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Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 22:40

Sónia:

Não é verdade.
Aconselho-te que busques a orientação pastoral de um bom padre.Ainda os há.


Abraços.

Re: ética
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 22:52

CARTA ENCÍCLICA
HUMANAE VITAE
DE SUA SANTIDADE O
PAPA PAULO VI
SOBRE A REGULAÇÃO DA NATALIDADE





Aos veneráveis Irmãos Patriarcas,
Arcebispos, Bispos e outros Ordinários do Lugar
em paz e comunhão com a Sé Apostólica,
ao Clero e aos Fiéis de todo o mundo católico
e também a todos os homens de boa vontade.



Veneráveis Irmãos e diletos filhos

A transmissão da vida

1. O gravíssimo dever de transmitir a vida humana, pelo qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de Deus Criador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias, se bem que, algumas vezes, acompanhadas de não poucas dificuldades e angústias.

Em todos os tempos o cumprimento deste dever pôs à consciência dos cônjuges sérios problemas; mas, mais recentemente, com o desenvolver-se da sociedade, produziram-se modificações tais, que fazem aparecer questões novas que a Igreja não podia ignorar, tratando-se de matéria que tão de perto diz respeito à vida e à felicidade dos homens.

I. ASPECTOS NOVOS DO PROBLEMA E COMPETÊNCIA DO MAGISTÉRIO

Visão nova do problema

2. As mudanças que se verificaram foram efetivamente notáveis e de vários gêneros. Trata-se, antes de mais, do rápido desenvolvimento demográfico. Muitos são os que manifestam o receio de que a população mundial cresça mais rapidamente do que os recursos à sua disposição, com crescente angústia de tantas famílias e de povos em vias de desenvolvimento. De tal modo que é grande a tentação das Autoridades de contrapor a este perigo medidas radicais. Depois, as condições de trabalho e de habitação, do mesmo modo que as novas exigências, tanto no campo econômico como no da educação, não raro tornam hoje difícil manter convenientemente um número elevado de filhos.

Assiste-se também a uma mudança, tanto na maneira de considerar a pessoa da mulher e o seu lugar na sociedade, quanto no considerar o valor a atribuir ao amor conjugal no matrimônio, como ainda no apreço a dar ao significado dos atos conjugais, em relação com este amor.

Finalmente, deve-se sobretudo considerar que o homem fez progressos admiráveis no domínio e na organização racional das forças da natureza, de tal maneira que tende a tornar extensivo esse domínio ao seu próprio ser global: ao corpo, à vida psíquica, à vida social e até mesmo às leis que regulam a transmissão da vida.

3. O novo estado de coisas faz surgir novos quesitos. Assim, dadas as condições da vida hodierna e dado o significado que têm as relações conjugais para a harmonia entre os esposos e para a sua fidelidade mútua, não estaria indicada uma revisão das normas éticas vigentes até agora, sobretudo se se tem em consideração que elas não podem ser observadas sem sacrifícios, por vezes heróicos?

Mais ainda: estendendo o chamado "princípio de totalidade" a este campo, não se poderia admitir que a intenção de uma fecundidade menos exuberante, mas mais racionalizada, transforma a intervenção materialmente esterilizaste num sensato e legítimo controle dos nascimentos? Por outras palavras, não se poderia admitir que a fecundidade procriadora pertence ao conjunto da vida conjugal, mais do que a cada um dos seus atos? Pergunta-se também, se, dado o sentido de responsabilidade mais desenvolvido do homem moderno, não chegou para ele o momento de confiar à sua razão e à sua vontade, mais do que aos ritmos biológicos do seu organismo, a tarefa de transmitir a vida.

A competência do Magistério

4. Tais problemas exigiam do Magistério da Igreja uma reflexão nova e aprofundada sobre os princípios da doutrina moral do matrimônio: doutrina fundada sobre a lei natural, iluminada e enriquecida pela Revelação divina.

