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Natividade ouviu o Papa
2002-04-17 12:22:21

Os franciscanos há 13 dias encerrados no complexo da Natividade, na cidade de Belém, receberam, dia 15 de Abril, um telefonema de João Paulo II.

Segundo a Rádio Vaticano, o Papa pediu “coragem” aos religiosos para que “continuem firmes na defesa dos lugares santos”. No final do breve contacto, João Paulo II concedeu a sua Benção Apostólica, a todos quantos vivem e sofrem a situação de cerco pelas tropas israelitas.
Uma situação que para os representantes das 13 Igrejas cristãs da Terra Santa, poderia ser resolvida com “três dias de trégua”. Esta foi a proposta que apresentaram, durante uma hora de dia 14 de Abril, ao Secretário de Estado Norte-Americano, em reunião no consulado dos Estados Unidos da América em Jerusalém.
Colin Powell recebeu dos religiosos um “memorandum” em que estes propõem 3 dias de trégua, durante os quais “a Autoridade Palestiniana pedirá que se recolham as armas dos refugiados na Basílica e depois ser-lhes-á permitido ir sãos e salvos até suas casas”. No final do encontro, o Custódio da Terra Santa pediu a Colin Powell para não os deixar sozinhos. O Pe. Giovanni Battistelli recebeu silêncio e um forte aperto de mão como resposta.
Entretanto, sucedem-se, de todos os lados, os apelos para o final deste conflito e, de forma especial, para o fim do cerco à Basílica da Natividade. Dia 12 de Abril, a Custódia da Terra Santa lançou um apelo ao mundo hebraico, para que este pedisse ao governo israelita a restituição de água, comida e luz ao complexo da Natividade. Isto depois de ser sabido que os frades franciscanos eram ainda os únicos sem água, comida e luz, já que água e luz haviam sido restituídas à área habitada pelos frades gregos, arménios e, até mesmo, à área onde se encontram os palestinianos refugiados. O exército israelita negava também o auxílio médico a um palestiniano gravemente ferido, bem como a remoção do corpo de um outro, morto nos primeiros dias de cerco.
Na tarde de dia 14 de Abril, o exército israelita fez, no entanto, chegar à porta do Convento da Natividade duas caixas de garrafas de água e medicamentos para diabéticos, já que o estado de saúde do Superior do Convento, Frei Johannes Simon, diabético, agravava-se a cada hora que passava.
Ainda assim, dia 15 de Abril, o Comité de Ligação Islâmico-Católico, em comunicado (na íntegra em www.agen-ciaecclesia.org), frisa que “os acontecimentos da Terra Santa não podem deixar ninguém indiferente”. Apela, por isso, a “um imediato cessar-fogo” e “a negociações que conduzam a uma paz justa e duradoura”. O comunicado sublinha que “ninguém deve ser impedido de ter acesso a água, comida e tratamentos médicos”, condenado a recusa desse acesso, “usada como arma neste conflito”.
Uma guerra psicológica já confessada por um reservista israelita aos microfones da BBC. Além da restrição de víveres, de altifalantes que, a todo o momento, incitam os palestinianos à rendição, o reservista relatou ainda outros meios: “fazemos pressão de diversos modos, fazendo explodir bombas na vizinhança da Basílica, disparando... no telhado da igreja... Mas não posso contar tudo “.
Dia 15 de Abril foi também o dia em que, pela primeira vez, o exército israelita abriu, por duas horas, o cordão militar para deixar entrar, na cidade de Belém, um combóio humanitário da Cruz Vermelha. Não podendo nunca aproximar-se do complexo da Natividade, a Secretária Geral da Cáritas de Jerusalém, Claudette Habesch relatou ainda assim que “a situação é grave” e que “há destruição por todo o lado”.
A Cáritas Internacional lançou também, dia 15 de Abril, um alarme humanitário, onde se pode compreender melhor o dia-a-dia na Cisjordânia: “as ambulâncias estão a ser impedidas de ir salvar vidas e são até alvejadas pelo exército israelita. As clínicas e os hospitais palestinianos têm necessidade de medicamentos mas não onde os ir buscar. Têm havido disparos indiscriminados contra civis nos postos de fronteira”.

Fonte Ecclesia

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