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Católicos reconhecem défice de formação
2002-02-14 09:32:28

Os participantes nas VII Jornadas Nacionais do Apostolado dos Leigos, reunidos em Fátima, no início do mês corrente, sob o tema "Os leigos, construtores da História numa sociedade globalizada", numa iniciativa do Conselho Nacional de Movimentos e Obras, tomaram consciência da urgência do protagonismo dos leigos na construção individual e colectiva do Reino de Deus na História dos homens, designadamente na actual sociedade, cada vez mais marcada pelo complexo processo da globalização e das suas consequências.



Na sequência das reflexões produzidas, foram identificados alguns desafios lançados à Igreja, em especial aos leigos comprometidos em movimentos e obras, no que concerne à necessidade de:

- uma permanente e integral formação dos leigos, designadamente sobre a Bíblia e a Doutrina Social da Igreja, que lhes permita uma adequada recepção teológica e uma correcta leitura do Mundo, através da utilização de instrumentos aptos ao pensar e reflectir como adultos;

- um cultivo da vida de oração pessoal e comunitária, enquanto "âncora" de espiritualidade e acção;

- uma superação do fosso entre clérigos e leigos, através da valorização dos ministérios e de uma maior participação e co-responsabilidade dos leigos, designadamente as mulheres, na vida e missão da Igreja;

- uma resposta aos desafios suscitados pelo pluralismo, em especial: o conhecer e aceitar o outro; o assumir a multiculturalidade; o aprofundar da nossa identidade; o incrementar do diálogo ecuménico e inter-religioso;

- uma resposta aos desafios suscitados pela complexidade de que se reveste a globalização, através do aprender a pensar em termos globais, a fazer a leitura dos sinais dos tempos e a praticar o discernimento espiritual e moral;

- uma resposta aos desafios postos pela imprevisibilidade de muitas situações decorrentes da globalização, através da promoção dos direitos humanos da solidariedade, do bem comum, do diálogo e da paz, do cultivo da liberdade, da firmeza de carácter e do empenhamento responsável.

Em síntese, os participantes naquelas Jornadas sentem que são chamados a reconhecer e escutar o Deus vivo nos meios e com as pessoas com quem vivem, na família, no trabalho, na vida cívica e política, e a segui-Lo como Seus discípulos, continuando a ser instrumentos na obra da Criação e da Redenção.


Que tipo de formação está a ser dada nos movimentos e que formação é desejável, foram também as grandes questões que juntaram os responsáveis dos movimentos e obras da diocese do Algarve, com o seu bispo, no passado domingo.

O objectivo do encontro foi o de fazer "uma reflexão conjunta sobre a necessidade de os movimentos darem formação aos seus membros".

Segundo D. Manuel Madureira Dias, bispo do Algarve, "cada movimento vai dando formação orientada para o seu carisma e nem sempre está preocupado com uma formação mais geral e portanto, mais eclesial. E é isto que se pretende". Actualmente, os movimentos "não garantem a formação base" e a diocese do Algarve está preocupada com esta situação. Em declarações à Agência Ecclesia, o bispo afirmou que também a diocese "não tem capacidade de responder a todas as solicitações", estando, no entanto, a estudar algumas soluções.

Outro dos problemas abordados foi o da fraca inserção dos movimentos nas paróquias, devido "à forte independência dos mesmos, salvo raras excepções". As pessoas que pertencem aos movimentos, "estão inseridas na paróquia, mas os movimentos, enquanto tal, nem por isso", diz D. Manuel Madureira Dias.

Fonte JN

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