Nenhum fiel quererá negar que compete ao Magistério da Igreja interpretar também a lei moral natural. É incontestável, na verdade, como declararam muitas vezes os nossos predecessores,(1) que Jesus Cristo, ao comunicar a Pedro e aos Apóstolos a sua autoridade divina e ao enviá-los a ensinar a todos os povos os seus mandamentos, (2) os constituía guardas e intérpretes autênticos de toda a lei moral, ou seja, não só da lei evangélica, como também da natural, dado que ela é igualmente expressão da vontade divina e que a sua observância é do mesmo modo necessária para a salvação.(3)

Em conformidade com esta sua missão, a Igreja apresentou sempre, e mais amplamente em tempos recentes, um ensino coerente, tanto acerca da natureza do matrimônio, como acerca do reto uso dos direitos conjugais e acerca dos deveres dos cônjuges.(4)

Estudos especiais

5. A consciência desta mesma missão levou-nos a confirmar e a ampliar a Comissão de Estudo, que o nosso predecessor, de venerável memória, João XXIII tinha constituído, em março de 1963. Esta Comissão, que incluía também alguns casais de esposos, além de muitos estudiosos das várias matérias pertinentes, tinha por finalidade: primeiro, recolher opiniões sobre os novos problemas respeitantes à vida conjugal e, em particular, à regulação da natalidade; e depois, fornecer os elementos oportunos de informação, para que o Magistério pudesse dar uma resposta adequada à expectativa não só dos fiéis, mas mesmo da opinião pública mundial. (5)

Os trabalhos destes peritos, assim como os pareceres e os conselhos que se lhes vieram juntar, enviados espontaneamente ou adrede solicitados, de bom número dos nossos irmãos no episcopado, permitiram-nos ponderar melhor todos os aspectos deste assunto complexo. Por isso, do fundo do coração, exprimimos a todos o nosso vivo reconhecimento.

A resposta do Magistério

6. As conclusões a que tinha chegado a Comissão não podiam, contudo, ser consideradas por nós como definitivas, nem dispensar-nos de um exame pessoal do grave problema; até mesmo porque, no seio da própria Comissão, não se tinha chegado a um pleno acordo de juízos, acerca das normas morais que se deviam propor e, sobretudo, porque tinham aflorado alguns critérios de soluções que se afastavam da doutrina moral sobre o matrimônio, proposta com firmeza constante, pelo Magistério da Igreja.

Por isso, depois de termos examinado atentamente a documentação que nos foi preparada, depois de aturada reflexão e de insistentes orações, é nossa intenção agora, em virtude do mandato que nos foi confiado por Cristo, dar a nossa resposta a estes graves problemas.

II. PRINCÍPIOS DOUTRINAIS

Uma visão global do homem

7. O problema da natalidade, como de resto qualquer outro problema que diga respeito à vida humana, deve ser considerado numa perspectiva que transcenda as vistas parciais - sejam elas de ordem biológica, psicológica, demográfica ou sociológica - à luz da visão integral do homem e da sua vocação, não só natural e terrena, mas também sobrenatural e eterna. E, porque na tentativa de justificar os métodos artificiais de limitação dos nascimentos, houve muito quem fizesse apelo para as exigências, tanto do amor conjugal como de uma "paternidade responsável", convém precisar bem a verdadeira concepção destas duas grandes realidades da vida matrimonial, atendo-nos principalmente a tudo aquilo que, a este propósito, foi recentemente exposto, de forma altamente autorizada, pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Pastoral "Gaudium et Spes".

O amor conjugal

8. O amor conjugal exprime a sua verdadeira natureza e nobreza, quando se considera na sua fonte suprema, Deus que é Amor (6), "o Pai, do qual toda a paternidade nos céus e na terra toma o nome".(7)

O matrimônio não é, portanto, fruto do acaso, ou produto de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente do Criador, para realizar na humanidade o seu desígnio de amor. Mediante a doação pessoal recíproca, que lhes é própria e exclusiva, os esposos tendem para a comunhão dos seus seres, em vista de um aperfeiçoamento mútuo pessoal, para colaborarem com Deus na geração e educação de novas vidas.

