paroquias.org
 

Notícias






Igreja respeita ateus e espera ser respeitada
2008-06-05 23:08:30

O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, assegurou esta Quinta-feira que a Igreja respeita os ateus e espera o mesmo respeito por parte destes.

Num encontro com jornalistas, no qual foi questionado a respeito da criação da Associação Ateísta Portuguesa (AAP), o Patriarca assegurou que “cá estaremos para respeitar e dialogar, esperando também ser respeitados”.

A recém-criada AAP manifestou-se contra várias tomadas de posição da Igreja Católica em relação ao ateísmo, incluindo uma do próprio Cardeal D. José Policarpo. Na sua homilia de Natal de 2007, este responsável afirmou que “todas as expressões de ateísmo, todas as formas existenciais de negação ou esquecimento de Deus, continuam a ser o maior drama da humanidade”.

Hoje, aos jornalistas, o Patriarca de Lisboa voltou a sublinhar que “se eu acredito que Deus é essencial na vida do homem, desconhecê-lo é um problema fundamental na vida do homem”.
Assegurando que “é um direito” a organização em associações deste género, o Cardeal português não deixou de afirmar que “não gostei da fundamentação” com que surgiu a AAP.

A associação foi oficialmente constituída na Sexta-feira, 30 de Maio, em Lisboa, por cerca de meia centena de pessoas, tendo na altura sido denunciada uma “generalizada ofensiva clerical a que Portugal não ficou imune”. As críticas subiram de tom numa carta da AAP ao Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, tornada pública, na qual se afirma que “alguns bispos têm atacado o ateísmo e os ateus”.
A missiva é particularmente dura em relação ao Cardeal Saraiva Martins, apresentado como “pesquisador de milagres e criador de beatos e santos” e acusado de ter presidido em Fátima, no passado mês de Maio, a uma alegada “peregrinação contra o ateísmo na Europa”. O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos criticou, na sua homilia do 13 de Maio, as "ideologias ateias e materialistas, que procuraram sufocar a luz da Fé no coração dos homens" durante o século XX, numa peregrinação subordinada ao tema «Não levantar falsos testemunhos - "Viver na verdade"».
“É o espírito belicista dos cruzados que ainda corrói a mente do vetusto cardeal da Cúria?”, questiona o texto, assinado por Carlos Esperança.

Neste contexto, D. José Policarpo disse que “temos um grande respeito pelo ateísmo, uma atitude conhecida já no Antigo Testamento”, mas frisou que “nem todos os ateus são iguais”.
“O que para mim é novo é que o ateísmo se transforme em comunidade ateia, parecida com as comunidades crentes”, frisou, antes de referir que “o ateísmo e o agnosticismo não são a mesma coisa”.

Fonte Ecclesia

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia