paroquias.org
 

Notícias






Igreja sadina inventaria situações de pobreza
2000-11-25 22:10:58

Estudo desenvolvido pelas paróquias pode permitir a constituição de grupos de intervenção nas áreas mais complexas.

As cerca de 50 paróquias da Diocese de Setúbal vão passar a inventariar as situações de dificuldade económica com que se defrontam na sua actividade pastoral, para poderem aparecer junto dos agentes de decisão como parceiros credíveis na discussão dos problemas e na definição de soluções. A resolução foi aprovada no âmbito da Semana Social, organizada pela Caritas Diocesana de Setúbal, em parceria com a igreja local, e onde foi debatida a situação socio-económica da região.
Mão-de-obra pouco qualificada, taxa de desemprego superior à média nacional, elevado número de imigrantes e dependência asfixiante de Lisboa foram algumas das características avançadas, a par de uma outra preocupação levantada por Eugénio Fonseca, presidente da Caritas: um elevado endividamento das famílias, que este responsável apelidou de "pobreza a crédito". Uma situação que não é exclusiva da diocese sadina, mas que levou a que os participantes decidissem tomar medidas desde já.

Fazer o censo dos pobres
Entre as conclusões do encontro, consta a decisão de a diocese investir, prioritariamente, "no estudo das situações e dos problemas, na formação dos agentes mais directos e no lançamento de grupos de intervenção onde ainda não existam respostas". Segundo explicou ao JN Mário Moura, presidente da Comissão Justiça e Paz, o facto é que, para determinadas áreas, há muita resposta em Setúbal. "Mas trata-se de uma resposta descoordenada, que precisa de ser organizada".
Além disso, a diocese entende que a melhor forma de combater a ausência de números é ser a própria Igreja a efectuar o censo dos pobres e dos excluídos. Pelo que, "a partir do contacto directo com as pessoas em situação difícil", a Igreja de Setúbal se
comprometeu a produzir relatórios periódicos dando conta das situações. Dados que serão utilizados para definir projectos de intervenção e que serão analisados em assembleias, de âmbito diocesano ou vicarial, a realizar de dois em dois anos, com o objectivo de "avaliar a acção desenvolvida".
João Lobato, padre de Setúbal, sustenta que "esta será uma forma de a Igreja encontrar a sua quota parte de resposta para estes problemas". E de "fazer com que os casos concretos passem a contar para as estatísticas, na medida em que vão estar inventariados".
Para este responsável, "não estamos a partir do zero. A Igreja de Setúbal - e nomeadamente a Caritas - tem tido um papel exímio na detecção e intervenção nos casos de pobreza".
Em Setúbal, a maior parte das paróquias é urbana, pelo que "as realidades com que se defrontam são semelhantes". Neste momento, os responsáveis pela diocese estão a levar este desafio a todas as paróquias. "O nosso objectivo é que a adesão seja a maior possível".

Fonte JN

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia