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Deus e a beleza
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de October de 2005 23:12

Ao escutar a "piolhinha" a nova recém chegada ao Forum ( que está ca vez mais vivo...) . fiquei a pensar ..

Mais do que as explicaçõs racionais, não será a experiência estética ( a beleza, a perfeição) uma forma de nos aproximarmos ou intuirmos o essencial de Deus?

Lembro-me que a primira vez que entrei na capela sistina fiquei esmagada pela beleza...
Ainda hoje me faltam as palavras, mas pareceu-me que aquela beleza, ainda que humana - feita por homens e refelexo do génio de um homem, tinha algo de transcendente...

Que sinais usa Deus par nos falar?

Abraços para todos.

Re: Deus e a beleza
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 30 de October de 2005 00:17

Os caminhos para Deus são muitos.
Vejo que muitos ateus usam a arte como um sucedaneo da fé mas arte nos tempos que correm está longe de ser um sinonimo de beleza.

Creio que o primeiro sinal são os cristãos. Jesus disse que os homens acreditariam se permanecessemos (os seus seguidores) unidos no seu amor.

Re: Deus e a beleza
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 30 de October de 2005 01:15


Ultimamente Deus fala-me muito através de vós irmãos foristas.
Concordo plenamente com a CP, o fórum atingiu um nível extraordinário, onde as diferenças comunicam de forma harmoniosa e onde todos aprendemos.

A presença de “piolhinha” é um sinal de que as nossas discussões e debates fazem todo o sentido, …Ele tem os seus meios insondáveis de nos conduzir uns aos outros.

É extraordinário.


Re: Deus e a beleza
Escrito por: Rute (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 17:47

Cara CP,

Cá vou eu aparecendo de vez em quando (o tempo não abunda!!)...
Pareceu-me muito interessante este tópico. Que sinais usa Deus para nos falar?
Acho que a relação entre Deus e a beleza é óbvia...
A beleza da construção humana, claro. A beleza do mundo que nos rodeia... Uma grande parte dos animais são daltónicos, porque desenvolvemos a capacidade de distinguir as cores? Não estará aí uma forma de Deus se manifestar? Não sei... Não encontramos Deus num pôr-do-Sol? eu habitualmente encontro...

Uma das coisas que mais considero um sinal de Deus é, sem dúvida, o riso de uma criança... Não sei se é explicável, mas por algum motivo os evangelhos tantas vezes relatam alusões de Jesus às crianças... Talvez porque não haja nada que manifeste mais sinceridade, uma criança não ri por conveniência, ri porque tem vontade. talvez porque poucas coisas sejam mais puras, límpidas, inocentes e belas como uma criança que ri ao infinito com uma qualquer brincadeira idiota, com uns patos no lago... Acho que poucas coisas serão mais sinal de Deus, do que essa atitude sincera, pura e inocente, completa... e o riso de uma criança é sempre uma coisa que integra, nunca exclui, é algo que se propaga facilmente, que contagia todos aqueles que se deixam contagiar...
Acho que poucas coisas se aproximam mais de Deus, pelo menos como eu o concebo...

É óbvio que Deus nos fala de milhares de outras formas, mais ainda do que por objectos, por pessoas, acho eu. E nem sempre por pessoas que acreditam Nele, o que é ainda mais extraordinário. Ou, até, por pessoas que acreditam Nele de forma muito diversa da que acreditamos. Talvez Deus nos fale por gestos, gestos humanos, simples, mas que modificam alguma coisa dentro de nós.

Talvez Deus se manifeste numa série de coisas a que nem sequer damos importância e que preenchem o nosso quotidiano... Talvez a sua forma de se manifestar seja, como sempre, discreta, sem imposições, mas ainda assim capaz de provocar uma profunda mudança naqueles que são capazes de distinguir a magnitude dessa discrição e a força dessa humildade...

Abraço
Rute


Re: Deus e a beleza
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 20:13

Obrigada rute....

(Aliás o teu texto tem também esse toque de beleza....que nos faz pensar...)

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 05 de February de 2006 22:58

Como é bela a natureza!!!

A maravilha do mar, não poluído.

A floresta, com tantos tons de verde.

A montanha, a neve,...
Que paisagens exuberantes!

A natureza leva a Deus.

Não acham que tudo o que é belo leva a Deus?

Acho que uma obra é de arte se for bela. Se isso não acontece não é arte.
É um sucedâneo.
Concordam?