Depois, para os batizados, o matrimônio reveste a dignidade de sinal sacramental da graça, enquanto representa a união de Cristo com a Igreja.

AS CARACTERÍSTICAS DO AMOR CONJUGAL

9. Nesta luz aparecem-nos claramente as notas características do amor conjugal, acerca das quais é da máxima importância ter uma idéia exata.

É, antes de mais, um amor plenamente humano, quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível. Não é, portanto, um simples ímpeto do instinto ou do sentimento; mas é também, e principalmente, ato da vontade livre, destinado a manter-se e a crescer, mediante as alegrias e as dores da vida cotidiana, de tal modo que os esposos se tornem um só coração e uma só alma e alcancem juntos a sua perfeição humana.

É depois, um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte, não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, por poder enriquecê-lo com o dom de si próprio.

É, ainda, amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem, efetivamente, o esposo e a esposa no dia em que assumem, livremente e com plena consciência, o compromisso do vínculo matrimonial. Fidelidade que por vezes pode ser difícil; mas que é sempre nobre e meritória, ninguém o pode negar. O exemplo de tantos esposos, através dos séculos, demonstra não só que ela é consentânea com a natureza do matrimônio, mas que é dela, como de fonte, que flui uma felicidade íntima e duradoura.

É, finalmente, amor fecundo que não se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas vidas. "O matrimônio e o amor conjugal estão por si mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos. Sem dúvida, os filhos são o dom mais excelente do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos pais".(8)

10. Sendo assim, o amor conjugal requer nos esposos uma consciência da sua missão de "paternidade responsável", sobre a qual hoje tanto se insiste, e justificadamente, e que deve também ser compreendida com exatidão. De fato, ela deve ser considerada sob diversos aspectos legítimos e ligados entre si.

Em relação com os processos biológicos, paternidade responsável significa conhecimento e respeito pelas suas funções: a inteligência descobre, no poder de dar a vida, leis biológicas que fazem parte da pessoa humana (9).

Em relação às tendências do instinto e das paixões, a paternidade responsável significa o necessário domínio que a razão e a vontade devem exercer sobre elas.

Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento.

Paternidade responsável comporta ainda, e principalmente, uma relação mais profunda com a ordem moral objetiva, estabelecida por Deus, de que a consciência reta é intérprete fel. O exercício responsável da paternidade implica, portanto, que os cônjuges reconheçam plenamente os próprios deveres, para com Deus, para consigo próprios, para com a família e para com a sociedade, numa justa hierarquia de valores.

Na missão de transmitir a vida, eles não são, portanto, livres para procederem a seu próprio bel-prazer, como se pudessem determinar, de maneira absolutamente autônoma, as vias honestas a seguir, mas devem, sim, conformar o seu agir com a intenção criadora de Deus, expressa na própria natureza do matrimônio e dos seus atos e manifestada pelo ensino constante da Igreja (10).

Respeitar a natureza e a finalidade do ato matrimonial

11. Estes atos, com os quais os esposos se unem em casta intimidade e através dos quais se transmite a vida humana, são, como recordou o recente Concílio, "honestos e dignos" (11); e não deixam de ser legítimos se, por causas independentes da vontade dos cônjuges, se prevê que vão ser infecundos, pois que permanecem destinados a exprimir e a consolidar a sua união. De fato, como o atesta a experiência, não se segue sempre uma nova vida a cada um dos atos conjugais. Deus dispôs com sabedoria leis e ritmos naturais de fecundidade, que já por si mesmos distanciam o suceder-se dos nascimentos. Mas, chamando a atenção dos homens para a observância das normas da lei natural, interpretada pela sua doutrina constante, a Igreja ensina que qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida(12).

