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João Paulo II Apela à Unidade da Igreja
2001-10-28 11:15:26

Foi com palavras de unidade dirigidas ao interior da Igreja que o Papa João Paulo II proferiu ontem, na Praça de São Pedro, em Roma, a homilia da missa conclusiva dos trabalhos do Sínodo dos Bispos, que desde 30 de Setembro juntou, no Vaticano, cerca de 250 prelados do mundo inteiro, num debate sobre a identidade e a missão do bispo no início do terceiro milénio.


"Só através de uma profunda e convicta unidade entre os Pastores, entre eles e o Sucessor de Pedro, e entre os bispos e os seus sacerdotes, [a Igreja] poderá dar uma resposta credível aos desafios que emergem do actual contexto social e cultural", frisou o Papa. "É importante que o bispo tenha consciência dos desafios com que a fé em Cristo hoje se defronta, devido a uma mentalidade baseada em critérios humanos que, por vezes, relativiza a lei e o desenho de Deus." O bispo, deve por isso, "ter coragem de anunciar e defender a doutrina, mesmo que implique sofrimento".

Na homilia, João Paulo II exortou os bispos a inspirarem-se "no ícone do Bom Pastor" e a posicionarem-se como agentes de esperança e de protecção dos fiéis. Daí que, diz o Pontífice, "o serviço a que os bispos estão convocados deve reflectir uma eclesiologia de missão e comunhão". Citando o texto preparatório do Sínodo, o Papa frisou que "a força da Igreja é a sua comunhão, a sua fraqueza é a divisão".

A questão da comunhão e da colegialidade foi, justamente, um dos temas abordados pela comissão redactora da mensagem "ao povo de Deus" saída da assembleia sinodal. É na terceira parte da mensagem, intitulada "O bispo, servidor da mensagem da esperança", que os padres sinodais se dirigem ao interior da Igreja. Desde logo, através da "chamada à santidade", cuja forma actual se distingue na "abertura a todos" que deve constituir a marca distintiva do bispo. "Para dialogar na verdade e com pessoas que não partilham a mesma fé importa que a comunhão seja simples e sincera, sobretudo na Igreja, de modo a que (...) se conserve a unidade do espírito através do vínculo da paz."

Um dos temas que mais interesse suscitou ao longo dos trabalhos do Sínodo envolvia a relação entre episcopado e Cúria, e, em último caso, o exercício da colegialidade. Durante a conferência de imprensa de apresentação do documento, o arcebispo italiano Marcello Semeraro observou que "o trabalho nas dioceses permite examinar e conhecer melhor os problemas do terreno". "Mas não queremos, com isto, antagonizar Roma", esclareceu.

Paralela à questão das relações com a Cúria Romana, emerge a questão do exercício da autoridade e da colegialidade no interior da Igreja. Os participantes na conferência de imprensa, entre os quais se contava o arcebispo John Foley, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, não quiseram pronunciar-se sobre declarações de alguns prelados que manifestaram desconforto pela maneira como se estaria a evitar um debate sobre o exercício da colegialidade no interior da Igreja. No encontro com os jornalistas, os prelados limitaram-se a sublinhar a distinção proposta durante os trabalhos entre colegialidade afectiva e colegialidade efectiva.

Fonte Público

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