Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Música Sacra
Escrito por: Diogo Taveira (IP registado)
Data: 24 de August de 2006 00:54

Caríssimos irmãos, Paz e Bem.

Eu tinha um sonho: o regresso da música de Palestrina e de Gregório, o Grande - enrevista com o Maestro Pe. Domenico Bartolucci.


ROMA, 21 de Julho de 2006 - O concerto conduzido na Capela Sistina no fim de Junho, pelo maestro Domenico Bartolucci, em honra de Bento XVI e com a sua presença, certamente marcou um ponto de viragem na disputa pelo papel que a música tem, e terá, na liturgia Católica.
Mas por agora, é meramente um ponto de viragem simbólico.
O novo caminho foi indicado com autoridade. " Uma autêntica reforma na Música Sacra só pode ser realizada pelos trilhos da grande tradição do passado, do Canto Gragoriano e da sagrada polifonia," disse Bento XVI na ocasião do concerto. Este é um Papa cujo "grande amor à liturgia, e à Música Sacra, é conhecido de todos," enfatizou Bartolucci no discurso de boas-vindas.
Mas o fim parece estar longe. Bartolucci, nos seus noventa anos, é uma testemunha em primeira-mão dos infortúnios que afectaram a Música Sacra no último meio século. Um intérprete sem igual do canto Gregoriano e da polifonia de Giovanni Pierluigi da Palestrina, é ao mesmo tempo vítima da alianação que estes sofreram.
Quando a Cúria de João Paulo II planiou e procedeu à despromoção de Bartolucci enquanto director do coro Papal da Capela Sistina, só Joseph Ratzinger, enquanto cardeal, este ao seu lado.
Agora, com a eleição de Ratzinger para Papa, existe uma verdadeira hipótese de que o curso deste drama seja invertido, e de que o canto Gregoriano e a polifonia voltarão a ter um lugar de destaque na Igreja. Mas Bento XVI ou Bartolucci estão conscientes que esta é uma tarefa extremamente difícil de se tomar.
Para a Igreja, para redesenhar a Música Sacra, é, de facto, necessário um formidável esforço de reeuducação, e de reeudação da liturgia antes da musical.
Isto é o que Bartolucci deixa claro na sua entrevista com o "L'espresso" número 29, 2006, reproduzida (em inglês) aqui.
Nela Bartolucci diz, entre outras coisas:
"Sou optimista por natureza, mas julgo a corrente situação com realidade, e eu acredito que um Napoleão sem generais pode fazer pouco."
Que Bento XVI é, no seu campo, um "Napoleão sem generais" foi visto, por exemplo, na vigília e na missa que presidiu e celebrou em Valência nos dias 8 e 9 de Julho, organizada pelo Pontíficio Conselho Para a Família e pela Conferência Episcopal dos Bispos Espanhóis.
A vigília seguiu os "canones" da televisão, com apresentadores, convidados, cantores e dançarinos (tudo o que foge à liturgia tradicional).
E as músicas na missa reproduziram o estilo "popular" que invadiu a liturgia durante o pontificado de João Paulo II: um estilo descrito como não adquado à cerimónia e acusado por Bartolucci na entrevista.




Esta notícia, que constituiu um post no meu blog (link no fim), teve algumas reacções. Apresento a do Padre José Patrício:

"Caro Diogo,

É necessário perceber que a escolha do gregoriano e da polifonia clássica não é uma questão de gosto meramente pessoal. É algo mais profundo.

Os nossos antepassados pensavam que, a Deus, só se devia dar o melhor. E, no campo da musica, quer do ponto de vista da técnica, quer do ponto de vista da beleza, o Gregoriano é o melhor, juntamente com uma boa parte da polifonia clássica.

Aquilo que aconteceu com a música, foi algo que aconteceu com muitos ramos do saber: chegou-se a um ponto em que a técnica e a beleza se separaram.

E a opção, não tanto do Papa João Paulo II que tinha em grande apreço o Gregoriano e a Polifonia clássica, mas sobretudo de alguns dos seus colaboradores foi de mudar de perspectiva: ao centro da importância musical deixaram de estar Deus e a beleza e passou a estar o homem e as suas sensações. É por isso que o critério para a escolha da musica liturgica, deixou de ser a beleza ou a perfeição técnica e passou a ser o facto de ela dizer alguma coisa (ou não) às pessoas (jovens, adolescentes, crianças, adultos) que escutam essa musica.

Em conclusão, mais do que uma mudança de gosto, tratou-se de uma mudança de perspectiva, fundamentada na participação "activa e frutuosa" por parte de todos os fiéis na liturgia.

Não te deixo a minha opinião, mas apenas estas considerações que me parecem que podem ser úteis.

Um forte abraço,
JP "




Espero opiniões.

Abraçando-vos em Cristo,

Diogo, A.M.D.G.

Re: Música Sacra
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 24 de August de 2006 05:32

Ja ouviste falar dos Canticos de Taize? Para mim e o melhor em termos de musica liturgica. Ja estiveste em alguma missa cantada com fado? LINDO!!! Ou alguma vez tiveste oportunidade de participar numa missa com corais africanos e jambes? E como ouvir o crocao de deus pulsar. Ou canticos tradicionais das montanhas dos Tatras?

Canto gregoriano e bom, e muito bom mas nao e por isso que eu deixo de louvar pior ou melhor a Deus.

Em comunha

Re: Música Sacra
Escrito por: (IP registado)
Data: 24 de August de 2006 07:58

A beleza é objectiva?

Re: Música Sacra
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 24 de August de 2006 09:00

A beleza não é objectiva. Depende muito do ambiente, da cultura, das experiências pessoais, das necessidades ... enfm de um rol de coisas.

Na música sacra o mais importante é louvar DEus, mas não esqueçamos que também pode ser uma forma de fazer com que as pessoas se sintam mais próximas de Deus.

Tai Zé, para mim, mostrou-me isso. Os cânticos calmos, com frases pequenas e repetitivas, que nos ajudam a perceber o que estamos realmente a dizer a Deus, atraem-me imenso. Sinto uma paz interior muito grande e, mais importante ainda, permite que qualquer pessoa, mesmo sem grandes conhecimentos sobre DEus, possa participar daqueles cânticos e começar a sentir que DEus não está longe de nós.

Maria João

Re: Música Sacra
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 03 de January de 2007 01:21

São Paulo dizia algo do genero "fiz-me gentio com os gentios e Judeus com os judeus a fim de conquistar alguns para Cristo".

Nem São Paulo nem nenhum dos apostolos ouviu alguma vez um unico cantico gregoriano.

Além disso o cantico gregoriano pode ser muito bom o problema é que a enorme maioria dos coros não tem capacidade para o executar. Mais vale cantar bem algo simples e facil do que querer cantar uma musica dificil e sair algo desagradavel por ser mal executado.

Re: Música Sacra
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 03 de January de 2007 08:46

Para mim, o mais importante dos cânticos litúrgicos são os textos. Se houver quem prepare bons textos, não faltará quem componha boas músicas. O princípio de que se deve usar música de todos os tempos parece-me válido, assim haja executantes.

*=?.0



Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum.
Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui.
Se ainda não se registou, visite a página de Registo.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.