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 30 de April de 2006 00:17

Aqui vai um texto (escrito em Português do Brasil) onde está claro o tópico em debate: Deus e a Beleza
O nome do artigo não é esse mas acho que se enquadra, perfeitamente aqui. Ajuda a reflectir e tirar mais conclusões

Escrito por Marco Bona Castellotti

[www.catolicanet.com.br]

O pontífice Bento XVI volta ao tema da beleza com uma assiduidade e sensibilidade raras de se encontrar, hoje, não só na Igreja.
Ele herdou um pouco da insistência de seu predecessor, João Paulo II, de quem não podemos esquecer a Carta aos artistas, nem as duas Jornadas dedicadas a eles durante o Jubileu.

No discurso de apresentação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, Bento XVI afirmou que "a arte fala sempre, pelo menos implicitamente, do divino, da beleza infinita de Deus, refletida no ícone por excelência: Cristo Senhor, imagem do Deus invisível". "As imagens sacras, com sua beleza" mostram a "suprema harmonia entre o bom e o belo, entre a via veritas e a via pulchritudinis, exprimem o esplendor da verdade católica e levam à contemplação do fascínio do mistério da Redenção".

Ainda Cardeal, Ratzinger afirmou a urgência da "contemplação do rosto de Cristo", um rosto reconhecível nos detalhes através daquilo que a fé produz nos homens, e que a "salvação não consiste em afundar no anonimato, mas em saciar-se do Seu rosto". Assim, a Beleza é inseparável da verdade e a percepção da beleza acende o fogo da resposta do homem à atração que o Ser opera sobre ele. E, desse modo, é exaltada a beleza da fé.

Estímulo de conhecimento
"A busca pela Beleza infinita", antes, o "desejo de Beleza", nas palavras do cardeal Ratzinger, constituem "o centro da personalidade e da vida de dom Giussani". A tal juízo, contrário a qualquer renúncia estética, o Cardeal chegou baseado em uma intuição que poucos, mesmo entre os seguidores de Dom Giussani, conseguem ter. Para Dom Giussani a beleza está no Ser, portanto, é o fermento de um relacionamento que podemos dizer "estético" com a realidade. Esta se faz método à medida em que é fonte e estímulo de conhecimento: "Só quem ama conhece", mas - ao contrário - quem não ama não pode conhecer.

Rosto desfigurado
Também para Ratzinger "Beleza é conhecimento. Certamente, uma forma superior de conhecimento porque fere o homem com toda a grandeza da verdade. O verdadeiro conhecimento é ser golpeado pelo dardo da Beleza que fere o homem. Ser tocado e conquistado através da beleza de Cristo é um conhecimento mais real e profundo do que uma mera dedução racional. Repelir o golpe provocado pela correspondência do coração no encontro com a beleza como verdadeira forma de conhecimento nos empobrece e torna a fé estéril, assim como a teologia. Nós devemos encontrar esta forma de conhecimento, é uma exigência premente do nosso tempo". Mas o conceito de beleza segundo o cânon "grego" de harmonia, depois do acontecimento do Deus que se fez homem pela salvação dos homens e foi morto na cruz, "não satisfaz. Na paixão de Cristo a estética grega é superada. A experiência do belo recebeu uma nova profundidade, um novo realismo. Aquele que é a própria Beleza deixou-se golpear no rosto. Mas exatamente neste Rosto tão desfigurado aparece a autêntica, extrema beleza: a beleza do amor que vai até o fim".A passagem de um relacionamento "estético" com a realidade àquele do conhecimento, àquele unitário e totalizante da vida, se dá através de passagens quase simultâneas que, mesmo para dom Giussani, realizam-se através do impulso de uma tensão amorosa.

Percepção e contemplação
Para o Cardeal Ratzinger é necessário que amadureça a consciência da beleza da fé diante do "mistério", como aconteceu para Hans Von Balthasar. Com a sua "estética teológica" Balthasar chegou a uma "profunda leitura existencial. Para ele, o contragolpe do coração era um ponto central; de fato, deste modo, a mente liberta-se dos limites que a impedem de ascender ao mistério e os olhos tornam-se capazes de fixar o olhar sobre o rosto de Cristo". Para Bento XVI, von Balthasar é um verdadeiro teólogo que, na contemplação, "descobriu a ação coerente para o testemunho cristão no mundo". Sem temer que a palavra contemplação possa ser mal-entendida, coisa que acontece quando é tolamente desviada em práticas intimistas, Balthasar sempre a julgou indispensável para aderir à compreensão do "momento estético da Revelação". A possibilidade dada ao homem de contemplar a Beleza é, um pouco, o reflexo da infinita contemplação de Deus, no dia de sábado, "do quanto (Deus) havia realizado".Percepção e contemplação são fatos-fases quase coincidentes, assim como para dom Giussani o maravilhamento, sinônimo de contemplação sem qualquer sombra sentimental, é o contragolpe provocado pela "realidade como beleza" sobre o coração, e o coração é "o relacionamento entre a realidade como beleza e Deus como destino".

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 30 de April de 2006 00:25

Em resposta à Maria José ("Não acham que tudo o que é belo leva a Deus?"), eu acho que tudo o que é belo tem toque de Deus. Nem sempre arte e beleza andam de mais dadas. Por mais que as obras de Picasso sejam modelos para a arte, nunca lhes consigo encontrar beleza.

Luís



Editado 1 vezes. Última edição em 30/04/2006 00:27 por Luis Gonzaga.

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 30 de April de 2006 00:27

Escrito por Marco Bona Castellotti

[www.catolicanet.com.br]

O pontífice Bento XVI volta ao tema da beleza com uma assiduidade e sensibilidade raras de se encontrar, hoje, não só na Igreja.
Ele herdou um pouco da insistência de seu predecessor, João Paulo II, de quem não podemos esquecer a Carta aos artistas, nem as duas Jornadas dedicadas a eles durante o Jubileu.

No discurso de apresentação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, Bento XVI afirmou que "a arte fala sempre, pelo menos implicitamente, do divino, da beleza infinita de Deus, refletida no ícone por excelência: Cristo Senhor, imagem do Deus invisível". "As imagens sacras, com sua beleza" mostram a "suprema harmonia entre o bom e o belo, entre a via veritas e a via pulchritudinis, exprimem o esplendor da verdade católica e levam à contemplação do fascínio do mistério da Redenção".

Ainda Cardeal, Ratzinger afirmou a urgência da "contemplação do rosto de Cristo", um rosto reconhecível nos detalhes através daquilo que a fé produz nos homens, e que a "salvação não consiste em afundar no anonimato, mas em saciar-se do Seu rosto". Assim, a Beleza é inseparável da verdade e a percepção da beleza acende o fogo da resposta do homem à atração que o Ser opera sobre ele. E, desse modo, é exaltada a beleza da fé.

Estímulo de conhecimento
"A busca pela Beleza infinita", antes, o "desejo de Beleza", nas palavras do cardeal Ratzinger, constituem "o centro da personalidade e da vida de dom Giussani". A tal juízo, contrário a qualquer renúncia estética, o Cardeal chegou baseado em uma intuição que poucos, mesmo entre os seguidores de Dom Giussani, conseguem ter. Para Dom Giussani a beleza está no Ser, portanto, é o fermento de um relacionamento que podemos dizer "estético" com a realidade. Esta se faz método à medida em que é fonte e estímulo de conhecimento: "Só quem ama conhece", mas - ao contrário - quem não ama não pode conhecer.

Rosto desfigurado
Também para Ratzinger "Beleza é conhecimento. Certamente, uma forma superior de conhecimento porque fere o homem com toda a grandeza da verdade. O verdadeiro conhecimento é ser golpeado pelo dardo da Beleza que fere o homem. Ser tocado e conquistado através da beleza de Cristo é um conhecimento mais real e profundo do que uma mera dedução racional. Repelir o golpe provocado pela correspondência do coração no encontro com a beleza como verdadeira forma de conhecimento nos empobrece e torna a fé estéril, assim como a teologia. Nós devemos encontrar esta forma de conhecimento, é uma exigência premente do nosso tempo". Mas o conceito de beleza segundo o cânon "grego" de harmonia, depois do acontecimento do Deus que se fez homem pela salvação dos homens e foi morto na cruz, "não satisfaz. Na paixão de Cristo a estética grega é superada. A experiência do belo recebeu uma nova profundidade, um novo realismo. Aquele que é a própria Beleza deixou-se golpear no rosto. Mas exatamente neste Rosto tão desfigurado aparece a autêntica, extrema beleza: a beleza do amor que vai até o fim".A passagem de um relacionamento "estético" com a realidade àquele do conhecimento, àquele unitário e totalizante da vida, se dá através de passagens quase simultâneas que, mesmo para dom Giussani, realizam-se através do impulso de uma tensão amorosa.

