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Guião de Oração da Semana da Unidade 2002 - introdução
2002-01-18 12:00:00

Introdução ao tema para 2002
“Pois em ti está a fonte da vida” (Sl 36 [35], 10)

É grande a esperança de que o novo milénio possa, em breve, conduzir à reconciliação aqueles que crêem em Cristo, apesar dos obstáculos históricos, teológicos, culturais e psicológicos. Aparentemente, nós não encontramos a maneira de derrubar as barreiras que ainda nos separam e que se opõem ao anúncio unificado do Evangelho, para o mundo.


As Igrejas europeias deram um sinal de esperança a todo o movimento ecuménico com a Carta Ecuménica, redigida após duas assembleias continentais (Basileia, 1989, e Graz, 1997). O objectivo desses encontros foi levar as Igrejas a reflectirem juntas sobre a sua responsabilidade para com o Evangelho e a História. A Carta, que traduz o compromisso das Igrejas com a reflexão, o testemunho e a acção comum numa Europa unida mas muito diversificada, é como um mapa de navegação que elas deveriam adoptar para acelerar a viagem rumo ao porto da unidade visível. Podemos novamente perguntar-nos: qual é o segredo da reconciliação e qual é a chave que permite o uso adequado de instrumentos como uma Carta?

O tema da Oração pela Unidade Cristã 2002, “Pois em ti está a fonte da vida” (Sl 36 [35], 10), sugere-nos que, para penetrar esse segredo, é preciso descobrirmos o caminho que conduz à fonte da vida. O símbolo da fonte lembra-nos que é necessário voltar às origens, ao princípio, às raízes, ao essencial. Para caminhar juntos, os cristãos devem fundamentar-se na Palavra de Deus, na revelação do rosto de Deus, em Jesus Cristo, na força renovadora do Espírito de Deus e no conhecimento do amor de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Sem a luz da fonte de toda a luz, os problemas que encontramos pelo caminho permanecem envolvidos nas trevas e tornam-se pedras de tropeço. A fonte é a imagem da água que jorra em abundância. Conhecemos a riqueza simbólica e teológica da água na Bíblia, do Génesis ao Apocalipse. A água dá vida e purifica. A fé, a oração e a acção comum podem fazer jorrar água até da pedra árida do ressentimento e lavar o pecado da divisão do seio do povo cristão.

Este ano, um grupo local ofereceu-nos ocasião para reflectirmos, positivamente, sobre a fonte de vida que temos em comum. Todos nos revigoramos na única fonte criadora: o Deus Trindade que vivifica. Ao longo da história da salvação Deus mostrou a fidelidade do seu amor criando a humanidade, sustentando-a, renovando-a e salvando-a. Fonte de vida e de luz, Deus revelou a profundidade desse amor em Jesus Cristo, que veio para levar todos os homens a ele através da sua generosa oferta de plenitude de vida, a própria vida de Deus. O amor de Jesus não conhecia limites, pois ele envolveu inteiramente a criação pecadora na Sua morte na Cruz. Da árvore da vida ele reconciliou os pecadores com Deus. Na ressurreição de Jesus, Deus confirmou a sua oferta de vida abundante para aqueles que aceitam Jesus como Senhor e que são baptizados em Cristo e se revestiram de Cristo. Em Cristo nós somos um e herdeiros conforme a promessa de Deus (cf. Gl 3, 27-29). É pelo baptismo que somos unidos a Cristo na fé e igualmente unidos uns aos outros na comunhão do Corpo de Cristo (cf. 1Cor 12, 13). É esta unidade fundamental que todos os cristãos partilham e foi por ela que Jesus rezou na véspera da sua morte. O escândalo da divisão dos cristãos exorta-nos a reconhecer o que temos em comum no mesmo baptismo e a testemunhá-lo para o mundo.

Os textos para os Oito Dias fornecem uma reflexão sobre a nossa fonte da vida comum. Nós fazemos parte da criação (Primeiro dia); a vida nos é dada pela Trindade e nós somos criados à imagem e semelhança de Deus. O amor fiel de Deus é oferecido gratuitamente a todos aqueles que o aceitam em Jesus, Salvador e Redentor da humanidade. Quando Jesus é baptizado, Deus faz saber que todos têm acesso à fonte de vida em Jesus, o rochedo espiritual de onde jorra a água que dá a vida (Segundo dia).

Entretanto, em nossa caminhada devemos enfrentar numerosos desafios pessoais e comunitários. É igualmente verdadeiro para as Igrejas na caminhada ecuménica. Apesar da tentação de desistir diante das dúvidas e angústias, Deus dá-nos a certeza de que Ele nos sustentará com a água da fonte da vida (Terceiro dia).

O pecado entrou no nosso mundo porque os homens livremente fizeram essa escolha. A mesma água que jorrava da fonte da vida deve, agora, restaurar a vida onde reina a morte. Na constância do Seu amor, Deus renovou a criação em Seu Filho Jesus que veio para mostrar o caminho do Reino de Deus. Jesus ensinou-nos que ninguém pode entrar no Reino sem ter nascido da água e do Espírito. Nós, cristãos, acabamos compreendendo que, pelo nosso baptismo, tornamo-nos uma nova criação e membros uns dos outros no único Corpo de Cristo (Quarto dia).

O encontro com Deus, fonte de vida no baptismo, faz nascer uma nova visão da pessoa e da comunidade humanas e de novas maneiras de agir e de testemunhar no mundo (Quinto dia).

Discípulos de Cristo, nós somos convidados a cumprir a missão de levar compaixão e vida para o mundo (Sexto dia).

Os frutos da nova vida, constantemente banhados pela Palavra de Deus, resplandecem sem cessar na vida dos cristãos e na caminhada ecuménica das Igrejas (Sétimo dia). Deus, fonte de vida, é igualmente fonte de esperança. A oferta de uma nova vida que nos é feita em Cristo é um dom. Aceitando esse dom, nós entramos em comunhão com aqueles que aceitaram Cristo como Senhor e, pelo nosso baptismo comum, comprometemo-nos a buscar a unidade visível do Corpo de Cristo (Oitavo dia).

Fonte Ecclesia

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