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DEVOÇÃO E FÉ EM LISBOA
2002-05-06 15:34:02

Na maior manifestação de fé da cidade de Lisboa, milhares de pessoas rumaram ontem ao Largo do Martim Moniz para assistirem à procissão de Nossa Senhora da Saúde.

Coroada e coberta com um manto creme a imagem de Nossa Senhora saiu à rua no final do cortejo, depois da passagem de outras figuras marcantes do catolicismo e que possuem grande devoção entre os lisboetas, como Santo António e São Sebastião. Pelas quatro da tarde irrompiam nos céus foguetes ao mesmo tempo que os toques dos sinos da Capela de Nossa Senhora da Saúde e de S. Sebastião impunham o andamento. No largo de Martim Moniz o andor que transportava a santa carregado pelos ombros de militares começava também o trajecto. À passagem da Senhora, os fiéis lançavam rosmaninho, que posteriormente recolhiam para guardarem durante um ano em casa, conscientes que esses ramos trariam “sorte e fortuna”, segundo explicou Marta Rocha. Residente na Avenida Almirante Reis, a crente de 46 anos recorda que “esta procissão reúne sempre um mar de gente”. A dimensão da procissão levou a que ao mesmo tempo que os primeiros fiéis chegavam ao Intendente, ainda no Martim Moniz pessoas aguardavam por tomar parte da marcha. Isto porque, desde que a 20 de Abril de 1570 teve lugar a primeira procissão em honra de Nossa Senhora da Saúde, esta ganhou uma grandiosidade crescente que viria a ser reposta em 1940, depois de um interregno de 30 anos, motivado pela instauração da República, em 1910. Hoje, a tradição manda que seja a esposa do Presidente da República a coroar a santa. E Maria José Ritta para além deste gesto, participou ontem na procissão. Paralelamente à figura da Primeira-Dama, representantes dos três ramos das Forças Armadas, elementos das forças de segurança a pé e a cavalo, bandas militares e dos bombeiros bem como profissionais de saúde e representantes do poder político estiveram presentes no cortejo, que contou com membros de várias irmandades. Numa manifestação que presenciou a actuação de uma fadista visivelmente emocionada, tomaram ainda parte pessoas que recorrem à fé a fim de verem solucionados problemas de saúde. Entre eles, Inácio Couto que com o apoio de uma muleta aguardava apoiado nas barreiras de metal, perto do Hotel Mundial, a chegada da procissão à Praça da Figueira. Num acidente fracturou o fémur há três anos e dada a sua idade, 78 anos, desde então sofre sequelas que “com a ajuda da Santa” tenta “remediar”. Recorde-se que, a devoção a Nossa Senhora da Saúde teve início em 1569, quando o povo invocou o auxílio à Mãe do Céu e como prova de gratidão mandou fazer uma imagem da Virgem.

Fonte CM

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