante de sintomas alarmantes da 'cultura da morte', que constituem uma séria ameaça para o futuro." Criticou, por isso, "a tentação [dos homens] em fazer-se dono da morte, procurando-a por antecipação".

Em contraponto a esta condenação, enalteceu os que lutam pelos direitos humanos, pela "solidariedade entre os povos de culturas diferentes, para que seja perdoada a dívida dos países mais pobres, para que se chegue a acordos de paz honrosos entre os países envolvidos em conflitos ruinosos".

Natal no mundo
Na maioria dos países, sobretudo de história cristã, a festa do Natal reafirmou o seu cunho de pacífica reunião de família. Na China, a celebração da quadra teve uma grande participação de fiéis, quer nas igrejas da corrente oficial, submetida à autoridade de Estado, quer nas ditas clandestinas, que só reconhecem a autoridade do Vaticano, indicando a crescente implantação da religião católica neste país.

No México, a tradicional vigília foi perturbada pelo receio de erupções do vulcão Popocatepetl, que fica a 60km da capital, o que levou já à evacuação de 40 mil pessoas das povoações mais em perigo (ver pág. 36).

Na África do Sul, o ex-presidente Nelson Mandela, acompanhado pela sua mulher, Graça, quis conservar a tradição e deu uma grande festa para cinco mil crianças na sua casa de Qunu, na província do Cabo. Para nela participar e receber os presentes do Pai Natal, centenas de meninos caminharam quilómetros, de pé descalço, para estarem presentes na vigília natalícia.


Fonte Público

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