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No caminho de Assis
2002-01-15 22:06:14

O convite de S. Santidade João Paulo II aos chefes das religiões para uma nova Jornada Mundial pela Paz, num mundo em profunda mudança, principalmente depois dos acontecimentos de 11 de Setembro é um momento de paragem, de encontro, de diálogo de oração pela Paz no mundo.

Uma paragem num caminho que já vem desde 1986, quando S.S. João Paulo II convocou, pela primeira vez, uma Jornada mundial de Oração, em Assis, na qual a Comunidade de Sant’Egídio acolheu o convite de S.S. João Paulo II no final do encontro: “continuemos a difundir a mensagem da paz e a viver o espírito de Assis”.
Desde então, através de uma rede de amizades entre os representantes de diferentes fés e culturas em mais de 60 países, a comunidade de Sant’Egidio promoveu uma peregrinação de paz, que fez uma paragem, ano após ano, em diferentes cidades Europeias e mediterrâneas.
É um caminho em que umas ao lado da outras as grandes religiões procuram uma estrada juntas, levando o olhar sobre o mundo e sobre o sofrimento dos homens e das mulheres deste tempo. E uma peregrinação comum, feita no respeito das diferenças, mas com o desejo de convergir com paciência através da amizade e amor comum. O Espírito de Assis é, de facto, o contrário da auto-referência medrosa de si mesmo, que torna estrangeiros e inimigos os homens de religião. Cumprir esta peregrinação significa ir à raiz das singulares mensagens religiosas e encontrar-se uma mensagem de paz. Neste sentido o espírito de Assis, de unidade entre cristãos e de diálogo entre as religiões, é como um ícone que evoca a unidade do género humano. Tal dialogo reforça as igrejas e as religiões diante ao perigo constante de resignar-se à intolerância e à divisão. Este é um caminho de amizade entre os crentes que deve resistir às dificuldades e às diferenças, com a consciência que não há alternativa ao diálogo e tornar-se assim polo de atracção por todos aqueles que procuram um modo mais justo e mais humano. Como escreveu João Paulo II na sua mensagem para o encontro promovido em Setembro de 2000 em Lisboa. “O diálogo não ignora as reais diferenças, nem cancela a comum condição de peregrinos em direcção a novas terras e a novos céus. E o diálogo convida todos para além de si a robustecer aquela amizade que não separa e não confunde. Devemos todos ser mais audazes neste caminho, para que os homens e as mulheres deste nosso mundo, qualquer que seja o povo ou a que credo pertençam, possam descobrir-se filhos do único Deus e irmãos e irmãs entre eles”.
Esta é a alma com a qual a Comunidade trabalha neste caminho para a Paz, inspirando-se na força de paz das religiões “força débil” diferente da força do mundo que provoca a guerra. Em que oração está no coração desta força débil na consciência que “só a paz é santa” e que as grandes religiões devem colaborar na sua edificação nas consciências bem como na vida pública. Neste sentido é necessário continuar a fazer soprar o espírito de Assis em toda a parte.
Num mundo em profunda mudança em que tantos dos valores sobre os quais os Homens e Mulheres se baseavam estão em mudança, é necessário encontrar dentro desta “Força Débil” das religiões valores profundos de justiça e de paz para uma cultura de convivência e de paz, “colocando de parte o que divide e colocando ao centro o que une”.

Isabel Bento
Comunidade de Sant’Egidio

Fonte Ecclesia

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