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Próximo Papa Poderá Ser Africano
2002-04-04 15:34:38

A hipótese de o próximo Papa ser um africano ganhou nova força. Numa tomada de posição inédita, o cardeal Joseph Ratzinger, o teólogo que lidera a Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, veio manifestar este desejo na terça-feira.

Numa entrevista ao diário alemão "Die Welt", disse que um pontífice africano "seria um bom sinal para toda a Cristandade". A sua posição foi interpretada como um apoio a um candidato em concreto: o nigeriano Francis Arinze. Embora haja muitos prelados africanos com prestígio, o único com a experiência considerada necessária é este cardeal de 69 anos, actual presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.

Nesta qualidade, tem sido um dos grandes praticantes das relações activas com outras fés, nomeadamente com o Islão. Em Janeiro deste ano foi Arinze quem conseguiu levar o Irão a participar no evento "Orações pela paz mundial", uma iniciativa do Papa João Paulo II que decorreu na cidade italiana de Assis.

A posição assumida por Ratzinger foi olhada com surpresa, devido à sua natureza invulgar, sublinha o diário britânico "The Guardian". Afinal, não é todos os dias que um alto representante do Vaticano especula abertamente sobre a sucessão do Papa. Alguns até consideram ter sido uma posição de mau gosto, porque implica dizer que o Papa tem os dias contados, ainda mais numa altura em que, mais uma vez, a saúde de João Paulo II foi motivo de intensa especulação. Na Páscoa, o Sumo Pontífice mal conseguiu cumprir as suas funções oficiais.

As declarações de Ratzinger tornaram-se ainda mais polémicas pelo facto de ter posto de fora a hipótese de o próximo Papa vir da América latina. Quando questionado a este respeito, ignorou a questão: "Em África temos grandes figuras, com a estatura exigida para esta função."

No entanto, entre os especialistas de assuntos do Vaticano, há quem considere ser mais provável a eleição de um latino-americano. Uma coisa é certa: um dos maiores problemas da Igreja católica na actualidade é a necessidade de mudar a sua imagem de eurocêntrica para global. Dado que a maioria dos católicos vive actualmente fora da Europa, é altamente provável que o próximo Papa venha de outro continente.

Fonte Público

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