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Um dia com Taizé
2005-01-03 11:01:07

A crónica de um dia com os participantes do Encontro Europeu de Jovens, promovido em Lisboa pela Comunidade de Taizé, começa logo pela manhã. Após o pequeno-almoço, tomado com as famílias de acolhimento, a oração da manhã começa pelas 08h30.

Na paróquia de Vila Franca de Xira, o ambiente da igreja matriz é em muito similar ao dos espaços de oração criados na FIL. Os cânticos, as velas e o momento de silêncio ajudam a criar um atmosfera única.
Centenas de jovens e de outros participantes, incluindo muitos paroquianos, concentram-se no chão e nos bancos da igreja, preparando-se para receber o que Taizé melhor sabe oferecer: cânticos de louvor, sempre de esquemas simples e rapidamente assimiláveis. A recitação de um Salmo e a leitura da bíblia são partes fundamentais.
O Pe. Vítor Gonçalves, pároco local, diz à Agência ECCLESIA que a proximidade à espiritualidade de Taizé já estava presente na paróquia, que organizava algumas orações deste género com regularidade. Assim, foi fácil mobilizar os jovens para organizarem um acolhimento quase perfeito para cerca de 300 jovens, em 110 famílias.
À sáida da oração, o carinho é visível. A D. Maria recebeu quatro jovens de Leste, a que se juntam os dois do andar de cima, em casa da mãe: “uma grande festa”, diz, com um sorriso. Os sorrisos, aliás, eram contagiosos e em pouco tempo se juntaram vários outros testemunhos de gratidão e de alegria pela oportunidade de poderem estar envolvidos nesta aventura.
Depois, em pequenos grupos, os jovens partiram para a escola contígua, onde foram convidados a reflectirem sobre vários temas. No dia 30, o pano de fundo para a reflexão era a expressão “Avançar para a simplicidade”, com a leitura da terceira parte da Carta 2005. Os jovens foram desafiados a interrogar-se: “Quando fiz a experiência de uma vida simples que me tenha tornado feliz?”; “ Que iniciativas de entre-ajuda e de solidariedade me parecem hoje muito importantes?”; “O que posso eu próprio partilhar da minha experiência?”.
Nas manhãs dos dias 30 e 31 de Dezembro, além da reflexão em torno da carta do Ir. Roger, alguns jovens visitaram “locais de esperança” nas diversas localidades, que os levaram até junto de presos de vários estabelecimentos, voluntários que ajudam os sem-abrigo ou dão apoio aos imigrantes.
Entre as 12h00 e as 12h30 é hora de almoçar, já na FIL. Pão, água, queijo, uma peça de fruta e uma refeição enlatada aquecida seguem à risca os princípios de simplicidade e austeridade que marcam a espiritualidade de Taizé.
O momento da refeição é feito o mais brevemente possível, de forma a encaminhar os participantes para o local de oração. Ao longo da tarde, caixas térmicas oferecidas pelo Exército português serviam para ir distribuindo chá quente.
Pelas 13h15, os peregrinos juntam-se todos pela primeira vez, para a oração da tarde. À entrada dos pavilhões 1 e 2, as conversas animadas dão lugar ao silêncio da reflexão: pessoas de todas as idades sentam-se no chão frio e enchem completamente o amplo espaço.
Nos encontros temáticos que se seguiam, muitas iniciativas estavam marcadas para as igrejas da Baixa. A maior parte dos jovens aproveitou para conhecer a história da Capital, com passagens pelo Mosteiro dos Jerónimos, a Sé ou o Museu Nacional do Azulejo.
A oração da noite, depois do jantar, era o grande momento do dia, no qual se incluía a meditação do Irmão Roger.
O esquema de uma oração “Taizé” passa sempre pelos característicos cânticos de louvor, sempre de esquemas simples e rapidamente assimiláveis. A recitação de um Salmo e a leitura da bíblia são partes fundamentais - numa oração feita com regularidade é costume fazer uma leitura contínua dos livros bíblicos.
Os cânticos, as velas e o momento de silêncio ajudam a criar um atmosfera única. Em Portugal, esse ambiente ganhou novas inspirações na nossa tradição artística, como reconhece a Comunidade de Taizé. O espaço de oração, nos pavilhões 1 e 2 da FIL, foram inspirados “na grandiosidade das linhas manuelinas” dos Jerónimos, do Convento de Cristo (Tomar) e de Alcobaça, bem como "na beleza das paisagens avistadas na simplicidade austera" dos conventos dos Capuchos (Sintra) e da Arrábida.
Nos momentos de reflexão só ecoa o som da água de três fontanários, situados à esquerda do altar.
Apoiado pelos outros irmãos de Taizé, o irmão Roger vira-se para os jovens dando início à meditação, marcada sempre pela memória daqueles que sofrem com a tragédia que assola presentemente a Ásia. No fim todos são convidados a orar perto da cruz, que é então trazida para o meio dos jovens.
Muitas corridas em direcção aos transportes públicos antecediam o regresso às famílias que acolheram todos os participantes. A comunidade de Taizé manifestou-se “vivamente agradecida” pelo acolhimento generoso e caloroso que tocou o coração de dezenas de milhar de jovens de toda a Europa e de outros continentes.
“Este acolhimento das Igrejas, paróquias, milhares de famílias e voluntários, sustentado pelos serviços da cidade de Lisboa e das cidades e freguesias envolventes e, também, do Estado, permitiu a realização do Encontro Europeu em paz e alegria”, asseguram.

Fonte Ecclesia

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