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Fátima: fé contra conflitos religiosos
2002-05-13 15:30:52

O bispo de Leiria-Fátima exortou ontem os peregrinos que assistiam às celebrações de 13 de Maio a "não aceitarem que o nome de Deus seja explorado para favorecer vinganças e retaliações".


D. Serafim Ferreira e Silva reportava-se a conflitos como o do Médio Oriente e a todos os que põem em causa os direitos humanos recorrendo à fé dos crentes. Isto porque, frisou, "o nome de Deus não é uma fantasia, uma utopia". O que se passa, para este bispo que presidiu as celebrações à tarde e à noite, é que "há um esvaziamento da vida interior que leva a uma anarquia e mesmo a formas de aniquilamento".

À noite, D. Serafim referiu-se ao 36.º Dia Mundial das Comunicações Sociais e, em consonância com a liturgia, - a Ascensão - desenvolveu a ideia "da caminhada cultural e científica, mas predominantemente democrática, a seguir e da espiritualidade vivida por cada um".

Eram umas centenas de milhares de pessoas que ontem se encontravam no Santuário, deambulando também pela cidade de Fátima, especialmente nos sítios consagrados onde muitos vão rezar e fazer percursos próprios da celebração. Este ano destacou-se a presença de muitos jovens, tendo-se também registado a chegada a pé de um número de peregrinos acima do habitual.

A acompanhar este 13 de Maio está igualmente o Papa João Paulo II. Hoje, às primeiras horas da manhã, celebra missa em latim na sua capela privada seguindo a liturgia do dia, dedicada a Nossa Senhora de Fátima. É a primeira vez que isso acontece, atendendo a que a solenidade só este ano foi consagrada no Missal Romano.

"Não tenho dúvidas de que esta introdução do 13 de Maio como o dia de Nossa Senhora em Fátima no Missal Romano se tenha devido a uma intercessão pessoal do Santo Padre", disse ao DN o sacerdote José Manuel Cordeiro, vice-director do Colégio Pontifício Português em Roma.

"É claro que quando em todo o mundo se celebrar missa nesse dia as pessoas recordarão também o atentado contra o Papa em 1981, mas a liturgia refere-se à primeira aparição da Virgem a 13 de Maio de 1917 na Cova da Iria", explicou o padre Cordeiro.

Para o vaticanalista Orazio Petrosillo, "mesmo daqui a mil anos, quando em cada 13 de Maio for celebrada a Aparição da Virgem em Fátima, o mundo inteiro recordará não só as aparições em Portugal como também o atentado ao Papa, muito mais do que os seus discursos, as suas viagens, os seus gestos únicos".

Esta inovação no Missal Romano - que obriga os cristãos de todo o mundo a evocarem nesse dia a devoção a Nossa Senhora de Fátima - "é talvez a mais extraordinária consagração de um acontecimento do nosso tempo, acrescentou Petrosillo.

Fonte DN

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