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Sacerdotes com problemas financeiros na diocese de Braga
2000-09-24 13:14:30

Os padres da diocese de Braga vão criar um fundo de pensões para acabar com a «penúria» em que alguns vivem, uma decisão tomada esta semana durante a Assembleia Jubilar Sacerdotal.



Preocupado com a média de idades dos padres diocesanos (61 anos) e com as pequenas reformas que a grande maioria recebe (pouco mais de vinte mil escudos), D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, quer ainda elaborar um «rigoroso» Estatuto Económico do Clero.

Ao longo dos dois dias de reflexão, os cerca de duzentos e cinquenta padres presentes foram convidados a fazer «um exame de consciência sobre a vida e o ministério sacerdotal». E nesta análise surgiram já alguns desabafos sobre os problemas financeiros dos sacerdotes. De resto, D. Jorge Ortiga já por muitas vezes ouviu o lamento de vários párocos que se queixam que, «depois de velhos, não têm direito a uma reforma condigna». Por tudo isto, a diocese convidou especialistas em economia a apresentarem propostas capazes de resolver as desigualdades financeiras entre os sacerdotes. Segundo o arcebispo bracarense, a solução passa mesmo pela a criação de um fundo de pensões. «Os padres que foram e são professores não têm qualquer problema com a reforma, mas os que toda a vida trabalharam apenas nas paróquias têm sérias dificuldades em pagar, por exemplo, as despesas de saúde», disse D. Jorge Ortiga.

O actual sistema de descontos aplicado na diocese de Braga, e na maioria das dioceses do país, parece não resultar: os padres assumem perante a lei que recebem o ordenado mínimo nacional e é sobre ele que entregam, mensalmente, na diocese o valor correspondente aos descontos para a Segurança Social. Já na posse do dinheiro dos sacerdotes, é depois a igreja diocesana que se assume como «entidade empregadora» e que encaminha »os descontos» para o organismo que mais tarde pagará as reformas aos padres.

«São situações muito precárias que não devem continuar assim», referiu ainda o responsável máximo pela diocese bracarense. Par além deste «encaminhamento» dos descontos, a igreja conta ainda com a ajuda do Instituto Diocesano de Apoio ao Clero (IDAC) que, como Instituição Particular de Solidariedade Social, presta ajuda esporádica aos padres mais carenciados. O outro auxilio vem da Fraternidade Sacerdotal que reúne os padres de Braga e de Viana do Castelo e que, com as quotas pagas pelos sacerdotes, financia operações e internamentos aos associados. «O fundo de pensões», conclui o arcebispo, «vai dar mais tranquilidade aos sacerdotes».




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