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Bispos Preocupados com Descida de Presenças nas Missas
2001-11-16 14:32:21

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está deveras preocupada com a "descida significativa" do número de católicos que vão à missa, de acordo com a última contagem de presenças feita em Março e que aponta para um número na casa dos 20 por cento, depois de se situar nos 26 por cento, há 10 anos.

Sem querer dramatizar os números, até porque faltam ainda os dados do recenseamento geral da população, a divulgar pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os bispos afirmam que as quebras mais importantes são nas dioceses do Norte do país, onde se regista o maior número de presenças na missa, nas faixas etárias dos 7 aos 14 anos e dos 15 aos 24, e ainda nas jovens mulheres dos 15 aos 24 anos.

Para contrariar as descidas, os bispos apontam alguns sinais animadores: aumentou o número de pessoas que comungam nas missas, o que pode indiciar uma maior consciência do acto, e cresceu também o número de presenças nas eucaristias de domingo nas dioceses de Évora, Beja e Algarve - o Sul do país, onde se regista o índice mais baixo, que há 10 anos atingia, no caso de Beja, pouco mais de quatro por cento.

Para contrabalançar o inquérito presencial feito em Março - quando foram contadas todas as pessoas presentes em todas as missas de domingo em todo o país - a CEP prepara entretanto a realização de uma sondagem nacional. Esse novo inquérito será desta vez feito por método de amostragem, em todo o país, incluindo as regiões autónomas, facto quase inédito nestas amostras. Incidirá sobre comportamentos, atitudes e valores religiosos dos portugueses e será realizada no terreno em Dezembro e Janeiro por dois centros de estudos da Universidade Católica - o de Sondagens e Opinião e o de Sociologia Pastoral.

Estes elementos foram ontem divulgados em Fátima, no final da conferência de imprensa que encerrou os trabalhos da assembleia plenária da CEP. O vice-presidente do episcopado, D. António Marcelino (o presidente, patriarca de Lisboa, está retido em casa depois da arritmia que sofreu na segunda-feira), disse que também está interessado em saber quem se declarou como católico no recenseamento geral da população - uma pergunta facultativa que o inquérito do INE incluía.

António Marcelino, também bispo de Aveiro, referiu ainda que a apreciação da quebra registada pode ser falaciosa: "Há crianças que passaram a ter catequese à semana e deixaram, por isso, de ir à missa ao domingo, há um número crescente de praticantes que vão à missa à semana." Os bispos não querem "sonegar informação" nem "entrar em pânico", mas as próximas jornadas de estudo da CEP, em Fevereiro, serão dedicadas a debater este tema.

O vice-presidente da CEP ainda se referiu a uma carta do director-geral do Ambiente, solicitando que os sinos das igrejas cumpram a lei do ruído. "Há leis, mas há casos em que a mesma pessoa que pôs a aparelhagem sonora no sino da paróquia veio depois protestar contra o barulho, porque entretanto se zangou", assinalou D. António.

Pela primeira vez, a CEP divulgou também o seu orçamento anual: em 2002, os serviços da Conferência Episcopal prevêem um movimento de 118 mil contos. As principais receitas vêm dos contributos das dioceses e das edições, enquanto as despesas são essencialmente com remunerações de pessoal.

Fonte Público

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