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Religiões Temem Fim de Um dos Canais da RTP
2002-06-26 00:03:44

O eventual fim de um dos canais da RTP está a preocupar as confissões religiosas que temem o desaparecimento do seu programa, A Fé dos Homens, actualmente transmitido no segundo canal público.

O receio foi expresso ontem pelo secretário da Comissão do Tempo de Emissão das Confissões Religiosas, Mário Marques, que apesar de não falar em nome desta entidade, sublinhou a importância deste programa de 30 minutos na RTP. O orador falava durante a III Jornada de Ciência das Religiões, dedicada à relação entre a religião e os "media" e cujo primeiro painel discutiu o serviço público de televisão e as religiões.

"Como é que só um canal será suficiente para as confissões religiosas que nem sequer têm um espaço muito alargado? ", questionou Mário Marques, membro da comunidade Baha'i, lembrando que a lei, aprovada na Assembleia da República por unanimidade, lhes dá direito a um programa diário de duas horas no serviço público de televisão. "Concordámos com os 30 minutos, mas podemos exigir as duas horas tal como está na lei", afirmou Mário Marques, durante a jornada que decorreu ontem, na Universidade Lusófona, em Lisboa. Desde que o programa está no ar, há cinco anos, foram várias as tentativas para diminuir ou acabar com este espaço religioso. Em Maio, a RTP quis suspender o programa por falta de financiamento e denunciou o contrato assinado com os representantes das confissões religiosas. O Governo interveio e pediu à RTP para continuar a emitir o programa por mais 60 dias, prolongando a data do contrato. O prazo termina em meados de Julho e a situação encontra-se num impasse, dada a crise na administração da RTP.

Mais do que discutir a simples presença das religiões na RTP, frei Bento Domingues, cronista do PÚBLICO, outro dos oradores convidados para o painel, defendeu que o debate deveria centrar-se no que é que as religiões devem exigir da qualidade do serviço público. Para o frade dominicano, a resposta é simples: o serviço público "não deve ser confiscado por interesses privados, mas respeitar o público e primar pela qualidade dos seus programas". Por outro lado, deve-se questionar "como é feita a informação e exigir uma competência aos jornalistas para tratar o fenómeno religioso". É que, para frei Bento Domingues, o tratamento da religião não deve estar confinado a um "nicho" como o programa A Fé dos Homens. "Um bom serviço público deve estar atento a muitos factores do património religioso, à vida actual das religiões", defendeu. S.R.

Fonte Público

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