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Bispo reza com família real
2001-12-09 18:01:36

A rainha de Inglaterra, chefe da Igreja Anglicana, convidou um bispo católico para rezar no seu palácio de Sandringham. As diferenças entre as confissões começam a ser aceites naturalmente.


Será a 13 de Janeiro que o presidente da Conferência Episcopal da Igreja Católica em Inglaterra, cardeal Murphy-O'Connor, se deslocará às instalações reais para participar num serviço religioso, devendo estar presentes a rainha Isabel, a rainha-mãe, o príncipe Filipe e outros membros da nobre família. "Trata-se de um sinal que evidencia a determinação da própria rainha em promover as relações ecuménicas dentro da nação", disse, em declarações à comunicação social, o porta-voz do cardeal católico.

É a primeira vez, desde que o rei Henrique VII "criou" o anglicanismo, no século XVI, que uma autoridade da Igreja Católica é convidada para estar presente num culto religioso ao lado do chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Inimigas históricas, a última tentativa de aproximação entre ambas as confissõess partiu da princesa Maria Tudor, ainda no século XVI, tendo resultado num banho de sangue.

Isabel II sempre demonstrou uma postura de diálogo perante a minoria católica do seu país. Em 1999 condecorou o anterior presidente da Conferência Episcopal, cardeal Basil Hume, quando este já padecia de cancro, vindo pouco tempo depois a falecer. Em 1995, foi também ela a primeira monarca a participar numa cerimónia religiosa ecuménica na catedral de Westminster.

O actual convite ao cardeal Murphi O'Conner reveste-se de um especial significado quando as diferenças religiosas estão a ser interpretadas, por alguns sectores, como causa de violência no mundo. Por outro lado, ainda permanece na memória a Nota Pastoral de João Paulo II, a Dominus Iesus, em que se apresenta a "única Igreja de Cristo a que subsiste na Igreja Católica".

Mas, afinal, tão polémico à data da sua publicação, o documento não provocou tantas "feridas" quantas as previstas. Entretanto, católicos e luteranos já estão mais próximos com a aceitação mútua da mesma doutrina sobre a Justificação; o Vaticano aprovou que os católicos caldeus e os assírios orientais possam comungar e participar nas missas uns dos outros; e o Papa também tem viajado com frequência para países ortodoxos.

De um modo geral, as verdades começaram a abraçar-se, reconhecendo-se mutuamente - embora cada uma se considere mais autêntica, aceitando que a outra pense o mesmo.

No dia 14, data em que termina o Ramadão, os cristãos vão unir-se aos muçulmanos num dia de jejum pela paz no mundo. A 24 de Janeiro, todas as religiões - a convite de João Paulo II - vão rezar juntas na cidade de Assis. Passos que podem auspiciar uma nova era, acabando de vez com todos os que, com lógicas religiosas, vão dividindo o mundo.

Fonte DN

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