paroquias.org
 

Notícias






Igreja Pede Regularização Urgente dos Imigrantes Que Vivem em Portugal
2002-07-03 13:48:36

Sete organizações católicas que trabalham na área da imigração - entre as quais duas directamente dependentes da Conferência Episcopal - manifestaram o desejo de que seja encontrada "uma solução urgente, humana e socialmente ponderada para 'regularizar' e integrar as dezenas de milhar de cidadãos estrangeiros" que vivem e trabalham já em Portugal.


Esta afirmação, se não pede a abertura formal de um processo de regularização extraordinária de imigrantes, pede, pelo menos, "uma norma transitória que facilite a integração destas pessoas", conforme disse ao PÚBLICO Rosário Farmhouse, coordenadora do JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados), uma das organizações signatárias do documento ontem enviado ao Governo. Até porque os imigrantes, como diz o texto, "já se encontram integrados na sociedade portuguesa, da qual conhecem a língua, costumes e recebem estima através da população, colectividades e autarquias".

No texto, divulgado ontem ao fim da tarde, as sete organizações criticam o Estado e as intenções do actual Governo para esta área: "Não admitir regularizar os imigrantes é, mais uma vez, penalizar o mais pequeno (o trabalhador) que se encontra no elo mais baixo da cadeia social e continuar a deixar impunes os grandes (as grandes empresas) que, por cumplicidade e inércia do Estado, contornam a lei e a justiça provocando ilegalidade no mercado de trabalho."

O peso das instituições que assinam o documento não deixa margem para dúvidas: a Cáritas Portuguesa e a Obra Católica Portuguesa de Migrações são directamente dependentes da Conferência Episcopal Portuguesa; o JRS recebeu, há duas semanas, a visita do Presidente da República, que quis celebrar o Dia Mundial do Refugiado a ouvir histórias de imigrantes e refugiados. Além destas, assinam ainda a carta as capelanias dos imigrantes Africanos e Ucranianos e Europeus de Leste, o Centro Padre Alves Correia e a Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos, todos eles com experiências concretas de apoio a imigrantes.

No documento, as sete organizações signatárias criticam ainda o facto de o Estado ser "lentíssimo no legalizar", prometendo agora o Governo "ser rápido no expulsar", numa referência às anunciadas intenções do Governo de mandar embora todas as pessoas que não estejam legalizadas.

O documento assume mais importância num momento em que o novo alto comissário para as Minorias Étnicas e Imigração se prepara para tomar posse: o Governo escolheu o padre jesuíta António Vaz Pinto para coordenar a acção governativa numa das áreas sociais que se tem imposto nos últimos meses como prioritária.

Fonte Público

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia