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Ucranianos da Ramada celebram natal bizantino
2002-01-08 12:05:37

No Centro Comunitário Paroquial da Ramada celebrou-se, domingo, a festa do Natal ucraniano. Uma missa em rito bizantino, seguida de um ceia com os 12 típicos pratos da gastronomia ucraniana que fazem parte dos rituais natalícios daquele país, fizeram esquecer às dezenas de imigrantes que se deslocaram à Ramada as saudades do seus país e dos seus familiares.


Não foi uma iniciativa que surgisse do acaso, conforme disse o pároco Daniel: "A nossa paróquia tem acompanhado um grupo de trabalhadores ucranianos, ministrando aulas de português e dando o apoio possível na sua integração". "Foi por sugestão deles que fizemosesta celebração, presidida por um sacerdote ucraniano, o padre Natanael, que se encontra em Portugal. A ceia foi confeccionada por eles, apenas fornecemos os ingredientes necessários", revelou.
O Natal é uma quadra com muita importância na Ucrânia, onde impera o calendário Juliano, pelo que é comemorado a 7 de Janeiro. "Como eles trabalham, resolveu fazer-se no dia anterior, que corresponde ao nosso dia de Reis", explicou o padre Daniel. O que não impediu que muitos elementos da comunidade paroquial da Ramada se associassem ao evento e participassem na missa, que tem a particularidade de ser praticamente toda cantada. "Os ritos são diferentes, mas a fé é a mesma", referiu o padre Delmar Barreiro, director da Pastoral para a Migração.

Clandestinidade
O momento serviu também para o padre Daniel lembrar as condições de fragilidade em que se encontram muitas das comunidade de imigrantes, ucranianos e não só, vítimas da "exploração fácil, vivendo na clandestinidade, alvos da insegurança", pessoas cuja maior "anseio é terem uma vida mais digna".
Olekij Branashko, conselheiro da embaixada da Ucrânia, disse que cerca de 40 mil imigrantes ucranianos já se encontram legalizados, mas que espalhados pelo país em situação ilegal estão muitos mais. "Para além disso muitos não tem contratos de trabalho, o que cria situações muito complicadas", revelou, referindo-se aos grupos criminosos que vivem da extorsão destes trabalhadores.
As amarguras, porém, foram esquecidas num momento de convívio, onde as lágrimas estiveram presentes, pois os cânticos, a música, a comida tradicional- onde a carne esteve ausente, mas não faltou o tradicional «Kutia» um bolo de arroz, mel, noz, grão de papoila
- e as imagens projectadas da Ucrânia traziam à memória as famílias que estão longe.

Fonte JN

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