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CORAÇÃO DE JESUS UNE TODAS AS CONFISSÕES
2002-01-25 16:57:03

'Pela paz. Pela paz". Foi a formular este desejo, selado com um forte abraço, que os representantes das várias comunidades e a assistência assinalaram ontem, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, o encontro inter-religioso.

A paz foi, de facto, o denominador comum neste encontro, em que líderes religiosos e da comunidade civil apelaram a um maior empenho da humanidade em prol de um mundo melhor. O apelo surgiu sobre a forma de leituras de textos sagrados e de mensagens à sociedade. Em representação da comunidade hindú, Kantilal Jamnadas lembrou Gandhi e evocou algumas das suas máximas: "Olho por olho e o mundo acabará cego". Ou:"As religiões são caminhos diferentes seguindo para o mesmo ponto". Ou: "Não existe um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho". Em representação das várias igrejas cristãs, o padre Alexandre Bonito, da Igreja Ortodoxa grega, leu as "Bem-aventuranças (Mateus 5,1-12) e, mais tarde, sublinhou ao CM a importância deste encontro:"Os líderes religiosos estão a fechar as portas aos políticos, que querem aproveitar a religião para outros fins". Por seu turno, o pastor Viegas Bernardo, da Igreja Presbiteriana, lembou o discurso de Martin Luther King na recepção do Prémio Nobel da Paz, em 1964: "Hoje, na noite do mundo e na esperança da boa nova, afirmo com audácia a minha fé no futuro da humanidade". Paulo Borges, em representação dos budistas, leu a oração para a paz por Shantideva: "Possa eu ser em todos os tempos, hoje e sempere, O protector dos que não têm protecção (...)". A oração pela paz tomou ainda forma através de intervenções da comunidade islâmica (na tradição ismaelita e sunita), e bahá'i. Refira-se que Abdul Vakil, presidente da comunidade islâmica de Lisboa, leu uma mensagem do Rei Mohammed VI, de Marrocos, lembrando o Islão apela ao diálogo ameno e cortês. Coube ao Cardeal Patriarca, D. José Policarpo encerrar este encontro. E a melhor forma foi relatar dois casos que protagonizou. Em Coxim, na Índia, ao inquirir um motorista sobre a importância da religião, ouviu o seguinte: "Vocês vêm do ocidente e não percebem este país. Na Índia há muitas religiões. São todas boas, o mau é não ter nenhuma.". Noutro caso, em Jerusalém, D. José Policarpo lembrou que ao entrar numa mesquita e ao ver um muçulmano a rezar sentiu que também ele, Policarpo, estava a rezar. Comentando estes dois factos, o Cardeal Patriarca assinalou: "Graças a Deus que todos acreditamos em Deus". "SInais como de Assis apontam para um mundo novo. O ateísmo e o agnosticismo vão contra o homem. Não há nada de mais maravilhoso do que um crente que reza com humildade".


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