Inseparáveis os dois aspectos: união e procriação

12. Esta doutrina, muitas vezes exposta pelo Magistério, está fundada sobre a conexão inseparável que Deus quis e que o homem não pode alterar por sua iniciativa, entre os dois significados do ato conjugal: o significado unitivo e o significado procriador.

Na verdade, pela sua estrutura íntima, o ato conjugal, ao mesmo tempo que une profundamente os esposos, torna-os aptos para a geração de novas vidas, segundo leis inscritas no próprio ser do homem e da mulher. Salvaguardando estes dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e a sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade. Nós pensamos que os homens do nosso tempo estão particularmente em condições de apreender o caráter profundamente razoável e humano deste princípio fundamental.

Fidelidade ao desígnio divino

13. Em boa verdade, justamente se faz notar que um ato conjugal imposto ao próprio cônjuge, sem consideração pelas suas condições e pelos seus desejos legítimos, não é um verdadeiro ato de amor e nega, por isso mesmo, uma exigência da reta ordem moral, nas relações entre os esposos. Assim, quem refletir bem, deverá reconhecer de igual modo que um ato de amor recíproco, que prejudique a disponibilidade para transmitir a vida que Deus Criador de todas as coisas nele inseriu segundo leis particulares, está em contradiçâo com o desígnio constitutivo do casamento e com a vontade do Autor da vida humana. Usar deste dom divino, destruindo o seu significado e a sua finalidade, ainda que só parcialmente, é estar em contradição com a natureza do homem, bem como com a da mulher e da sua relação mais íntima; e, por conseguinte, é estar em contradição com o plano de Deus e com a sua vontade. Pelo contrário, usufruir do dom do amor conjugal, respeitando as leis do processo generativo, significa reconhecer-se não árbitros das fontes da vida humana, mas tão somente administradores dos desígnios estabelecidos pelo Criador. De fato, assim como o homem não tem um domínio ilimitado sobre o próprio corpo em geral, também o não tem, com particular razão, sobre as suas faculdades geradoras enquanto tais, por motivo da sua ordenação intrínseca para suscitar a vida, da qual Deus é princípio. "A vida humana é sagrada, recordava João XXIII; desde o seu alvorecer compromete diretamente a ação criadora de Deus"(13).

Vias ilícitas para a regulação dos nascimentos

14. Em conformidade com estes pontos essenciais da visão humana e cristã do matrimônio, devemos, uma vez mais, declarar que é absolutamente de excluir, como via legítima para a regulação dos nascimentos, a interrupção direta do processo generativo já iniciado, e, sobretudo, o aborto querido diretamente e procurado, mesmo por razões terapêuticas (14).

É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta, quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher.(15)

É, ainda, de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação (16).

Não se podem invocar, como razões válidas, para a justificação dos atos conjugais tornados intencionalmente infecundos, o mal menor, ou o fato de que tais atos constituiriam um todo com os atos fecundos, que foram realizados ou que depois se sucederam, e que, portanto, compartilhariam da única e idêntica bondade moral dos mesmos. Na verdade, se é lícito, algumas vezes, tolerar o mal menor para evitar um mal maior, ou para promover um bem superior (17), nunca é lícito, nem sequer por razões gravíssimas, fazer o mal, para que daí provenha o bem (18); isto é, ter como objeto de um ato positivo da vontade aquilo que é intrinsecamente desordenado e, portanto, indigno da pessoa humana, mesmo se for praticado com intenção de salvaguardar ou promover bens individuais, familiares, ou sociais. É um erro, por conseguinte, pensar que um ato conjugal, tornado voluntariamente infecundo, e por isso intrinsecamente desonesto, possa ser coonestado pelo conjunto de uma vida conjugal fecunda.