Percepção e contemplação
Para o Cardeal Ratzinger é necessário que amadureça a consciência da beleza da fé diante do "mistério", como aconteceu para Hans Von Balthasar. Com a sua "estética teológica" Balthasar chegou a uma "profunda leitura existencial. Para ele, o contragolpe do coração era um ponto central; de fato, deste modo, a mente liberta-se dos limites que a impedem de ascender ao mistério e os olhos tornam-se capazes de fixar o olhar sobre o rosto de Cristo". Para Bento XVI, von Balthasar é um verdadeiro teólogo que, na contemplação, "descobriu a ação coerente para o testemunho cristão no mundo". Sem temer que a palavra contemplação possa ser mal-entendida, coisa que acontece quando é tolamente desviada em práticas intimistas, Balthasar sempre a julgou indispensável para aderir à compreensão do "momento estético da Revelação". A possibilidade dada ao homem de contemplar a Beleza é, um pouco, o reflexo da infinita contemplação de Deus, no dia de sábado, "do quanto (Deus) havia realizado".Percepção e contemplação são fatos-fases quase coincidentes, assim como para dom Giussani o maravilhamento, sinônimo de contemplação sem qualquer sombra sentimental, é o contragolpe provocado pela "realidade como beleza" sobre o coração, e o coração é "o relacionamento entre a realidade como beleza e Deus como destino".

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 30 de April de 2006 03:39

Deus e a beleza

Olhem, sabem o que os passarinhos me fazem? Vêm para a janela do meu quarto a chilrear, por vezes às 6:00 da manhã!Aqui amanhece muito cedo. Eu sempre adorei ouvir o chilrear dos passarinhos...acordam-me e fico contente!:)

Deus e a beleza
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 30 de April de 2006 15:43

Na verdade tudo o que é belo me faz lembrar de DEUS: YHWH. Para mim YHWH é o máximo expoente da Beleza, do poder, da felicidade do amor, etc.
Contudo, devo anotar que a imagem com que eu represento Satã, o Adversário, é precisamente a mulher mais atractiva, bela e sedutora que é possível encontrar (e nunca uma espécie de macaco com as asas queimadas).

É que Satã tenta enganar-nos fazendo-se passar por Deus. Não é ele que quer ocupar em nós o lugar de Deus?!...

Portanto, embora YHWH seja o expoente máximo da beleza, da felicidade, do amor etc. devemos ter sempre o cuidado de não nos deixarmos enganar pelas aparências. O nosso relacionamento com YHWH é o principal trunfo de discernimento que nos leva ao caminho seguro.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 13 de August de 2006 23:56

Neste artigo está clara a relação entre DEus e beleza. è assim que eu penso. Achei o artigo muito interessante.
Por isso aqui vai:


OPINIÃO

A BELEZA SALVARÁ O MUNDO

Rodrigo Lynce De Faria

Observava a paisagem e pensava no que ele me tinha dito. Era uma descoberta. Estava mais do que provado por muitas experiências realizadas recentemente. As galinhas, quando ouviam música de Mozart, punham mais ovos. Mas será que Mozart não daria voltas na tumba ao saber disto? Ele não tinha composto a sua música com este objectivo. Era para ser apreciada. Era para ser contemplada. Só o ser humano, por ser espiritual, é capaz de verdade de fazer isso.



Vivemos num mundo muitas vezes pragmático. O que importa é fazer coisas e que elas funcionem. Contemplar a beleza? Para quê? O que é que eu ganho com isso? Não será uma perda de tempo?

Vem-me à memória uma frase de Dostoievski: «A beleza salvará o mundo». Porque nós homens temos necessidade da beleza para não cair no desespero. Para nos darmos conta de que a vida tem um sentido divino. Que não estamos aqui somente para fazer coisas, mas para encontrar Deus nas coisas que fazemos.

O belo fascina. Abre as almas ao sentido do eterno. «É um chamamento do outro mundo para despertar-nos e resgatar-nos da vulgaridade», dizia Platão. Captamos a beleza não somente com os sentidos, mas também com a inteligência e os sentimentos. Ficamos maravilhados com o misterioso poder dos sons, das palavras, das cores e das formas. A beleza é a expressão visível do bem, de que vale a pena viver, por muitas dificuldades que tenhamos de superar.

