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MISSA EVOCA TRAGÉDIA DE ENTRE-OS-RIOS
2002-02-24 21:38:40

As 59 vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios vão ser recordadas, no próximo dia 4, um ano após a tragédia, com uma missa presidida pelo Bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho.

Esta cerimónia, precedida de uma romagem aos cemitérios, é a única "manifestação" programada para assinalar a data, de acordo com o que foi decidido pela Câmara Municipal de Castelo de Paiva e pela Comissão de Familiares das Vítimas da Tragédia (CFVT). Apesar da vontade expressa pelos representantes das famílias, o Monumento Evocativo, que o Correio da Manhã deu a conhecer em primeira mão, não estará pronto no aniversário, até porque as obras no terreno ainda não se iniciaram. Quanto ao erigir do "Anjo Dourado" na margem do Rio do Douro, no local onde decorreram as operações de resgate, Horácio Moreira, da CFVT, adianta que "a data dada agora como provável é o dia 5 de Maio, altura em que está prevista a abertura da Ponte Hintze Ribeiro". Ao que o nosso jornal apurou, o "dossier" do monumento, da responsabilidade do arquitecto portuense Henrique Coelho, foi entregue há três dias no gabinete do Secretário de Estado das Obras Públicas, a quem compete autorizar o arranque das obras e definir o custo da empreitada. Assim que esta questão estiver desbloqueada, "os trabalhos totais de construção do monumento não devem ultrapassar os três meses e meio", segundo o arquitecto encarregue de levar a cabo o projecto, pelo que, a 5 de Maio, apenas parte estará terminada. Para o monumento a erigir como memorial às 59 vidas que se perderam no Douro, o motivo escolhido foi, como o CM já noticiou, um anjo dourado, com cerca de oito metros de altura, localizado na margem Sul do rio, sensivelmente onde antes se erguia a centenária ponte de Entre-os-Rios.

Simbolismo do anjo

De acordo com Horácio Moreira, "a escolha do anjo serve para assinalar a vida e a esperança, mas é também um símbolo religioso, que diz muito às famílias e à população de Castelo de Paiva, que é extremamente católica". O monumento, que se levanta acima da cota da nova ponte, terá um espaço amplo, "quase como um miradouro sobre o rio", e por baixo do pedestal, haverá "um local de recolhimento, onde se poderá prestar culto às vítimas e deixar flores e velas". Do projecto, concebido pelo arquitecto Henrique Coelho, faz ainda parte uma escadaria, que se inicia à entrada do memorial, e que vai até à margem do rio. Esta obra é "particularmente importante para as famílias das 36 vítimas que ficaram por resgatar, porque essas não têm, por assim dizer, um local de culto próprio. Porque não podem dirigir-se aos cemitérios, o monumento funcionará para elas como o sítio próprio para recordar os familiares". Entretanto, a memória das vítimas do colapso da centenária ponte Hintze Ribeiro, que levou para as águas do Rio Douro um autocarro e três automóveis, vai ser evocada no dia 4 com uma romagem aos cemitérios das nove localidades tocadas pela tragédia, que começará às 11h00. Da parte da tarde, às 17h00, a missa solene, onde participam os párocos do concelho, será celebrada no pavilhão gimnodesportivo da vila, onde são esperadas mais de um milhar de pessoas. A comissão de familiares tem estado a sugerir às pessoas que irão tomar parte na homenagem para que "levem flores e uma vela, que serão benzidas pelo Bispo e, depois da cerimónia, lançadas ao rio, no local do acidente", salienta Horácio Moreira. Para assistirem às evocações religiosas foram endereçados convites a diversas entidades que já declinaram o convite por "na altura começar a campanha eleitoral", esclarece o autarca Paulo Teixeira.

Fonte CM

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