COmo se depreende nenhum padre, catolico pode alterar o Magistério Ordinário da Igreja. Nem bom nem mau.
Se está contra o ensinamento da Igreja, ou abertamente o contesta, não está em conunhão plena com todo o corpo da Igreja.
Os padres como pessoas ponderadas que são, e porque estão em comunhão com o seu Bispo e a Sé de Pedro, e como até agora não ha noticia de Bispos em desacordo com o Santo Padre, presume-se que os sacerdotes a eles unidos tambem estejam em comunhão nesse campo.
As opiniões pessoais da cada um não fazem o Ensino da Igreja. Nem o Magisterio quando é exposto pelo Sucessor de Pedro,

Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 23:05

"
Citação:
a Igreja ensina que qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida(12).
Inseparáveis os dois aspectos: união e procriação "


SEndo assim, os casais que praticam sexo quando a mulher não está a ovular , agindo conscientemente, de forma a que da sua relação sexual não decorra uma gravidez estão a dissociar a união e a procriação.

Ou seja, não permanecem abertos á transmissão da vida.
É o que fazem todos os casais que usam "métodos " ditos "naturais".

Ou seja, fazem precisamente o mesmo que fezem os casais em que a mulher toma apílula anovulatória - copulam sem risco de gravidez.(')

Não há diferença nenhuma relativamente a esses actos sexuais concretos - nem quanto ao seu objectivo , nem quanto á sua finalidade relacional, nem quanto á intenção de não engravidar tendo sexo e de ter comportamentos activos para atingir esse desiderato.

Portanto, contradições absurdas á parte, a Igreja ensina uma coisa que o Paulo ( João Luís) teima em ignorar: cada um deve fazer as suas escolhas escutando a intimidade da sua consciência e do seu coração.



Editado 1 vezes. Última edição em 01/11/2006 23:08 por catolicapraticante.

Re: ética
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 23:15

cada um deve fazer as suas escolhas escutando a intimidade da sua consciência e do seu coração.
Não podia concordar mais. Contudo nada disso tem a ver com o seguir o ensinamento da Igreja.
Neste caso manifesto, as escolhas sao feitas, na intimidade da sua consciencia, mas em completo desacordo com o ensinamento da Igreja tal como é expresso na Carta Enclica.
La por a consciencia o dizer, não se torna lei da Igreja.

Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 23:19

"Neste caso manifesto, as escolhas sao feitas, na intimidade da sua consciencia, mas em completo desacordo com o ensinamento da Igreja tal como é expresso na Carta Enclica"



Qual caso?

No caso em que os casais praticam sexo quando têm a certeza que a mulher não está a ovular, sabendo que desse acto sexual não resulta uma gravidez???



Queres dizer que os métodos ditos "naturais" são moralmente ilícitos?



Editado 1 vezes. Última edição em 01/11/2006 23:19 por catolicapraticante.

Re: ética
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 23:23

Liceidade do recurso aos períodos infecundos

16. Contra estes ensinamentos da Igreja, sobre a moral conjugal, objeta-se hoje, como já fizemos notar mais acima (n. 3), que é prerrogativa da inteligência humana dominar as energias proporcionadas pela natureza irracional e orientá-las para um fim conforme com o bem do homem. Ora, sendo assim, perguntam-se alguns, se atualmente não será talvez razoável em muitas circunstâncias recorrer à regulação artificial dos nascimentos, uma vez que, com isso, se obtém a harmonia e a tranqüilidade da família e melhores condições para a educação dos filhos já nascidos. A este quesito é necessário responder com clareza: a Igreja é a primeira a elogiar e a recomendar a intervenção da inteligência, numa obra que tão de perto associa a criatura racional com o seu Criador; mas, afirma também que isso se deve fazer respeitando sempre a ordem estabelecida por Deus.

Se, portanto, existem motivos sérios para distanciar os nascimentos, que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais que acabamos de recordar (20).

