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Dez Anos de Denúnci
2002-04-23 18:28:25

A recente vaga de casos de padres envolvidos em queixas de pedofilia é o último capítulo de uma década de más notícias para a Igreja Católica, com especial incidência nos Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa. Aqui se registam diversos casos e datas principais.



1992-93 - Depois de uma primeira vaga de denúncias de pedofilia de padres, na década de 80, novos casos atingem a Igreja, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá e Irlanda. Em 1993, a Conferência dos Bispos Canadianos elabora um relatório que propõe saídas para a crise. O Papa escreve aos bispos dos EUA e condena os "escândalos provocados por membros do clero", que repete, em 1995, na visita ao país.

1993 - Em Março, o padre Frederico Cunha, secretário do bispo do Funchal, é condenado a 13 anos de prisão por ter morto um jovem, com quem manteria relações homossexuais. No passado dia 28 de Abril, o bispo do Funchal veio dizer que, afinal, além do crime, o padre Frederico "abusou [sexualmente] de menores", ao que o visado respondeu que era tudo boato.

1995 - O arcebispo de Viena, cardeal Hans Hermann Groer, é forçado a sair depois de alegações de que teria molestado, 20 anos antes, um aluno.

1999 - Perante os bispos irlandeses, João Paulo II solidariza-se com as "vítimas de abusos sexuais da parte de membros do clero".

2000 - Em Março, um tribunal francês condena o padre Jean-Lucien Maurel a dez anos de prisão por abusos sexuais sobre três rapazes.

- Em Julho, o líder da Igreja Católica em Inglaterra, arcebispo Cormac Murphy-O'Connor, reconhece ter errado ao dar trabalho a um padre acusado de pedofilia. Michael Hill, o visado, estava preso desde 1997 por ter abusado de nove rapazes durante 20 anos.

2001 - Na exortação "Ecclesia in Oceania", o Papa diz que "abusos sexuais da parte de padres ou religiosos provocaram grandes sofrimentos e feridas espirituais às vítimas" e que esses abusos "estão em profunda contradição com o ensino e o testemunho de Jesus Cristo".

- Em Março, documentos divulgados pelo "National Catholic Reporter", nos EUA, relatam diversos casos de abuso sexual sobre freiras, da parte de padres, em mais de 20 países.

- Em Dezembro, João Paulo II reforça a autoridade da Congregação para a Doutrina da Fé para julgar actos graves contra os sacramentos, entre os quais está a pedofilia.

2002 - A 18 de Janeiro, o padre John Geoghan, de Boston (EUA) é condenado a 10 anos de prisão, por ter molestado mais de 130 rapazes, durante 30 anos. Duas semanas depois, o arcebispo de Boston, cardeal Bernard Law, entrega à Justiça documentação sobre 1350 casos de padres suspeitos de pedofilia em várias décadas.

- A 20 de Fevereiro, o presidente da Conferência dos Bispos Americanos, Wilton Gregory, anuncia um conjunto de medidas para proteger as crianças "na sociedade e na Igreja".

- No dia 26 de Fevereiro, o arcebispo de Filadélfia (EUA) diz que há provas de que 35 padres da diocese abusaram sexualmente de crianças nos últimos 50 anos e pede desculpas públicas pelo facto; no dia seguinte, quatro padres são demitidos na diocese de Allentown (Pensilvânia) por casos ocorridos há 20 ou 30 anos.

- A 8 de Março, o bispo de Palm Beach (EUA) demite-se, depois de reconhecer ter abusado de um rapaz de 13 anos, em 1975; na Polónia, é o arcebispo Juliusz Paetz quem se demite, após ser acusado de molestar jovens padres. Paetz nega.

- Na sua carta ao clero, para Quinta-Feira Santa, o Papa diz que os padres católicos têm sido "pessoal e profundamente perturbados pelos pecados de alguns" colegas, "que atraiçoaram a graça recebida na ordenação, chegando a ceder às piores manifestações do mysterium iniquitatis [mistério do mal] que actua no mundo".

- No dia 8, o arcebispo de Nova Iorque demite seis padres por alegações, nem todas confirmadas, de conduta sexual desviante. No dia seguinte, mais nove padres da diocese de Cleveland são suspensos pela mesma razão.

- O bispo Brendan Comiskey, de Ferns (Irlanda), resigna, depois de criticado pela forma como agiu perante acusações de abusos sexuais do padre Sean Fortune. Este suicidara-se em 1999, quando enfrentava 66 queixas de abuso sexual de menores.

- A 16 de Abril, o bispo alemão Franziskus Eisenbach, auxiliar da arquidiocese de Mainz, demite-se, depois de alegações - que ele nega veementemente - de ter abusado de uma mulher durante um exorcismo.


Fonte Público

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