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Papa escreve a sacerdotes - revitalizar a reconciliação
2002-03-22 22:53:33

O Santo Padre pede a todos os sacerdotes do mundo para darem atenção especial ao sacramento da reconciliação, vulgo confissão. O pedido do Papa é feito em carta, por ocasião da Quinta-feira Santa deste ano, 28 de Março próximo.


Constatando que “este sacramento atravessa uma certa crise”, João Paulo II exorta os sacerdotes a, antes de mais, lançarem-se eles próprios, “com alegria e confiança, à descoberta desse sacramento” e “com exigência profunda”.
Reconhecendo que muitos sacerdotes podem, por vezes, cair no desânimo ou desmotivação ao comprovarem que “muitos cristãos, não só não prestam a devida atenção à vida sacramental, mas frequentemente, quando se abeiram dos sacramentos, fazem-no de modo superficial”, o Santo Padre recorda a seguinte certeza: “antes do nosso convite e mesmo antes das nossas palavras sacramentais, os irmãos que pedem o nosso ministério estão já envolvidos por uma misericórdia que neles opera a partir de dentro”.
Apesar da falta de preparação de algumas pessoas que se apresentam a este sacramento, João Paulo II sublinha que este não é o tempo para “o trabalho catequético”, sendo preferível que se prepare a pessoa no tempo antecedente, em privado ou em celebrações penitenciais, por exemplo.
O Santo Padre acrescenta ainda que este também não é tempo para “manifestar em sede sacramental juízos pessoais não sintonizados com o que a Igreja ensina e proclama”. O Papa apela, por isso, ao escrúpulo de “manter verdadeiramente actualizada a formação teológica, tendo em vista sobretudo os novos desafios éticos”. Isto porque, constata o Santo Padre, “sucede às vezes que os fiéis saem da confissão com as ideias bastante confusas, nomeadamente porque não encontram nos confessores a mesma linha de avaliação”.
João Paulo II exorta ainda os sacerdotes de todo o mundo a não marcarem o tempo do sacramento com excessos de rigor ou de laxismo. “O primeiro – explica o Papa - não tem em conta a misericórdia proveniente, que impele à conversão e valoriza até os progressos mais insignificantes no amor”, o segundo “esquece que a salvação plena não só é oferecida mas recebida”, pelo que “implica – de quem recebe o sacramento - uma autêntica conversão às exigências do amor de Deus”. “O rigorismo oprime e afasta. O laxismo deseduca e ilude”, conclui.
João Paulo II apela ainda aos sacerdotes para que se faça, “com coragem, a proposta da confissão ao jovens”. “Encontremo-nos com eles, sabendo ser junto deles amigos e pais, confidentes e confessores. Eles precisam de encontrar-nos ora num papel ora noutro, ora numa dimensão ora noutra”, frisa.
Numa altura em que, de forma especial nos Estados Unidos da América, mas não apenas lá, são conhecidos alguns casos de sacerdotes que abusaram sexualmente de menores e em que, por isso, o tema da pedofilia e do abuso sexual tem vindo para a praça pública, o Papa garante que os sacerdotes, grupo onde naturalmente se inclui, têm sido “pessoal e profundamente perturbados pelos pecados de alguns irmãos que atraiçoaram a graça recebida na Ordenação”.
“Escândalos graves” é como João Paulo II qualifica estes casos, salientando a consequência de “uma pesada sombra de suspeita lançada sobre os restantes sacerdotes benfazejos, que desempenham o seu ministério com honestidade, coerência e até caridade heróica”. Desta forma, apela a um “empenho ainda maior na busca da santidade”, enquanto “a Igreja – garante – manifesta a sua solicitude pelas vítimas e procura dar resposta, segundo verdade e justiça, a cada penosa situação”. O Papa exorta todos os sacerdotes a rezar.


Fonte Ecclesia

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