A Igreja é coerente consigo própria, quando assim considera lícito o recurso aos períodos infecundos, ao mesmo tempo que condena sempre como ilícito o uso dos meios diretamente contrários à fecundação, mesmo que tal uso seja inspirado em razões que podem aparecer honestas e sérias. Na realidade, entre os dois casos existe uma diferença essencial: no primeiro, os cônjuges usufruem legitimamente de uma disposição natural; enquanto que no segundo, eles impedem o desenvolvimento dos processos naturais. É verdade que em ambos os casos os cônjuges estão de acordo na vontade positiva de evitar a prole, por razões plausíveis, procurando ter a segurança de que ela não virá; mas, é verdade também que, somente no primeiro caso eles sabem renunciar ao uso do matrimônio nos períodos fecundos, quando, por motivos justos, a procriação não é desejável, dele usando depois nos períodos agenésicos, como manifestação de afeto e como salvaguarda da fidelidade mútua.

Procedendo assim, eles dão prova de amor verdadeira e integralmente honesto.


Humana Vitae

Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 23:33

Eu também considero que é lícita a cópula nos periodos infecundos. ( è o que fazem todos os casais que usam os "métodos naturais" e todos os casis em que a mulher toma a pílula anovulatória. A ùnica diferença é que, no segundo caso, os períodos infecundos são mais prolongados.)

Mas, tanto num caso como noutro, o comportamento sexual, é qualitativamente igual: os acais só copulam na ausência de ovulação, porque não querem ter filhos.

Aliás, o defensores dos métodos naturais afirmam a pés juntos que têm aa mesma eficácia contraceptiva que a pílula anovulatória - ou seja há um efectivo e consciente "fechamento á vida".


Logo, é bastante absurdo dizer que o mesmíssimo comportamento nuns casos é "doutrinalmente " aceitável e noutros não.

O fundamento da avaliação moral desses comportamentos concretos - actos sexuais em que se evita a gravidez tem de se fundamentar noutro tipo de avaliação.

São opções de amor ou egoísmo?

E aí, segundo o Catecismo da igreja católica, não há norma nem lei da igreja que um padre possa impor á consciência de ninguém.



Editado 1 vezes. Última edição em 01/11/2006 23:34 por catolicapraticante.

Re: ética
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 01 de November de 2006 23:34

Caro Paulo:

Seria aconselhável mais prudência ao escrever que «não ha noticia de Bispos em desacordo com o Santo Padre, presume-se que os sacerdotes a eles unidos tambem estejam em comunhão nesse campo».

Basta ver o que acontece em alguns países extremamente pobres. E não só. Quantos e quantos padres (e alguns bispos) consideram que em muitos casos o uso da pílula e de outros contraceptivos é moralmente aceitável! Que eles não façam gala disso, até por medo de represálias, isso, infelizmente, diz mais do medo com que se vive na Igreja em certos campos do que da unidade da hierarquia na doutrina sobre a moral sexual e familiar.

Deixassem os bispos falar abertamente do assunto...

Não sejamos simplistas. É verdade que a doutrina sobre o uso de contraceptivos é bastante clara do ponto de vista dos princípios. Mas, como em todas as leis, há lugar para a interpretação e discernimento concreto e honesto: em consciência cada um deve pesar diante de Deus os dados doutrinais e a sua própria situação, responsavelmente. E isto, longe de banalizar, é permitir às pessoas crescer. Aqui entra a formação de consciência.

Por isso, eu considero que é possível aceitar a doutrina da Igreja neste campo e não aplicá-la sempre literalmente em certos casos muito especiais. E isso não significa necessariamente relativizar a lei do Magistério da Igreja. Assim acontece em tantos campos... Por exemplo, dizemos que é moralmente reprovável apropriar-se do alheio, mas se isso constituir um meio necessário para salvar a vida de alguém, justifica-se, porque há uma prioridade de valores a respeitar. A vida de alguém é mais importante que o direito à propriedade privada.

Por que razão as leis cristãs/católicas (ir à Missa ao Domingo, não roubar, não matar, jejuar em certos dias...) permitem situações onde é moralmente aceitável outro acto e na moral sexual e familiar não há nunca «casos especiais»?

