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Bispos Reelegem Patriarca de Lisboa
2002-04-08 19:30:14

As eleições para os diferentes organismos da Conferência Episcopal são um dos pontos da agenda da assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que, entre amanhã, segunda-feira, e quinta-feira próxima, reúne em Fátima.

Os bispos deverão confirmar a regra não escrita (até hoje com uma única excepção) de atribuir um segundo mandato, como presidente da CEP, ao patriarca de Lisboa em exercício.

Depois de ter sido escolhido pela primeira vez para o lugar há três anos, D. José Policarpo deverá continuar, assim, por mais três anos, à frente dos destinos do colectivo episcopal. Nem há razões para que assim não fosse: o patriarca é reconhecido como um líder natural entre os seus pares e, em termos públicos, mantém uma boa imagem, a que não é alheia a sua capacidade de gerir o seu aparecimento nos meios de comunicação.

Ao nível intelectual, a figura de D. José também sobressai num episcopado predominantemente mediano, onde não são muitas as figuras reconhecidas como capazes de manter um diálogo aberto com a sociedade e a cultura contemporâneas.

Nas danças de cadeiras que os bispos terão que fazer por obrigação estatutária, apenas deverão mudar alguns presidentes de comissões sectoriais - quatro ou cinco das doze que existem -, por terem cumprido dois mandatos. Alguns bispos recentemente nomeados poderão, deste modo, ascender a lugares de mais responsabilidade no interior da conferência.

Estas mudanças, no entanto, não costumam notar-se em demasia: com excepções esporádicas, as comissões pouco mais fazem que gerir os respectivos secretariados executivos. Estratégias ou programas de acção determinados são quase inexistentes nas comissões e esse continua a ser um dos principais problemas da CEP. A par da pouca operacionalidade do conjunto, que se traduz, entre outros, no facto de as opções pastorais para o todo nacional serem pouco assumidas pelo conjunto dos bispos.

Nem só de eleições, no entanto, viverá esta assembleia de Primavera do episcopado português. Depois de aberta a reunião com um discurso público do presidente da CEP, os bispos deverão analisar e aprovar dois documentos: um deles sobre orientações comuns para a pastoral juvenil (talvez um dos campos onde a descoordenação entre dioceses é mais notório) e um outro intitulado "Na Era da Comunicação Social", um tema em relação ao qual, apesar de alguns avanços dos últimos anos, a Igreja continua, em Portugal, a ter alguma dificuldades.

O problema da chamada prática dominical - o número de pessoas que vão à missa - é outro ponto da agenda que preocupa o episcopado. Na sequência do apuramento dos resultados do recenseamento efectuado há um ano, os bispos deverão estudar o assunto com mais profundidade nas jornadas que dedicarão ao assunto em Junho próximo. "O Domingo e a prática dominical - desafios pastorais" é o tema previsto para as jornadas pastorais, onde os bispos já deverão contar com os resultados finais, que terão em conta também os dados do recenseamento da população.

Apesar da descida da população portuguesa - que se reflecte automaticamente no número de pessoas nas missas - a taxa dos portugueses que vão à missa ao domingo terá tido uma quebra maior, de acordo com os dados provisórios, já conhecidos, de várias dioceses. Já há 20 anos os bispos debateram o assunto e estabeleceram um programa de revitalização da eucaristia dominical. Mas a iniciativa não conseguiu contrariar o movimento de descida constante que se verifica desde então.

Fonte Público

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