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PAPA PRESIDE A CERIMÓNIAS DA SEMANA SANTA
2002-03-27 19:06:05

O Papa João Paulo II vai presidir a todas as cerimónias religiosas da Semana Santa pascal, contrariando informações que colocavam em causa essa possibilidade, soube o CM junto de fontes bem colocadas.

Assim, a mesma fonte garantiu estar prevista a participação do Papa na missa crismal e cerimónia do lava-pé, na Quinta-feira Santa, na celebração da paixão e “Via Sacra”, Sexta-feira Santa, na vigília de sábado e na bênção “Urbi et Orbi”, de domingo de Páscoa. João Paulo II não irá percorrer o caminho das 14 estações da “Via Sacra” - cujos textos foram, este ano, encomendados a 14 jornalistas de vários pontos do mundo, incluindo a portuguesa Aura Miguel, da Rádio Renascença - mas já em anos anteriores não o fizera. Os rumores de que o Papa poderia este ano faltar a algumas cerimónias da Semana Santa surgiram na sequência do agravamento do seu estado de saúde, que o obrigou inclusive a não presidir à missa de Domingo de Ramos, facto que ocorreu pela primeira vez no seu Pontificado, delegando funções no cardeal Camilo Ruini, presidente da Conferência Episcopal Italiana. Já no início de Março, João Paulo II não assistiu à audiência-geral de quarta-feira. Na origem desta situação está o agravamento da artrose que João Paulo II tem no seu joelho direito, além de que é visível a deterioração do estado geral de saúde do Papa, devido à doença de Parkinson de que padece. O estado de saúde do Papa relançou o debate sobre se João Paulo II deveria ou não renunciar ao cargo. Um debate que se tornou mais actual com a publicação, segunda-feira, de um artigo pelo conhecido católico Vittorio Messori, especialista em questões de Vaticano e que por mais de uma vez entrevistou o Papa.

Clima de incerteza

Nas páginas do jornal italiano “Corriere della Sera”, Vittorio Messori cita um cardeal que terá dito: “Mesmo com toda a fé no Espírito Santo, pode a igreja viver num clima de tal incerteza?”. O escritor católico sugere que são os meios mais conservadores da igreja a pretender que o Papa renuncie, acrescentando existirem receios de que possa acontecer um vazio de poder se ele não o fizer. Isto porque o cânone 332 do Código de Direito Canónico que refere a possibilidade de o Papa renunciar ao cargo, refere (no parágrafo 2.º) que esse pedido só tem validade quando expresso pelo póprio, de uma forma livre e consciente. Aparentemente, a cúria romana receia que a doença de Parkinson de que João Paulo II padece possa de alguma forma, e de um dia para o outro afectar mentalmente o Papa, deixando-o incapaz de dirigir a Igreja Católica. Ao mesmo tempo esta possibilidade fecharia qualquer possibilidade à renúncia, porque então o pedido deixaria de ser expresso de forma livre e consciente. Apesar de a possibilidade se encontrar prevista no referido cânone 332, a renúncia do Papa tem sido algo de raro na história da Igreja Católica. Exemplos anteriores incluem a renúncia voluntária de Celestino V, em 1294, e a abdicação relutante de Gregório XII, em 1415, numa altura em que coexistiram dois papas. João Paulo II iniciou o seu Pontificado a 16 de Outubro de 1978. Desde então efectuou 95 visitas pastorais fora de Itália e 141 neste país, presidiu a 131 cerimónias de beatificação (proclamação de 1 282 beatos) e 43 cerimónias de canonização (456 santos). Organizou oito consistórios, nomeou 201 cardeais e presidiu a 15 sínodos dos bispos. Estima-se que mais de 16 milhões de peregrinos tenham participado nas mais de mil audiências gerais de quarta-feira.


Fonte CM

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