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Na Festa da Sagrada Família
2001-12-30 00:00:00

Mensagem às Famílias Na Festa da Sagrada Família 30 de Dezembro de 2001


1. Comemoramos o Dia da Sagrada Família, neste final de 2001, com a memória ainda viva e grata do tempo de graça do Jubileu do ano 2000. Dele brotou, no início de um novo milénio, um grande impulso para que toda a Igreja se faça ao largo, e um forte apelo a todos os baptizados para que reconheçam que receberam de Deus uma vocação radical à santidade, e a ela respondam, com fidelidade e sem medo, no meio deste mundo em que vivemos. Na Igreja, todas as famílias cristãs recebem estes apelos e são chamadas a responder-lhes, à sua maneira própria de Igrejas domésticas.
Mas o apelo do Jubileu deve chegar a todas as famílias, a todos os homens e mulheres, como um desafio e uma força para que seja construída uma sociedade mais justa e fraterna, uma civilização do amor que permita que todas as pessoas e todas as famílias atinjam a plenitude a que têm direito, como filhos de Deus que são. A civilização do amor há-de ser feita nas famílias e através das famílias, até chegar a dar um espírito novo e novas formas de vida a todos os grupos e instituições, aos nossos padrões de pensar, viver e amar.
Os dons preciosos do amor e da vida que o Criador depositou, de um modo especial, nos corações e nas mãos dos esposos e das famílias são indispensáveis e insubstituíveis, não só como dons, mas também como tarefas a assumir com determinação e responsabilidade, para que se possa cumprir o anseio que vai brotando, de muitas formas e de muitos lados, de construir um homem novo numa nova comunidade, num tempo novo que está a emergir, num parto doloroso, mas fértil em desafios e esperanças.

2. Os acontecimentos do dia 11 de Setembro de 2001 e tudo o que se lhe tem seguido revelaram, de forma particularmente brutal, a face dramática da mudança de época que nos é dado viver. O ódio e a morte irromperam violentamente, atingindo directamente muitas famílias e, indirectamente, todas as famílias e pessoas que habitamos esta terra.
Apelamos a todas as famílias para que encarem estes acontecimentos com serenidade, lucidez e responsabilidade. Os esposos e as famílias são o que são, e só podem viver a partir do Amor que se alimenta do dom gratuito e partilhado, e do permanente cuidado pela Vida de cada um, tal como é, e de todos. É tempo de as famílias reforçarem a sua consciência de missão, pondo-se ao serviço da construção de um mundo melhor, a partir das suas forças e valores fundamentais.
Sabemos que as famílias constituem o meio próprio, e por excelência, do reconhecimento e aprendizagem de valores tão importantes para os dias que passam como os da liberdade, responsabilidade, justiça, verdade, amor e paz.
Além disso, as famílias podem e devem ter uma participação mais activa, isoladamente ou por meio de associações, em prol da promoção ou defesa dos seus valores e do adequado exercício dos seus direitos e obrigações nos vários âmbitos e instituições em que o devam fazer, tais como a escola, a comunicação social, a saúde, a política social, a habitação e urbanismo, a política fiscal, etc.
Sabemos bem que muitas famílias vivem situações difíceis, quer nas suas relações e funções internas, quer nas suas relações com o contexto social, de onde resulta uma maior ou menor incapacidade para viver o projecto de vida conjugal ou familiar feliz a que aspiram. Pedimos aos esposos que não desistam de lutar pela defesa do amor e do casamento, e à sociedade e ao Estado que respeitem e apoiem as famílias, para o bem de Portugal, hoje e no futuro.
Para as famílias cristãs, as actuais circunstâncias oferecem renovados motivos para crescerem na fé, na esperança e na caridade. Justamente neste contexto, surgiu um sinal claro, uma resposta não só para hoje e para alguns, mas para todos os casais e famílias cristãs de hoje e do futuro.

3. Em consonância com o ensino do Concílio Vaticano II e do Magistério da Igreja, ao longo das últimas décadas, sobre o Matrimónio e a família, designadamente da Exortação Apostólica “Familiaris Consortio”, publicada há vinte anos, o Papa João Paulo II procedeu, em 21 de Outubro de 2001, na Basílica de S. Pedro, em Roma, à beatificação de Maria e Luís Quattrocchi, que viveram em Roma durante a primeira metade do século XX.
Este acontecimento reveste-se de um especial significado para toda a Igreja, de um modo particular para todos os esposos cristãos: tratou-se, com efeito, da primeira beatificação de um casal.
Deles disse o Papa, na homilia da Celebração Eucarística para a beatificação do casal, que “inspirando-se na palavra de Deus e no testemunho dos santos, viveram uma vida ordinária de maneira extraordinária”, e que “para eles, a fidelidade ao Evangelho e a heroicidade das virtudes foram reveladas a partir da sua existência como cônjuges e como pais”.
E dirigindo-se a todas as famílias presentes, João Paulo II disse-lhes que “temos hoje uma particular confirmação de que o caminho de santidade percorrido em conjunto, como casal, é possível, é belo, é extraordinariamente fecundo e fundamental para o bem da família, da Igreja e da sociedade”.
Queridos casais cristãos de Portugal, nesta Festa da Família de Nazaré, exortamo-vos a que aceiteis, com Maria e como Maria, estas palavras como um convite para que deixeis que Cristo nasça e viva no meio de vós e da vossa vida familiar, e faça de vós seus discípulos e testemunhas.
Em Cristo, o Amor venceu o ódio e a Vida venceu a morte.

A Comissão Episcopal da Família

Disponível no endereço: http://cefamilia.ecclesia.pt/mensag.htm


Fonte Ecclesia

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