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Comunicado aos paroquianos da paróquia de S. Francisco Xavier - Luanda - Angola
2002-03-14 23:14:43

1.- a Companhia de Jesus, após a interrupção forçada dos tempos do Marquês de Pombal (Século XVIII), voltou a fazer-se presente, em Angola, na segunda metade do Século XX: primeiro, na década de 60, através do Movimento AFRIS, no Uíge, Negage; a seguir, precisamente a partir de 1973, em Luanda, onde assumiu a responsabilidade da Paróquia de S. Francisco Xavier, a qual, na presente data, integra três locais de culto, a saber: (i) S. Francisco Xavier, no Bairro dos MM. De Quifangondo; (ii) S. Inácio, no Cassequel e (iii) S. Pedro Claver, na Calemba.


2.- Mas a Cª de Jesus caracteriza-se, sobretudo, adentro da mesma Igreja de Jesus Cristo, pela vocação específica para outro género de actividades apostólicas, tais como:
orientação de EE (Exercícios Espirituais), destinados a sacerdotes, religiosos/as, leigos (jovens e adultos);
pastoral Juvenil e Vocacional (PAJUV);
Apostolado da Oração (Cruzada Eucarística e MEJ);
Acção Social e Educativa (Ensino);
Atendimento personalizado e assistência espiritual a Religiosos/as, etc.

3.- A responsabilidade de uma paróquia tão grande e tão viva como é a de S. Francisco Xavier, a exigir a dedicação plena de vários sacerdotes, coarctava, na prática, a disponibilidade dos poucos Jesuítas existentes para exercerem, com um mínimo de qualidade, por manifesta falta de tempo, os trabalhos apostólicos que lhes são mais próprios (ver n.º 2) e para os quais se encontram melhor preparados.

4.- Desde há uns tempos a esta parte que a Cª de Jesus vinha a aperceber-se da necessidade sentida de entregar a paróquia de S. Francisco Xavier à Arquidiocese, em ordem a poder consagrar-se, com outros meios e condições, aos referidos trabalhos apostólicos que são mais específicos da sua vocação.

5.- Circunstância recentes e precisas, que ditaram a diminuição do número Jesuítas da Comunidade de S. Francisco Xavier, levaram a PPCJ (Província Portuguesa da Companhia de Jesus), com o acordo pleno da Cúria Geral da Companhia de Jesus (Roma), a tomar as seguintes decisões:
entregar, oficialmente, a paróquia de S. Francisco Xavier à Arquidiocese; esta entrega terá efeitos de validade a partir de 10/03/2002, sendo que os Jesuítas assegurarão, ainda, a celebração das Eucaristias desse Domingo;
interromper, por algum tempo, outras actividades apostólicas em curso, em ordem a proceder-se, com paz e serenidade, a um discernimento sério sobre o futuro empenhamento da Cª de Jesus em Angola.

6.- Conclusão:

a Cª de Jesus não quer e não vai abandonar, definitivamente, Angola, enquanto se reunirem, conjugarem e mantiverem as condições necessárias e suficientes ao desempenho, com qualidade, do seu trabalho apostólico, designadamente:
enquanto o povo de Deus angolano desejar e permitir os seus serviços apostólicos;
enquanto a Cª de Jesus dispuser de recursos (humanos e materiais) para cumprir com agrado e aceitação a missão que vier a assumir;
muito particularmente, enquanto o Senhor Jesus quiser continuar a chamar jovens angolanos à sua mínima Companhia e quiserem, eles, disponibilizar-se e estar prontos para, como verdadeiros Jesuítas, trabalharem no seu Reino ao modo e maneira dos filhos de S. Inácio de Loyola, em conformidade e perfeita sintonia com as Constituições e Normas Complementares, que nos regem há mais de 450 anos;
nesse sentido, a Cª de Jesus compromete-se, como é de seu inteiro interesse e vontade determinada, a acompanhar e a apoiar, com todos os recursos possíveis, os jovens Jesuítas angolanos, actualmente em fase de formação; igualmente continua a interessar-se e a garantir apoios aos candidatos que demonstram vontade firme de seguirem adiante, custeando-lhes os estudos, por um lado e, por outro, confiando-os, neste interregno, ao acompanhamento de uma Congregação Religiosa;
está, ainda, determinada, a Cª de Jesus, enquanto dela depender, em prosseguir com a campanha de angariação de fundos, com vista à construção do Centro S. João de Brito (Casa de Retiros e Exercícios Espirituais, cursos de vária índole, etc.), de onde poderá irradiar, depois, para outras actividades apostólicas...

Deixem-me concluir com S. Paulo (Filip. 3, 13-14): “Irmãos, não penso que já consegui o prémio; mas uma coisa faço: esqueço-me do que fica para trás e avanço em direcção à meta, em vista do prémio do alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo”.

Encomendando-me e a toda a Companhia de Jesus às vossas orações, prometo que rezaremos, também, por vós..., a fim de que venha, um dia, a cumprir-se, em nós, a oração de Jesus ao Pai: “... que eles sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que Tu me enviaste...” (João, 17, 22-23).

Luanda, 2002-03-07

Pe. Amadeu Pinto SJ (Provincial)


Fonte Ecclesia

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