Não é possível, então, postular que, tal como acontece noutros campos, também o uso da pílula pode constituir em certos casos um meio necessário para evitar males maiores? Há uns anos soube-se do caso de umas religiosas que viviam em zona de guerra, expostas ao risco de violação, a quem se recomendou que preventivamente tomassem a pílula. Condenas tal recomendação? As mulheres de período menstrual irregular, já com bastantes filhos, pobres e a viver com um irresponsável alcoólico e violento estão em condições de usar os ditos métodos naturais? [E infelizmente esta situação não é tão excepcional como possa parecer...]

Tendo em conta todos estes dados, alguns muito excepcionais, pergunto: o uso da pílula será SEMPRE absolutamente, intrínsecamente mau? Bastará responder a esta questão com o número 2370 do Catecismo? Será que o Catecismo responde a todos os casos? Ou permanece ainda algum espaço para discernir?

Alef

Re: ética
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 02 de November de 2006 02:43

.



Editado 1 vezes. Última edição em 02/11/2006 02:48 por pontosvista.

Re: ética
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 02 de November de 2006 05:41

Paulo,

Continuas a não responder as perguntas que te fiz...

Em comunhão

Re: ética
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 02 de November de 2006 21:58

Luis Gonzaga

Não faço a minima ideia de quem é o Paulo.
Como a não faço de quase todos os outros (apenas tenho alguns dados sobre uma das pessoas intervenientes).
Acho é muito estranho que agora uma determinada pessoa que usa um nickname que nada a identifica passe a vida a escrever "Paulo (João Luis).
O que é que tem contra o Paulo que segundo ela é o João luís...porquê essa insistência...será que andou a fazer espionagem...E então quem é o João Luís? Acho de um mau gosto...

Que negócio mais estranho.
Aqui está mais um caso que eu designaria por desonestidade intelectual.
Tu que achas?

Gostava que tu me respondesses ou outro dos moderadores...aqui em público...
A pessoa em causa não vale a pena que se justifique...Acho que é injustificável e escusa de fazer perder tempo..

Re: ética
Escrito por: Paulo (IP registado)
Data: 02 de November de 2006 22:07

Caro Tilleul

Procurando responder-te, devo dizer, que em primeiro lugar, uma pessoa portadora de deficiencia não é um animal que deva ser alvo de uma esterilização, Ha varios graus de deficiencias e torna-se impossivel generalizar.
No caso do autismo, que apresentas, e dadas as dificuldades de relacionamento que os autistas tem, torna-se dificil o relacionamento. Não impossivel.
Outras situações de deficiencia mais graves, normalmente andam acompanhadas.
Nao significa que não possam ser violadas, ou o envolvimento surgir,
O que me parece objectivo é que a esterilização, é mais um sossego para mim que sou pai de uma deficiente e que terei que tomar conta da criança, do que para a propria deficiente,
O problema do aborto, e da contracepção anda quase sempre ligado ao "eu". Mesmo ter um filho deficiente, na maioria dos casos nao pensamos na criança que vai nascer, mas nos probemas que vou ter a vida toda. Não é perfeito, tem defeito não quero...
Dou graças a Deus, por nao ter tido nunca ninguém deficiente na familia. Não posso avaliar a situação.
Posso dizer sim que se fosse deficiente gostaria de ter nascido. Olho para o grande fisico Stephen Hawking e maravilho-me com o milagre de um cerebro prodigioso dentro de um corpo doente. E é pai de duas crianças.
Eu nunca seria capaz de esterilizar uma pessoa. Porque é pessoa. E tem de haver um limite. Confesso-me incapaz de dizer mais do que isto. Pelo imenso respeito que um deficiente me merece.



Editado 1 vezes. Última edição em 02/11/2006 22:36 por Paulo.

Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 00:15

João Luís:

Penso que estás a ser muito simplista quando afirmas peremptoriamente que a esterilização de mulheres com deficiências mentais ou doenças mentais profundas é apenas para "sossegar os pais".