O homem sempre necessitou da arte porque ela manifesta a beleza. E a arte não se come, não se bebe e parece que não tem nenhuma utilidade. No entanto, aquieta o desejo de felicidade que possui o coração humano. E isso não é pouco. Revela-nos que vale a pena andar para a frente com a certeza de que, Aquele que agora intuímos de modo velado, um dia será contemplado face a face.

Por isso, ensinar a contemplar devia ser a cadeira mais importante. Hoje em dia ensinamos inglês, informática e variadas técnicas para ganhar dinheiro. Sem darmo-nos conta, esquecemo-nos de ensinar quem é o homem, qual o sentido último da vida para além do fim-de-semana, e que fazer ao sentir a infelicidade de que tudo o que aprendemos não enche o coração.

Contemplar. Olhar atentamente. Admirar com o pensamento. E aperceber-nos-emos que o autor russo tinha razão. A beleza salvará o mundo. Ela grita a existência de Deus. Ela é luz para iluminar o nosso caminho nesta Terra. Ela ilumina também o nosso destino. Porque nós fomos criados para contemplar a Beleza infinita que é Deus. Isso será a vida eterna.

A pergunta 533 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica fala-nos disto. «Qual é o maior desejo do homem? Ver a Deus. Este é o grito de todo o seu ser: quero ver a Deus. O homem realiza a verdadeira e perfeita felicidade na visão d’Aquele que o criou por amor e o atrai a Si no seu infinito amor». E nos atrai a Si através da beleza das coisas criadas. Elas não saciam completamente o coração e suscitam em nós a nostalgia do Criador.

[www.cliturgica.org]


Qual a vossa opinão? Concordam?

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 18 de August de 2006 22:01

definitivamente tudo de belo e harmonico que o homem faz é inspiração do Ruach...
MAs como é difícil percebemos a Beleza na visão de Jesus Crucificado...
essa Beleza transcendental, sobrenatural, que os olhos da carne não podem perceber pois lhe parece repgunante.
E mais difícil nos é compreender a beleza que Francisco o Santo viu nos leprosos... nada mais repgunante na sua época...
Mais nos confunde ainda a beleza da generosidade dos que pouco tem , ou até dos que não usam Jesus como um marketing ... mas são belos em acolhimento e generosidade.
Definitivamente a beleza do mundo não está em Palácios e obras contratadas por mecenas poderosos e nem o Poder Real de Salvação do Mundo em coisas que o dinheiro pode obter.
chris

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 28 de August de 2006 22:14

Muito tarde vos amei, ó Beleza sempre antiga,
ò Beleza sempre nova,muito tarde vos amei!
Vós chamastes e gritastes, e rompestes-me a surdez!

Salve Agostinho bispo de Hipona !

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Maria João Piedade (IP registado)
Data: 29 de August de 2006 03:47

Um dia chamaram-me obsecada pelas coisas de Deus. Na altura parei e reflecti: estarei realmente obsecada? Hoje sei que não sou e se o sou, a culpa não é minha. Santo Agostinho dizia: "Deus tem sede de que nós tenhamos sede d'Ele". Acho que esta frase justifica realmente toda a minha sede de Deus...
Contemplar Deus, ficar horas a Olhá-lo nos olhos e deixar que Ele me olhe também nos meus, é realmente dos momentos mais lindos que se pode imaginar! Tenho pena que me falte tempo para estes grandes momentos de contemplação, que são lindos. A noite, para mim, é a melhor altura para contemplar Deus - silêncio total, um céu bem estrelado e fico horas em silêncio, só eu e Ele, é lindo...!
Acabei de chegar dumas férias, fartei-me de passear, ver coisas lindas, mas nada se compara à beleza de Deus. Para ser sincera, venho cheia de saudades das coisas de Deus...!

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Maria João Garcia (IP registado)
Data: 29 de August de 2006 09:02

Quando estava a ler o comentário da Maria João Piedade lembrei-me logo das pessoas que me acham uma "beata", sempre "agarrada às coisas de DEus". Como me costumam dizer: "Cuidado, não te tornes fanática".

