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Missionários Espiritanos Apostam no Voluntariado
2002-06-08 11:07:54

Os Missionários do Espírito Santo estão a apostar no voluntariado de leigos que querem ir para as missões trabalhar durante períodos de um ano ou dois. Esta "nova realidade" permite que as missões católicas contem com mais trabalho especializado, sobretudo nas áreas do ensino e da saúde, e que os leigos também se "co-responsabilizem" pela actividade missionária, diz ao PÚBLICO o padre Eduardo Miranda, responsável dos missionários espiritanos em Portugal.



A opção pelo voluntariado missionário pode ainda ajudar a colmatar a quebra de vocações para padres que se regista em zonas do mundo como a Europa. Esta forma de missão, diz Eduardo Miranda, é mesmo, actualmente, a "mais importante forma de cooperação" portuguesa com os países lusófonos.

O voluntariado não anula o apelo a que haja vocações para missionários "para toda a vida", mas é um dos novos dinamismos que os espiritanos - que estão a comemorar os 300 anos da sua fundação - pretendem intensificar. Esta é, aliás, uma opção comum a vários institutos religiosos portugueses: um curso de formação atinge, neste momento, perto de 30 pessoas, três das quais ligadas aos espiritanos (que já têm mais seis pessoas a trabalhar em missões em Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau).

A comemoração dos 300 anos começa este fim-de-semana, com a realização do colóquio "A missão num mundo incerto", no Seminário da Torre d'Aguilha, em Carcavelos (Cascais). O tema justifica-se porque a missão exige "um olhar lúcido". Perceber a realidade do povo que se pretende evangelizar e "pôr de lado a arrogância cultural" são exigências importantes, diz o padre Miranda, de 51 anos, provincial português desde 1994.

Ontem à noite, o ex-Presidente da República Mário Soares abriu o colóquio falando sobre as incertezas do mundo contemporâneo. Hoje, o patriarca de Lisboa responde à pergunta "Que missão para a Europa?". Nos debates, que se prolongam até amanhã, participam ainda o superior-geral dos Missionários do Espírito Santo, padre Pierre Schouver, o bispo brasileiro Sérgio Castriani, de Tefé, na Amazónia, além de mais dois padres com experiências na América Latina e em África: Domingos Rocha e Jerónimo Cahinga.

A caminho da Ásia
Falta a Ásia, continente que os espiritanos querem incluir cada vez mais no seu horizonte de acção. Neste momento, a congregação está presente no Paquistão (desde 1982), nas Filipinas e em Taiwan (desde 1998). "A Ásia é o continente do futuro, o mais populoso e, como missionários, devemos estar preparados." A abertura política pode ser um factor que leve mais missionários católicos - incluindo espiritanos - àquele continente.

Também na Europa esta congregação missionária católica está a repensar a sua estratégia: os imigrantes e a juventude são dois campos com exigências concretas que os espiritanos continuam a privilegiar. Em Lisboa, o Centro Padre Alves Correia é, desde há anos, uma importante estrutura de apoio a imigrantes e refugiados. Mas Eduardo Miranda lembra que o mais importante é que os países do Norte tenham "um olhar diferente" sobre o Sul.

Amanhã, na parte final do colóquio, será ainda apresentado o primeiro número da revista "Missão Espiritana", uma publicação que pretende debater os problemas missionários em língua portuguesa, já que é assumida pelo conjunto das circunscrições missionárias de Angola, Brasil, Cabo Verde e Portugal. Esta é uma forma de exprimir a "universalidade da missão" na diversidade étnica de "rostos africanos, latino-americanos e americanos, europeus e asiáticos", como escreve Eduardo Miranda, provincial (responsável máximo) dos espiritanos em Portugal.

A publicação da revista é mais uma das iniciativas com que esta congregação missionária assinala os 300 anos da fundação. No mesmo lugar onde decorre o colóquio - Seminário da Torre d'Aguilha, em Carcavelos - ficará, a partir de hoje, uma exposição de peças artísticas e artesanato dos diversos lugares onde a congregação está presente. "Alarga o espaço da tua tenda" é o título da mostra, em exposição até Outubro ou Novembro.

Em 2004, Portugal acolhe a realização do capítulo geral, a assembleia máxima decisória da congregação.

Fonte Público

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