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Carta dos bispos sobre educação analisada por Marçal Grilo
2002-05-16 21:43:01

A forma positiva como trata os professores, o facto de colocar a pessoa do aluno na centralidade de todo o processo educativo e o desafio à uniformização versus diversidade, foram três aspectos positivos da Carta dos bispos portugueses: “EDUCAÇÃO: Direito e dever - missão nobre ao serviço de todos”, segundo o ex-ministro da educação, Marçal Grilo.
Durante um encontro com os responsáveis diocesanos de Educação Moral e Religiosa Católica, esta Quarta-feira, em Fátima, Marçal Grilo fez uma leitura, enquanto leigo com experiência na área da educação, da referida Carta Pastoral.


“Os professores devem ser um papel de referência sobretudo a nível moral, social e cívico”, defendeu, acrescentando que “o nosso país conhece mal os professores que têm”, até porque habitualmente “os conhece sobretudo pelos meios de comunicação social”.
Referindo-se à televisão como um fenómeno de deseducação, por um lado e um veículo de informação, por outro, o conferencista referiu que ela “contraria os valores que nós defendemos”. Também a educação para os afectos mereceu destaque durante a intervenção, Marçal Grilo defendeu que esta se deve iniciar na família, devendo a escola colaborar nesta educação, mas não ser a protagonista deste processo e em educação, “mais do que ensinar valores, importa praticar valores”.
“O desafio de hoje é a “uniformização versus diversidade” e a Carta Pastoral, segundo Marçal Grilo, defende esta ideia ao afirmar que o centro de todo o processo educativo é o educando. “não há um sistema educativo único uniforme. As escolas têm características e problemas concretos que dependem, sobretudo, de quem as frequenta e da sua integração na sociedade”. Indo mais longe, defendeu que “o modelo é não haver modelo, porque em educação o Estado deve ser regulador do sistema premiando o mérito”.
Uma liderança forte, estabilidade do corpo docente e um projecto educativo conforme as necessidades do meio em que se insere, foram as 3 condições apontadas pelo ex-ministro da educação, para que uma escola funcione bem.
Da parte da tarde, os responsáveis diocesanos tomaram contacto com a Carta do Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã, a propósito do lançamento do novo ano lectivo. Na carta, que pode ser lida na integra em www.ecclesia.pt, D. Manuel Pelino, considera a disciplina como “alicerce da educação para os valores”. Fazendo questão de salientar que se trata de “uma área curricular disciplinar”, o prelado acrescenta que ela se preocupa com a “transmissão de valores que constituem um património moral de matriz cristã (...) a EMRC não é Catequese, no sentido de educação da fé, mas educação moral alicerçada na cultura cristã”.
Fazendo referência à recente confusão lançada pelo Decreto-Lei 6/2001, que pela sua “ambiguidade” dá aso a que a disciplina possa ser considerada fora das 25 horas semanais e misturada com áreas não disciplinares, o prelado incentiva os pais e encarregados de educação a “ se manifestarem, de modo claro, através da inscrição/matricula em EMRC”. De facto, “não é ao Estado que compete definir a orientação moral da educação. São os pais que têm essa responsabilidade”, concluiu.


Fonte Ecclesia

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