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Bispos Criticam "Tolerância Ilimitada" dos "Media"
2002-04-11 21:42:50

O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) criticou ontem a excessiva tolerância da comunicação social para com comportamentos sociais que não se coadunam com a matriz tradicional da sociedade portuguesa.

Em conferência de imprensa, D. Tomaz da Silva Nunes considerou que os "media" têm uma "tolerância ilimitada" para com comportamentos que não correspondem às tradições portuguesas, permitindo alguma diluição da matriz cultural.

Numa breve antecipação de um documento intitulado "Na era da comunicação social" e que deverá ser aprovado brevemente pelo Conselho Permanente da CEP, D. Tomaz Nunes revelou algumas das preocupações dos bispos em relação ao sistema mediático português e defendeu que os "media" devem ter um papel mais activo na manutenção dos valores dos povos.

"Muitas vezes, ela [a comunicação social] contribui para anestesiar a consciência de valores fundamentais", avisou o bispo auxiliar de Lisboa, referindo-se ao tratamento mediático de temas relacionados com a "dimensão espiritual e transcendente da vida", como são os casos do aborto ou da fidelidade.

Para a CEP, a comunicação social deve ter em vista a promoção da dignidade das pessoas e a sua formação pelo que, além de denunciar aquilo está mal na sociedade, deve também divulgar e aplaudir o "bem que se realiza". Deste modo, uma "boa formação deontológica" dos profissionais da comunicação é uma exigência que a Igreja católica reclama, apelando a que a concorrência entre os órgãos "se faça através de programas de qualidade", numa referência directa ao mercado televisivo.

Por outro lado, D. Tomaz Nunes sustentou ainda que o Estado deve ter um "papel moderador no sentido de promover o respeito pelas raízes históricas, pela matriz cultural, pela maneira de sentir e de viver as grandes realidades da existência do nosso povo". Assim, caberá ao poder estatal, a garantia de "serviços públicos de comunicação" e um apoio financeiro para outros órgãos, "designadamente da imprensa regional".

D. Tomaz da Silva Nunes afirmou ainda que a Igreja portuguesa "tem que investir nos novos meios de comunicação social, tirando o maior proveito possível daqueles que já possui e daqueles que tem de encontrar".

Fonte Público

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