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Acusações a padre de Lobão podem ter origem política
2002-04-17 12:12:12

O bispo de Viseu, D. António Monteiro, afirmou ontem que a polémica sobre o padre de Lobão da Beira, acusado em cartas anónimas de ter relações sexuais com mulheres, poderá ter a ver com "uma luta política". O padre católico João Pedro Cardoso, de 31 anos, há cerca de três anos pároco da aldeia de Lobão da Beira, no concelho de Tondela, tem sido alvo de uma campanha de difamação através de cartas anónimas espalhadas pela povoação.


Solidários com o padre, os paroquianos organizaram sábado e domingo uma vigília, em que recolheram mais de 300 assinaturas a repudiar "o surto de difamação que grassa na terra, em ocasiões marcantes da vida religiosa, política e social da comunidade".

D. António Monteiro admitiu aos jornalistas que está a par da situação, uma vez que já esteve reunido com João Pedro Cardoso e com algumas pessoas da paróquia que o defenderam.

Por alguns dos papéis distribuídos que lhe foram mostrados, o prelado considera que a campanha contra o pároco pode ter origem política. "Um deles é assinado por um partido, o que é muito esquisito", frisou o bispo, acrescentando que "pode acontecer que seja uma luta política".

A primeira das cartas surgiu em Fevereiro de 2000, relacionando amorosamente o pároco com uma mulher de nome Fátima, enquanto a segunda, que apareceu na véspera das eleições autárquicas, o conotava com o PS e terminava com a frase "votem PSD". A última das missivas, que apareceu no Domingo de Páscoa, e é considerada a mais grave de todas, alertava os "homens de bem" para terem cuidado com as intenções do padre para com as suas mulheres e referia que este andava envolvido com "catequistas, moças que ajudam à missa e alunas" e, mais uma vez, com a Fátima.

A presidente da Junta de Freguesia de Lobão da Beira, Amélia Sampaio (PS), disse à Lusa que não concorda com a opinião do bispo, e que o autor das cartas será alguém que quer "atacar o padre, agarrando-se seja ao que for. Estou na junta há três mandatos e só a partir do momento em que ele cá chegou é que isto começou a acontecer", frisou Amélia Sampaio.

Apesar de a única mulher cujo nome é referido nas cartas ocupar um cargo político na freguesia, a autarca considera que "esta não é uma luta política", uma vez que, se o fosse, não haveria necessidade de envolver "catequistas, moças que ajudam à missa e alunas".

O bispo de Viseu reconhece que todas as pessoas podem cometer asneiras, "até os padres", mas mostrou-se convicto de que João Pedro Cardoso "é bom padre". D. António Monteiro promete dizer "alguma coisa" sobre a situação de João Pedro Cardoso "quando vir que a paróquia aparece a defender o seu pároco".

Fonte DN

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