Onde se encontra Maria na nossa Igreja?Na nossa vida?!Às vezes faz-me muita confusão de venerarem demasiadamente Maria!Muitas pessoas não ligam ao Pai, nem ao Filho...mas sim a Maria...Será correcto?!

Maria, mãe de Deus filho. Poder-se-à amar demasiado a mãe de Jesus?
É um excelente "truque" chegar ao Filho através da mãe.
Maria encontra-se muito perto do centro da nossa religião, na minha sensibilidade. Não acredito que isso desagrade a Deus, bem pelo contrário.

Os homens são mais maus:) Por isso todos gostam mais das mulheres. Perguntem aos vossos filhos de quem gostam. Da Mãe ou do Pai? Se repararem um filho quando está doente foge sempre para a Mãe. Maria é uma mulher dócil assim como todas as mulheres:)Por isso na nossa religião, quase tudo venera Maria e creio que o filho não fica zangado por isso.

Estou a ler, num livro que me recomendaram neste fórum, a descrição da discussão do Concílio Vaticano II sobre Maria. Mais pessoas partilhavam da tua preocupação, huguenote. Talvez, como em tantos outros casos, no meio esteja a virtude.

Atenção a uma coisa!Ter uma perferência ou uma dedicação a um santo!Neste caso a Maria tudo bem...Mas ofuscar Jesus Cristo...Vou partilhar o que vi e me incomodou muito!Estava em no Santuário de Fátima!No local das confissões em português(.-p), eu já me tinha confessado e estava à espera de uma amiga, de um lado havia a imagem de Nossa Senhora e do outro lado a imagem de Cristo, das 10 pessoas que se dirigiram a imagens, 9 foram ter com a imagem de Maria...E eu pergunto-me...O q é isto?! Isto é um exemplo como Maria poderá ser mais divinizada...Ela é um caminho para chegar a Cristo!Não é um fim...

Um dia ouvi tocar no grande orgão de Fátima o Aleluia de Handel, que é um hino de louvor a Deus Omnipotente e ao seu Cristo, e fiquei um pouco surpreendido.
Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais cresce em nós a confiança e a certeza da sua bondade e misericórdia e mais olhamos a criação e o nosso destino com esperança.
Os deuses e deusas de barro, ou feitos à imagem do ser humano são sempre tirânicos e a mensagem de Fátima não foge à regra. De qualquer modo vejo na imagem de Maria aquela que se submete à vontade de Deus, e é isso que vale. Sendo bem-aventurada e estando na presença de Deus, Maria pode reforçar o a nossa vocação para a paz e para tudo o que é agradável a Deus e a Jesus Cristo.

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Dava para outro tópico, mas coloco a questão agora: acreditam que Nossa Senhora apareceu em Fátima?

Concordo o que diz o senhor Albino!Maria é um exemplo, pois mostra o caminho para o Pai, mas ás vezes é deturpada...É só isso que sinto...

Acredito nos milagres de Fátima!Deus fala connosco de inúmeras maneiras!Tudo depende da casa que preparamos para Deus no nosso coração

Olá


Por vezes eu também sinto o que o Hugo menciona, quando vou a Fátima... Às vezes, apercebo-me que muitas pessoas veneram N.S.de Fátima, gostam muito de lhe pedir milagres, mas... não vão á missa... não conhecem as maravilhas do Pai! Mas veneram-Na como se ela fosse uma "Deusa".
Compreendo que assim seja, pois muitas vezes a aflição, a doença os problemas, levam-nos lá: a Fátima... e mesmo sem sermos católicos, ou católicos praticantes, lá estamos nós a pedir... a pedir! Não podemos levar a mal... porque não saberemos o nosso futuro e, um dia podemos fazer o mesmo.
Mas acho que por parte do Santuário, devia haver uma preocupação maior em "chamar" a atenção dos peregrinos que N.S.de Fátima, é a mãe do Salvador - Evangelizar um pouco mais.
Mas também quero acreditar que todas as pessoas que lá vão tem consciencia que N. S. de Fátima é a mãe de Jesus... é de Fátima porque cá apareceu.

Eu acredito nos milagres de N. Senhora Fátima... e tenho-A sempre no meu coração.

Um abraço a todos

Faço minhas as preocupações do Hugo e do Zé.

Confesso que não percebo a necessidade de seguir revelações particulares, até porque regra geral estas revelações não vêm acrescentar nada a não ser mesagens apocalípticas.

Sinto que cada vez mais Jesus e Deus vão perdendo o seu espaço na vida dos católicos em face das multiplas aparições, santos, santinhos e beatos... A fé é uma multiplicidade de caminhos! Não o nego e até o reafirmo sempre que posso! Contudo, muitos destes cultos roçam a crendice e uma religiosade com fortes laivos de paganismo... Não procuro eliminar estas praticas, mas acho que todos estes cultos e crendices deveriam ser repensados pela Igreja... Mais vale prevenir do que depois ter de remediar problemas mais graves...