Mas, o que as pessoas chamam muitas vezes de exagero é precisamente esta sede constante de DEus que cresce cada vez mais, mas não cansa. O´mais incrível é que não cansa e não faz mal a ninguém. Aí está a diferença entre a Fé e a sede constante de DEus e o fanatismo: essa Fé e essa sede não fazem mal a ninguém. O fanatismo mata, asfixia e engana.

Penso que a maior beleza de DEus está nesta sede insaciável que não seca. Pelo contrário, purifica-nos, acalma-nos, torna-nos melhores seres humanos...


Meu Pai, dai-nos de beber da Tua Água, porque Tu és manso e humilde e o Teu jugo não pesa nem asfixia. Obrigado por quem já descobriu esta sede. Que nunca acabe. E, claro, olha por aqueles que andam sedentos, mas ainda não encontraram a Tua fonte de Vida Eterna. Amén


Maria João Garcia

Re: Deus e a beleza
Escrito por: (IP registado)
Data: 29 de August de 2006 11:51

Eu acho que há muitos caminhos para Deus. Há muitas vocações, muitas formas de viver a Fé, muitas sensibilidades.

Eu não tenho grande apetência, confesso, para fazer contemplação directa de Deus. Mas tenho grande apetência para apreciar a beleza nos outros, e no que os outros fazem, e tenho sempre a noção de que isso é um reflexo da beleza de Deus.

Acho que temos de respeitar as sensibilidades de cada um!

Re: Deus e a beleza
Escrito por: Maria José Ribeiro (IP registado)
Data: 26 de November de 2006 00:58

Na Rádio Vaticano de 25/11/2006 13.01.11 vem a notícia que se pode integrar aqui ou em outros tópicos existentes.

Aqui vai a notícia:

Papa recebe pessoal dos Museus do Vaticano: arte sintetiza Evangelho e Cultura

( 24/11/2006) Continua a crescer o número de visitantes dos Museus do Vaticano, “extraordinário santuário de arte e de fé”, que propõe “um concentrado de teologia através de imagens”.
Em 2005 foram mais de 3 milhões e 800 mil e em 2006 superaram já os 4 milhões. Dados sublinhados com satisfação por Bento XVI, recebendo em audiência, nesta quinta-feira ao fim da tarde, o pessoal ligado aos Museus do Vaticano.

O Papa sublinhou a “extraordinário responsabilidade que esta instituição assume do ponto de vista da mensagem cristã”. Até porque, muitíssimos dos visitantes são não-católicos nem não-cristãos e porventura mesmo não-crentes.

“Ad augendam Urbis splendorem et asserendam Religionis veritatem” (“para promover o esplendor de Roma e afirmar a verdade da Religião cristã”): é a afirmação contida numa lápide que desde meados do século XVIII encima a entrada destes Museus. O Papa recordou que foi o seu antecessor Bento XIV a mandar ali colocar esta significativa inscrição para reafirmar que “abordando a verdade cristã mediante a expressão artística ou histórica cultural, há mais hipóteses de falar à inteligência e à sensibilidade de pessoas que não pertencem à Igreja Católica e que porventura nutrem em relação a ela preconceitos e desconfianças”.
Para o Papa Ratzinger, há também uma outra verdade no “código genético” dos Museus do Vaticanos, criados a partir da colecção inicial promovida há 500 anos pelo Papa Júlio II:


“A grande civilização clássica e a civilização judaico-cristã não se opõem entre si, mas convergem no único plano de Deus, Demonstra-o o facto que a origem remota desta instituição remonta a uma obra que bem podemos qualificar de profana – o magnífico grupo escultórico de Laocoonte, mas que na realidade, inserida no contexto do Vaticano, adquire a sua mais autêntica e plena luz.
É a luz da criatura humana plasmada por Deus, da liberdade no drama da sua redenção, entre o céu e a terra, entre carne e espírito. É a luz de uma beleza que irradia do interior da obra artística e conduz o espírito a abrir-se ao sublime, ali onde o Criador se encontra com a criatura feita à sua imagem e semelhança”.
O Museu mostra verdadeiramente uma contínuo inter-acção entre Cristianismo e cultura, entre fé e arte, entre divino e humano. E a Capela Sistina constitui, neste aspecto, um vértice insuperável”.


Nota: alterei parágrafos e utilizei outras cores.

Apresentei-o pois que considero que as verdadeiras obras de Arte levam a Deus.
E caros amigos, o que têm a dizer?



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