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A nossa experiência de consagração
2002-01-22 21:39:26

A Madalena e a Marta, no conforto e confiança dos seus três e dois anos, respectivamente, brincam lá fora com as amigas.

Os dias passam assim, entre brincadeiras, gargalhadas e descobertas. De olhos doces e sorrisos largos, foram acolhidas pelos timorenses, de coração aberto. E para elas é como se sempre tivessem cá estado. Já se habituaram a ouvir o seu nome nos locais mais inesperados de Díli e respondem ao cumprimento Diak ka lae, com a resposta certa – diak. Nas brincadeiras com as bonecas já integraram o “pôr o repelente” com que, várias vezes ao dia, a mãe as “impermeabiliza” ao efeito dos mosquitos da Malária e do Dengue. Deixaram, a 18.000 kms, casa e brinquedos de sempre, avós, tios e Leonor, para participar numa missão que ainda não entendem na totalidade, mas da qual são já parte plena. E são felizes.
Em família, têm a sorte de começar a vida da melhor maneira: ao Serviço e em Missão.
Os quatro, numa opção que se tornou fácil, tão preparada que foi por Deus, vivemos em cheio, um tempo de missão ao serviço do povo e da Igreja de Timor. Neste momento complexo e cheio de dificuldades, onde o desígnio de construir um País é tão difícil quanto o foi libertar-se da opressão da ocupação indonésia, compete-nos, com todas as nossas fragilidades pessoais e erros que cometemos, ajudar a dar vida a um Centro Juvenil Pe. António Vieira, que foi construído em Díli, proporcionando aos jovens timorenses oportunidades de formação humana, cultural e espiritual. Aqui desdobramo-nos por múltiplas actividades, servindo e apoiando a Direcção timorense que tem a seus ombros a responsabilidade de dirigir o Centro. Nesse dia-a-dia, procuramos estar sempre centrados no essencial e na razão de ser desta experiência: o sentido de missão evangélica – anunciar, sobretudo por gestos e obras, Cristo aos homens do nosso tempo – movida pela partilha do Amor com que Deus nos sustenta em todos os minutos da nossa vida. Em cada gesto, em cada dificuldade, em cada frustração e em cada alegria esforçamo-nos por encontrar a face de Jesus, e transformá-la na sua razão de ser. E assim, vamos tornando sagrado o tempo que vivemos e os gestos que fazemos, apesar da nossa pequenez e do nosso pecado, tendo como certo que o Amor com que Deus nos envolve é extraordinário.
Para a Madalena e para a Marta, ainda que não entendam tudo agora, ficará na sua história pessoal, esta experiência de consagração, ao serviço de Deus e dos Irmãos que valerá mais que mil palavras.

Rui Marques
Centro Juvenil Pe. António Vieira- Díli

Fonte Ecclesia

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