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Cardeais dos EUA escrevem carta
2002-04-25 12:51:28

Os cardeais norte-americanos escreveram ontem uma carta a todos os religiosos dos EUA e do mundo divulgando as conclusões do encontro tido no Vaticano nos últimos dias.


Chamados a Roma, após a divulgação dos sucessivos escândalos sexuais que atingiram a Igreja Católica norte-americana, estes representantes lamentaram que a "supervisão da hierarquia do clero dos EUA não tenha evitado este escândalo. Toda a Igreja foi ferida do mesmo modo, as vítimas e as famílias e todos os padres que deram a vida ao sacerdócio".

E continuam afirmando que "o abuso sexual de menores é considerado um crime pela soociedade e pela Igreja", reconhecendo a gravidade deste problema.

A carta foi divulgada durante a noite de ontem, juntamente com as conclusões da reunião que só terminou às 18 e 30, "após um longo dia de trabalho".

Pouco antes de terminarem os trabalhos da cimeira que reuniu 13 cardeais norte-americanos, o arcebispo de Washington, Theodore McCarrick, confirmou haver consenso na intenção de se aplicar sanções a padres que, a partir de agora, cometam abusos sexuais contra menores. Contudo, o arcebispo sublinhou que o debate sobre os escândalos sexuais não podiam terminar nesta cimeira, até porque a questão não afecta só os EUA, mas sim toda a Igreja Católica.

Mas o assunto mais delicado está ainda por resolver, que é o futuro reservado aos sacerdotes envolvidos nos casos de abusos sexuais a menores. Há a corrente que defende a expulsão da Igreja, outra que aposta na readmissão após um programa de terapia. Simplesmente, para alguns a mensagem do Papa foi muito clara ao referir que a Santa Sé não aceitava o "arrependimento" ou que os religiosos acusados fossem readmitidos no ministério, mesmo após terapia.

O presidente da Conferência Episcopal americana, cardeal Gregory, alertou para a necessidade de propostas que visem a selecção dos sacerdotes logo à entrada para os seminários. Só que este clérigo foi ainda mais longe ao defender a criação de comités diocesianos (compostos por religiosos, leigos e parentes das vítimas) que analisem os casos de provável pedofilia e decidam também estratégias de accao.

O cardeal Gregory parece não estar sozinho, pois junto ao Vaticano começa a vingar a ideia de que não podem ser só elementos da Igreja a emitir as "sentenças" e a analisar os casos, "não podem ser só os tribunais canónicos", referiram fontes da Santa Sé.

Fonte DN

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