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Igreja em Azeitão Que Ameaça Desabar Continua Aberta
2001-11-19 08:35:12

A cobertura da igreja da Misericórdia de Azeitão está em risco desabar, devido ao apodrecimento da estrutura de madeira que suporta as telhas, diz o provedor da Misericórdia de Azeitão, Jorge Carvalho.

O templo continua, mesmo assim, aberto ao público para velórios.

A Misericórdia diz que não tem dinheiro pagar a reparação deste edifício do século XVI, classificado pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar) como imóvel de interesse público. Para reunir os cinco mil contos necessários às obras lançou uma campanha de recolha de fundos junto da população, de modo a colmatar a falta de apoios por parte das autarquias e do Estado.

A gravidade do problema confirmou-se após o mau tempo do final de Setembro, quando a chuva começou a cair no interior do templo. A inspecção feita na altura por um arquitecto e um construtor civil confirmou que as asnas que suportam as telhas estão podres e começaram a ceder. Segundo os técnicos, é urgente substituir toda a estrutura. Caso contrário, a cobertura poderá desabar com uma chuvada mais forte. "Disseram-me que o trabalho é para ter sido feito ontem", conta o provedor da Misericórdia de Azeitão, Jorge Carvalho.

O imóvel foi construído em 1599. No seu interior há vários quadros do século XVI e XVII e estatuetas religiosas de valor considerável. Por outro lado, a igreja tem a única capela mortuária das freguesias de S. Lourenço e de S. Simão. Caso deixe de funcionar, os serviços fúnebres terão de ser realizados em Setúbal, o que obrigará os habitantes a deslocarem-se mais de 15 quilómetros.

Jorge Carvalho diz que a Misericórdia de Azeitão é "paupérrima e não tem propriedades nem edifícios de onde possa retirar rendimentos, como acontece com outras misericórdias". Os recursos financeiros foram canalizados para o centro de dia para idosos, um edifício construído de raiz em Julho do ano passado. As restantes verbas são gastas no apoio médico aos habitantes da zona, visto que o único posto de saúde é insuficiente, e na assistência a doentes terminais.

O provedor lamenta que o trabalho público desenvolvido pela instituição não seja correspondido pelas autoridades com a disponibilização das verbas para reparar a igreja. A Câmara de Setúbal diz não ter dinheiro disponível, enquanto o Ippar ainda não desbloqueou qualquer financiamento, relata. Os apoios dos habitantes têm sido escassos e surgem a conta-gotas, até porque já tinham contribuído para o centro de dia, construído sem qualquer dinheiro do Estado. "O problema é o desfasamento entre o tempo para arranjar o dinheiro e a urgência para que isto não caia", observa. Confrontado com a decisão de manter o local aberto, acaba por minimizar as dimensões do problema: "O risco de derrocada não é iminente. Mas pode surgir com a chuva".

Fonte Público

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