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XIV Jornadas Nacionais de Pastoral Familiar
2001-11-12 21:24:41

Nos dias 10 e 11 de Novembro de 2001, tiveram lugar, em Fátima, as XIV Jornadas Nacionais de Pastoral Familiar em que foi tratado o tema do protagonismo da família na pastoral familiar, na sua globalidade.


Nestas Jornadas foi celebrado o XX aniversário da publicação da Exortação apostólica “Familiaris Consortio”, de João Paulo II.
Das exposições apresentadas e da reflexão dos participantes retiraram-se as seguintes


CONCLUSÕES

1. Os casais sentem a necessidade de se apoiarem mutuamente para desempenharem a sua missão na Igreja e no mundo, especialmente tendo em conta o facto de viveram numa sociedade que, em grande parte, perdeu as suas raízes cristãs, embora tenham ficado sementes que ajudarão a reencontrar hoje os valores do Evangelho.

2. Os casais cristãos precisam de reavivar e fortalecer a consciência da sua identidade eclesial, isto é, de que são verdadeiras “igrejas domésticas”, a partir da escuta e da procura da Palavra e do Amor de Deus, e de participam, “a seu modo”, enquanto casais e famílias, na missão evangelizadora da Igreja.

3. Os pais experimentam, com angústia, muitas dificuldades na sua missão de educar na fé os seus filhos. Reconhecem que outras pessoas e instituições pesam, por vezes mais do que a família, na formação e nas escolhas dos seus filhos.

4. É necessário que os pais tomem uma mais clara consciência não só dos seus deveres, mas sobretudo das suas capacidades enquanto “igrejas domésticas”, nas quais está presente e opera a força salvífica de Jesus Cristo. Por isso, eles devem assumir corajosa e confiadamente a sua missão de acompanhar, de forma permanente e atenta, e desde a primeira hora, o crescimento dos seus filhos, ajudando-os a encontrarem-se com Deus, a descobrirem a sua vocação, mesmo a vocação sacerdotal, religiosa e missionária, e apoiando-os, através de experiências gratificantes de amor e dedicação aos outros, numa resposta dada com generosidade e inteira liberdade aos apelos de Deus. Isto quer dizer que os pais não podem demitir-se da sua missão de guiar e apoiar os filhos nas suas escolhas.

5. As famílias cristãs evangelizam através do testemunho simples e quotidiano das suas vidas permanentemente inspiradas no Evangelho. Elas revelam o Amor de Deus presente no amor conjugal e familiar; fazem, assim, frutificar os dons que continuamente recebem de Deus. Deste modo, cada família cristã participa e dá visibilidade à fecundidade da Igreja.

6. Numa sociedade e numa cultura que favorecem a passividade e a permissividade, que promovem modelos aberrantes de “família”, que deixam as famílias desprotegidas nos seus legítimos direitos, as famílias cristãs são chamadas a assumir, com coragem e lucidez, o seu protagonismo intervindo na transformação da sociedade.
Para isso, elas têm de estar conscientes da força que transportam dentro de si, pela presença do Amor de Deus que as alimenta, pela Aliança que as fortalece, pela oração que as ilumina, pela reconciliação que as purifica. Crescendo na santidade, pelos caminhos do amor e da vida em cada dia assumidos e recriados, a família cristã desempenha, a seu modo, em comunhão com Jesus Cristo, a missão salvífica na Igreja e no mundo.

7. O protagonismo das famílias, à luz da Exortação “Familiaris Consortio”, implica uma profunda revisão da organização da pastoral familiar e também uma cuidada formação dos seus agentes. Neste campo, muito está ainda por fazer.
Mais do que destinatários de iniciativas pastorais, devem as famílias cristãs ser suas promotoras, agindo de forma organizada e em comunhão eclesial.
A renovação das comunidades paroquiais depende muito das famílias. Quando as paróquias apostam nas famílias e as famílias estão atentas e activas nas paróquias, estas renovam-se.

8. É necessário conhecer a realidade, os problemas e os anseios das famílias. Por isso, as famílias cristãs têm de estar atentas, recolher dados, estudá-los, dar conhecimento deles a várias entidades, procurar respostas reunindo diversos intervenientes, entre os quais os Movimentos familiares.

9. Passaram vinte anos sobre a publicação da Exortação “Familiaris Consortio”. Este documento contém apelos que permanecem de flagrante actualidade, requerendo o protagonismo das famílias cristãs.
Se o futuro da Humanidade depende da família, então o protagonismo das famílias é fonte de esperança para uma sociedade nova e melhor num mundo tão carregado de ameaças.

10. Por tudo isto, os participantes destas XIV Jornadas Nacionais, consideram que a pastoral familiar deve ter como primeiro objectivo promover em cada família, em cada paróquia, em cada movimento, em cada diocese, o protagonismo activo e responsável das famílias, ou seja, que as famílias cristãs tomem consciência da sua identidade como verdadeiras “igrejas domésticas”, e nela encontrem a força e a coragem para o desempenho da sua missão renovadora na Igreja e no mundo.

Fátima, 11 de Novembro de 2001

Fonte Ecclesia

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