Achei curioso este trecho de um artigo de Frei Bento Domingues.

O grande cisma, na Igreja pós Vaticano II, não é o dos “lefebvristas” franceses, para os quais, agora, se dirigem os passos da reconciliação. A opção manifestamente errada, sem remédio à vista, começou em 1968 com a publicação da encíclica “Humanae Vitae”. Como diz o bispo Georges Gilson, “o que decidimos em 1968 não é nem praticado nem sequer pensado. Para mim, é um drama, não há outra palavra”

O artigo completo pode ser encontrado aqui.

João (JMA)



Editado 2 vezes. Última edição em 21/05/2008 18:22 por JMA.

Entrevista ao padre e teólogo jesuíta Juan Masiá Clavel:

"A regulação da natalidade deve ser natural ou artificial?

- Essa definição natural/artificial é um equívoco que deveria estar superado há mais de 40 anos. O natural é, muitas vezes, muito pouco natural. E o artificial não é mau por isso. Ambos estão bem, se forem usados responsavelmente.
- Mas a doutrina da Igreja insiste na distinção.
Há que ter cuidado em dizer "a Igreja". Sobre os métodos naturais ou artificiais há um dissentimento na Igreja que, por desgraça, está por resolver.
É uma questão secundária, não é matéria de fé, de obediência ao Papa, nem de pecado. Em bioética não há dogmas.
Esta é uma questão de eclesiologia mal aprendida: muita gente tem uma visão da Igreja como se fosse dogma tudo o que diz o Papa. "

O resto da entrevista pode ser lida aqui

católica praticante

Realmente a Humanae Vitae só semeou a divisão.

Mas a entrevista de Juan Masiá é absolutamente fantástica! Obrigado.

pontosvista

Infelizmente a encíclica Humanae Vitae provocou alguns desenvolvimentos negativos. Paulo VI subtraiu conscientemente o tema aos padres conciliares” Quis assumir pessoalmente a responsabilidade de decidir sobre os anticoncepcionais. “Esta solidão decisional não foi, em longo prazo, uma premissa positiva para tratar os temas da sexualidade e da família”. A quarenta anos da encíclica, diz Martini, poder-se-ia lançar um “novo olhar” a esta matéria. Porque a Bíblia, recorda, é muito sóbria nas questões sexuais. Muito clara ela é somente em condenar quem irrompe, destruindo, num matrimônio alheio. Quem dirige a Igreja, sublinha, pode hoje “indicar um caminho melhor do que a Humanae Vitae”. O Papa poderia escrever uma nova encíclica.

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