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Jacques Delors sobre a reforma Europeia - Igrejas não podem ser afastadas do processo
2002-03-11 23:27:31

Jacques Delors não quer a Igreja Católica afastada do debate sobre a reforma da Europa. A posição do Presidente da Fundação “Nossa Europa” e ex-Presidente da Comissão Europeia foi frisada, dia 7 de Março, em Lille, França, ao participar na conferência “Os desafios para uma Europa unida”, promovida pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE), pela Universidade Católica de Lille e pela diocese de Lille.


Uma semana antes desta iniciativa, a 28 de Fevereiro, dava-se início à Convenção Europeia que, com 105 representantes dos 15 países membros e dos 13 candidatos à adesão, estabelecerá as proposições para a reforma constitucional da Europa. A conferência de Lille quis, desta forma, colocar a Igreja Católica e, acima de tudo, os valores por ela veiculados, no debate sobre o futuro da Europa.
De acordo com a Agência ZENIT, Jacques Delors sublinhou que “a nova Europa não pode confinar a religião à vida privada”, salientando que, apesar de não se pôr em questão “a laicidade da União Europeia”, “espera-se que a Igreja seja escutada no processo de reforma da Europa”.
O Presidente da Fundação “Nossa Europa” reiterou, assim, o seu pesar pela supressão, da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (Outubro 2000), de todas as referências às raízes cristãs da Europa. Um decisão que foi fruto das pressões então exercidas pelo governo francês.
Na sua intervenção, o ex-Primeiro Ministro Belga e Vice-Presidente da Convenção Europeia recordou que, apesar do alargamento da União Europeia ter lugar apenas em 2004, esta deverá sofrer uma grave crise caso a Convenção falhe na sua missão. Segundo comunicado da COMECE, Jean Luc Dehaene encorajou, portanto, “todas as Igrejas e grupos interessados, a tirar partido da oportunidade de contribuir no trabalho da Convenção”.
Em Lille, teve também lugar a primeira reunião de uma equipa de trabalho, designada pela COMECE para preparar um documento de reflexão para todos os Bispos da Europa. Intitulado “Fé cristã e construção europeia”, o documento, a ser apresentado em 2004, abordará o significado da integração europeia do ponto de vista teológico.
D. Hippolyte Simon, Bispo de Clermont, que preside a este grupo de trabalho, informou os presentes na conferência de Lille que “as Igrejas vão ser escutadas na Convenção através do Fórum da Sociedade Civil” e que esta contribuição “afecta não apenas a liberdade religiosa mas também os direitos do homem”.
Ao encerrar a conferência, o Presidente da COMECE realçou que a Convenção deverá definir os valores e os objectivos da União Europeia. Sublinhando que para cristãos, judeus e muçulmanos, os valores estão enraizados na fé em Deus, D. Josef Homeyer apelou a que o futuro tratado constitucional da União Europeia contenha o reconhecimento da transcendência.
No passado dia 10 de Janeiro, o Papa João Paulo II chamava a atenção para o risco de a contribuição dos crentes na Convenção ser marginalizada.


Fonte Ecclesia

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