Mais uma vez repito - as questões éticas como esta são demasiado importantes para serem tratadas com tanta falta de profundidade.

Á partida, a esterilização de pessoas com deficiência não é eticamente admissível, a não ser eventualmente em situações muito concretas e excepcionais em que essa intervenção se faz em benefício exclusivo da pessoa .
Ou seja - as generalizações são abusivas.
Tal como a confusão entre esterilização e a questão do aborto, que coloca outros dilemas éticos mais complexos.



Editado 1 vezes. Última edição em 03/11/2006 00:17 por catolicapraticante.

Re: ética
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 01:35

Quando se pensa na esterilização/fertilidade de uma pessoa deficiente deveria pensar-se também na criança que pode nascer: que pais teria se resultasse da violação ou abuso de uma deficiente mental mais profunda por um desconhecido.

pontosvista

Re: ética
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 01:37

Provavelmente pais adoptivos.

Re: ética
Escrito por: pontosvista (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 01:41

Citação:
Provavelmente pais adoptivos.

Não é preciso saber a opinião dos avós? Não é preferível fazer a esterilização de quem nunca vai poder assumir a paternidade com um mínimo de consciência em vez de deixar que surja uma criança privada dos pais biológicos?

pontosvista

Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 08:33

O juízo não pode ser feito em função dos interesses ou direitos uma "hipotética criança" que só existe o imaginário de alguns, mas sempre e definitivamente em função dos interesses e direitos da pessoa concreta que vai ser alvo de esterilização.Que neste caso é portadora de uma deficiência que a impede de se autodeterminaralivremente.

SE a esterilização é em seu benefício, impedindo definitivamente uma gravidez que constituiria um grave risco para a sua saúde e até a sua vida, claramente que a esterilização é admissível.

Mas o tema é complexo do ponto de vista ético, porque tem outras questões paralelas nomeadamente a questão do consentimento informado.



Editado 1 vezes. Última edição em 03/11/2006 08:34 por catolicapraticante.

Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 08:43

Sobre o tema , existe um parecer do CNEV que vale a pena consultar., onde se afirma que:


“…a indicação de uma contracepção eficaz em casos destes não merecerá
dúvidas do ponto de vista ético dado que:
a) a concepção será consequência de abuso sexual ( mesmo que provocada
pela desinibição sexual da doente);
b) a grávida não poderá ser mais que mera mãe biológica;
c) o nascituro será, de facto, um órfão, a menos que não haja nascituro (aborto
espontâneo ou provocado).

É de exclusiva competência médica a identificação do método contraceptivo
aconselhável, que deverá ter em conta a eficácia e inconvenientes de diversa ordem
.”



Editado 1 vezes. Última edição em 03/11/2006 08:44 por catolicapraticante.

Re: ética
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 10:20

pontovista, nesse caso seriam os avó os pais adoptivos.

a esterelização de raparigas deficientes levanta problemas. Raparigas porque dificilmente este problema se colocará com rapazes.

A histerectomia é uma operação complicada, provavelmente com mais riscos para a saude que uma gravidez.

A laqueação em idades precoces aumenta muito o risco de surgirem gravidezes ectopicas.

Sobra a contracepção que terá de ser adequada à mulher.

Re: ética
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de November de 2006 10:24

A esterilização nunca se faz através de histerectomia.( E tem muito menos riscos que uma gravidez ou um parto complicado)
É uma técnica seguríssima.

Já agora - se nunca se faz em rapazes é porque a questão central não é a possibilidade de vir a existir uma "crinaça", mas a possibilidade de um mulher deficiente mental profunda vir A SOFRER uma gravidez de risco resultado de abuso sexual. Gravidez essa que coloca em risco a sua vida e a sua saúde já tão fragilizada.
Aí é que está o problema.
Não na "criança imaginária", mas na mulher concreta.



Editado 1 vezes. Última edição em 03/11/2006 10:29 por catolicapraticante.

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