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A religião e os media
2002-06-25 23:31:07

A Religião e os Média foram duas realidades em análise pelas Terceiras Jornadas de Ciências das Religiões. A Universidade Lusófona quis assim associar-se à reflexão sobre o que deve ser um serviço público de televisão. Para os participantes, a componente religiosa é essencial para qualquer serviço público que queira servir a sua audiência com seriedade.

A iniciativa partiu do Centro de Estudos em Ciências das Religiões da Universidade Lusófona e as atenções foram para os Meios de Comunicação Social e para a forma como estes lidam com o fenómeno religioso. Frei Bento Domingues, professor desta instituição de Ensino Superior defendeu, ao intervir num dos painéis, que não basta ceder espaços de grelha às religiões, importa que os critérios editoriais da informação não ignorem a dimensão espiritual dos homens. Este dominicano sublinhou a importância da presença das religiões na grelha de programas: tal é um direito e uma necessidade. Porém, acrescentou que cabe também às religiões estarem atentas ao que é divulgado pelos meios de comunicação e ajudá-los a interpretar a realidade dos homens à luz dos valores que defendem e promovem. Frei Bento acrescentou que, por vezes, os responsáveis das Igrejas contentam-se com a obtenção de nichos na programação, revelando depois pouco interesse em assumir um papel interventivo acerca da qualidade do serviço prestado pelos média.

Para os organizadores destas Jornadas seria inconcebível um serviço público que não acolhesse a dimensão religiosa. Dimas de Almeida, um dos organizadores das Jornadas, qualificou de grave a situação de um país que não respeitasse a dimensão espiritual dos seus cidadãos. Essa falta de respeito não é apenas a perseguição religiosa, mas, principalmente a indiferença que leva ao esquecimento e à relativização.

Uma concretização da presença das religiões no serviço público de televisão é o programa “A Fé dos Homens”, que resulta da Lei de Liberdade religiosa. Mário Mota Marques, Secretário da Comissão do Tempo de Emissão das Confissões Religiosas (CTECR) foi também convidado para o debate e aproveitou para manifestar reticências quanto à possibilidade do governo encerrar o segundo canal. Mário Mota lembra que a Lei consagra um espaço de até duas horas diárias para as confissões religiosas, o que seria difícil de satisfazer com um único canal generalista. O Secretário da CTECR sublinhou ainda que a presença das Confissões Religiosas no serviço público não se esgota na RTP, mas compete também à RDP, algo que ainda não passou do papel mas que as confissões religiosas não esquecem.

Na sua intervenção, Mário Mota Marques elogiou a experiência deste programa de televisão, obviamente pelo serviço que presta ao público em geral, mas também por ter constituído um passo significativo no diálogo inter-religioso e um factor de conhecimento e aproximação entre aqueles que até há bem pouco se olhavam com desconfiança.


Fonte Ecclesia

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