Mas a Igreja encontra-se ligeiramente preocupada, senão não teria feito aqui há uns anos atrás o ano do Pai... Estes cultos particulares em minha opinião desviam as pessoas do mais importante: Deus e a mensagem de Jesus.

Se a Igreja se preocupasse mais em educar os seus fieis, permitindo-lhes atingir um patamar mais esclarecido de fé em vez de criar de uma forma massificada santos e beatos, estes fenómenos não teriam a importância que a religião popular e as crendices lhe dão...

Na minha opinião pessoal não concordo com o culto dos santos, beatos e das multiplas versões da Virgem Maria. Isto não são dogmas de fé e não enriquecem em nada a fé dos crentes. É importante não desviar as pessoas da Mensagem de Jesus e do Pai. Isto sim, é importante e fundamental.

Estes cultos só atraem coisas nefastas para a religião: mensagens apocalipticas, fim dos tempos, cultura do medo e da repressão, oração forçada, sacrificios desnecessários, estigmas, e vários prodígios sobrenaturais altamente dispensáveis a uma fé esclarecida e actual... Sendo que maior parte das vezes este tipo de cultos estão totalmente contra o catecismo de Amor que Jesus nos trouxe.


Um abraço

Miguel Dias

Miguel:

Concordo com o teu texto, muito particularmente com o último parágrafo. Daí a minha perplexidade sobre o modelo de uma pretensa nova evangelização ser identificada com este tipo de cultos, ainda que sejam cultos populares e populsitas.

Ainda do Abrupto feito pelos seus leitores:

"O que eu vi, na procissão de ontem, (e vi pouco, e vi pela televisão), para além da multidão que não me impressiona, foram pessoas (mulheres) do povo, com mais de sessenta anos a chorar e a suplicar: Ajuda o meu filho! Dá-me saúde nas pernas! Faz-me ver, dá-me a vista! Não estou a ridicularizar nem a diminuir, nem a generalizar, não eram milhares de pessoas nesta atitude. Mas foram as que a televisão me mostrou."

Ainda Bem Que Não Fui Só Eu Que Vi.

Mas também é muito triste que a televisão mostre sempre isso...
Já me aconteceu mais que uma vez estar em Fátima, aquilo estar cheio de jovens, e entrevistarem sempre uma velhinha desdentada. Porquê?

Cara CP

não foi bem assim... Claro que esse facto estava lá, e que sempre se manterá presente no seio da Assembleia. Mas estamos a falar de uma minoria muito reduzida.

Eu gosto de ver a comunicação social envolvida nestas acções, mas o seu envolvimento tem sempre um lado menos positivo. Claro que uma pessoa a chorar, ou uma pessoa em prece aflitiva capta mais a atenção de uma objectiva. Mas a Igreja não é só isso.

Esta situação que tu criticas, e que eu também critico, é culpa de todos nós e não só da Igreja-instituição. O facto de nem todos os fieis terem uma educação religiosa esclarecida e desinteressada, o facto de muitos deles desconhecerem o catecismo do amor, provoca essas imagens televisivas.

Não podemos deixar somente à responsabilidade da Igreja a educação dos fieis, assim como não deixamos somente à responsabilidade do Estado a educação das nossas crianças. Temos de lutar por uma fé esclarecida e enraizada no Amor. Temos como leigos a obrigação de levar o catecismo do Amor junto dos outros. Temos a obrigação como leigos de mostrar o outro lado, mas não de o impor... Eu como cristão fico incomodado com estas manifestações, mas não pretendo impor a minha fé aos outros. Respeito-as, embora não as compreenda nem aceite, mas respeito sempre a liberdade do outro.

Temos de levar o amor e a Palavra para a rua! Possivelmente com essas gerações mais velhas já pouco se poderá mudar, pois já são muitos anos de uma vivencia dentro desse espirito de fé. Contudo, é nosso dever ajudar a Igreja a educar os leigos menos esclarecidos nesta nova fé, que se expressa através do Amor de Deus.

A única forma de evitar estas manifestações, que em meu entender de cristão têm pouco, é arregaçando as mangas e dedicarmo-nos ao trabalho de trazer para as nossas vidas e para as nossas comunidades uma nova fé e uma nova evangelização.

Contudo, amiga, eu penso que sempre haverá quem veja a religião, Deus, Jesus, e todos os santinhos e beatos, como uma forma de resolução miraculosa dos nossos problemas do dia-a-dia. Penso que só muito dificilmente se conseguirá erradicar aquela religiosidade do tipo "eu acendo-te uma velinha, ou faço isto mais aquilo, se tu me deres aquela outra coisa em troca". Para muita gente a religião e a fé só serve para pedir e pedir e pedir... Infelizmente, ainda muita gente resume Deus a um simples curandeiro ou a algo que realiza aquilo que nós não podemos, mas se nós lhe pedirmos com muita força ou lhe oferecermos algo em troca Ele faz...

Um abraço

Miguel Dias

Porque se calhar em prol de uma sociedade descristianizada e laica é muito mais fácil mostrar o que há de pior do que mostrar as coisas boas... a isto chama-se filtragem e selecção de informação.

