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Carta às comunidades cristãs
2001-12-05 21:05:05

Carta às Comunidades Cristãs do Cardeal Patriarca de Lisboa, apelando à oração e à solidariedade, em plena sintonia com o convite feito por João Paulo II para que, a 14 de Dezembro próximo, último dia do Ramadão, toda a Igreja implore de Deus o dom da concórdia e da paz.


Irmãos caríssimos,

Dirijo-me a vós, neste início de Advento, tempo litúrgico que nos sugere uma oração mais intensa, para irmos mais profundamente ao encontro de Cristo, para vos falar do convite de João Paulo II à oração e à penitência pela paz. De facto preparamos o próximo Natal, tempo de alegria e de paz, num contexto preocupante de guerra e de novas ameaças à paz. Ouçamos o Santo Padre:
“A cena internacional continua perturbada por tensões preocupantes. Não podemos deixar de recordar os graves sofrimentos que afligiram e continuam a afligir tantos irmãos e irmãs no mundo: milhares de vítimas inocentes nos gravíssimos atentados do passado dia 11 de Setembro; inúmeras pessoas obrigadas a abandonar as suas casas para enfrentar o desconhecido e, por vezes, a morte cruel; mulheres, velhos e crianças, expostos ao risco de morrer de frio e de fome”.

E o Papa continua: “numa situação que se tornou dramática devido à presente ameaça do terrorismo, sentimos necessidade de elevar a nossa voz até Deus. Quanto mais intransponíveis parecem as dificuldades, tanto mais insistente deve ser a nossa oração para implorar de Deus o dom da compreensão recíproca, da concórdia e da paz”.
O Santo Padre lança duas iniciativas concretas, na linha da oração pela paz, a que a Diocese de Lisboa quer responder: um dia de oração para toda a Igreja, no dia 14 de Dezembro; e um encontro de oração, em Assis, dos dirigentes de todas as principais religiões do mundo. Como responderemos a estes dois apelos?

* No dia 14 de Dezembro, eu celebrarei na Sé Catedral, em união com o Santo Padre, às 19 horas. Espero que, não apenas as pessoas, mas as comunidades cristãs da Diocese tomem iniciativas nesta linha.
O Santo Padre lembra-nos que a oração, quando é acompanhada do jejum e da esmola, adquire uma força particular. Por isso nos convida a fazer desse dia de oração, um dia de jejum e de partilha fraterna e marca o destino dessa partilha fraterna: “os pobres, em particular os que sofrem neste momento as consequências do terrorismo e da guerra”. O resultado da nossa partilha, nesse dia de oração e de jejum, será encaminhado para a Caritas Internacional, através da Caritas Diocesana.
Ouso apelar a todos os homens e mulheres que anseiam pela paz, que se unam a nós, em gestos de austeridade voluntária, para uma partilha generosa.

* Para o dia 24 de Janeiro está a ser preparado um encontro inter-religioso de oração, em sintonia e comunhão com o encontro de Assis. Todos os crentes em Deus devem, segundo as palavras do Santo Padre, “proclamar ao mundo que a religião nunca se deve tornar em motivo de conflito, de ódio e de violência”.

Enquandremos a vivência generosa e confiante do próximo dia 14 de Dezembro, na nossa vivência de Advento, pois a oração, o jejum e a esmola, expressões seculares destes tempos de conversão, prepararão o nosso coração para o encontro com o Verbo de Deus, feito Homem.
Desejo a todos um Advento generoso e um Santo Natal.

Lisboa, 5 de Dezembro de 2001

† JOSÉ, Cardeal-Patriarca

Fonte Ecclesia

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