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ALEXANDRINA A CAMINHO DOS ALTARES
2002-03-09 11:59:27 A Arquidiocese de Braga iniciou ontem, formalmente, o processo para a beatificação da Venerável Alexandrina Maria da Costa, com a criação do tribunal eclesiástico que vai avaliar cientificamente o milagre que terá ocorrido por sua intercessão numa mulher curada da doença de Parkinson.
'Alexandrina de Balasar' - conforme o povo lhe chama - é apontada como autora de inúmeras graças e curas, tanto após a morte como ainda durante a vida em permanente sofrimento e contínua adoração a Jesus Cristo, o que lhe valeu ter sido proclamada Venerável em 1996 pela Sagrada Congregação para a Causa dos Santos da Igreja Católica. Um pequeno quarto de uma casa simples situada em Balasar, Póvoa de Varzim - onde Alexandrina viveu desde o nascimento em 30 de Março de 1904, até à morte a 13 de Outubro de 1955 - tem recebido milhares fiéis que preencheram mais de uma dezena de cadernos com testemunhos de graças recebidas. A saga da potencial futura beata portuguesa começou aos 14 anos de idade, quando se atirou de uma janela para fugir a um homem que abusivamente entrou em sua casa. O estado de saúde agravou-se progressivamente, ficando imóvel em 1925 e mantendo-se no seu quarto até à morte, aos 51 anos. Viveu os últimos 13 anos alimentada apenas pela comunhão da hóstia sagrada. Irmã Alexandrina, que chegou a sentir as dores da crucificação e flagelação de Cristo, ofereceu sempre o seu sofrimento extremo como forma de expiação dos pecados dos homens. Causas Os pobres foram outra das suas causas, atribuindo-lhes mensalmente parte das ofertas dos inúmeros fiéis que acorriam à sua casa, doada à Igreja e transformada num autêntico museu e centro de romarias, onde se guardam as oferendas dos devotos e todos os objectos ligados a Alexandrina, como um crucifixo do qual Jesus se terá despregado por duas vezes para se colocar no colo da 'Santa de Balasar'. Apesar de inúmeros relatos de alegados milagres, a Igreja vai estudar apenas a cura de Maria Madalena Azevedo Gomes Fonseca, que reside em Esmeriz, no concelho de Vila Nova de Famalicão. Sofria da doença de Parkinson, conforme consta do seu processo clínico em Estrasburgo, França, onde se encontrava aquando da cura, "depois de 12 anos de sofrimento", como refere a própria. Entre os fiéis, há quem agradeça até o salvamento de "uma ovelha à porta da morte". Um devoto também denuncia o fim de "doença ruim" depois de, a conselho de Alexandrina, ter deixado a amante, tendo mesmo oferecido a chave da casa desta à 'santa'. Maria Alice, que é agora a guardiã da antiga casa de Alexandrina, lembra também os testemunhos dos pais que viram cumprido o pedido do filho para que as pernas deste desentortassem e pudesse começar a andar. Recentemente, uma senhora garantiu que, segundo a sua mãe, nasceu cega mas passou a ver definitiva e claramente a partir dos 5 anos. Agora, são igualmente muitos os estudantes e noivos que vão pedir "boa sorte para a vida".
Fonte CM
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