É tipo os telejornais da TVI, começam sempre com desgraças...

Em comunhão

Miguel: Gostei muito das tuas palavras. Abraço

Também vou partilhar o meu parecer...Concordo com o que o Miguel partilhou, é mais um desafio para todos nós, ajudarmos os que andam um pouco "desfazados" do concreto e do caminho, na liberdade dos filhos de Deus!.-p

Amor de pai, amor de mãe.

É mais frequente as pessoas terem tido um amor de mãe de grande qualidade que um amor de pai da mesma qualidade.

Frequentemente as pessoas projectam os papeis de pai e mãe em Deus e Maria.
Julgo ser por isso que muitas pessoas venerarem mais Maria que ao proprio Deus.

Dizia em tempos uma criança da catequese que não gostava de Deus. Perguntaram-lhe porque e respondeu que se Deus era pai como o pai dele que lhe batia frequentemente então ele não gostava de Deus.

Não vejo mal nenhum em que as pessoas amem muito Maria, que a amem muitissimo. Bom seria se amassem pelo menos de igual modo a Deus.

Mas a fé também é um caminho e não se deve apagar a mecha que ainda fumega. Maria aponta para Deus. Os santos são como janelas por onde passa a Luz, por onde Deus nos chega.

Deus fala-nos atraves uns dos outros, em particular atraves dos santos que souberam traduzir o Evangelho nas circunstancias concretas da sua vida. O seu exemplo de vida é muito mais frutificante que estereis livros de teologias muitas vezes duvidosos e sujeitos aos sabores das modas dos momentos.

Há abusos na veneração dos santos mas o abuso não deve invalidar o bom uso.

de um lado havia a imagem de Nossa Senhora e do outro lado a imagem de Cristo, das 10 pessoas que se dirigiram a imagens, 9 foram ter com a imagem de Maria

Talvez as pessoas de fé mais esclarecida que se dirigiram a Jesus não sentissem a mesma vontade de estarem perto da imagem de Jesus. Talvez se a devoção a Maria não estivesse tão difundida só tivesse apenas aqueles que se dirigiram à imagem de Jesus, perdendo para a fé todos os outros (certamente é um exagero mas que se perderiam alguns para a fé é muito plausivel).

Há desvios mas devem ser corrigidos com caridade fazendo notar que Maria aponta para Deus e que se devemos amar Maria devemos amar a Deus com todas as nossas forças, todo o nosso ser porque tudo o que é bom, incluindo Maria tem em Deus a sua origem.

O desequílibrio na relação com o Pai e Mãe leva a essa religião infantil , pouco amadurecida que inverte os valores.
Há uma correlação entre os estágios de evolução psicoafetiva da criança e sua postura religiosa posterior.
Se no primeiro estágio de relação com a Mãe em nivel fusional ( sentimento de onipotencia e prazerosa ) não amadurece a pessoa desenvolverá uma relação com um Deus Maternal , visto sempre a serviço dos desejos e interesses. do homem velho.( Deus quebra- galho).-
Se a relação com o Pai,segundo estágio onde aparece a limitação , a lei ( figura do pai)que comporta a limitação do desejo onipotente e ilimitado, não for solucionada , Deus será visto por essa pessoa como legislador e juiz severo a exigir submissão total, e gerando sentimentos de culpa e remorso. ( C. Domingues Morano).

A religiosidade infantil quer por Deus á nossa disposição para satisfazer nosso egoísmo ao invés de oferecermos nossa vida á Ele.
Não há um discernimento do que seja a ação providente de Deus ( que nos leva á salvação )e queremos manipular Deus.
Pelo infantilismo religioso esquecesse que a ação providente de Deus não pode ser controlado pelo ser humano, pois o agir divino é sempre transcedente.

Porém o ser humano é sempre indigente e mendigo de Deus, pois sendo criatura é carente e inseguro , neste sentido a oração de petição onde expressamos nossos desejos para nós mesmos ( há diálogo real com Deus? ) o que muda não é a realidade exterior, mas a progressiva transformação das nossas disposições interiores, a maneira como aceitamos as dificuldades e doenças.
Desta forma a oração diálogo com Deus é sempre eficaz , mas não em termos funcionais. É a eficácia de toda relação de amor.

" Em nome da comunhão com o divino, uns devalorizam os compromissos sociopoliticos em prol da justiça e da superação de situações e estruturas opressoras. Outros ,ao contrário, em nome do compromisso pela justiça acabam desvalorizando a dimensão mística da experiência de Deus.
As duas dimensões, mística e profética da experiência do encontro com o Deus bíblico levam a duas dimensões da oração cristã e devem estar harmonizadas, para termos fé MADURA! ( Rubio - antropologia teológica).




Editado 2 vezes. Última edição em 19/11/2005 23:43 por Chris Luz BR.

A sua partilha é mt interessante!...Deus convida-nos a termos uma relação profunda com Ele!.-p

A religiosidade infantil quer por Deus á nossa disposição para satisfazer nosso egoísmo

a expressão maior deste erro é a magia.