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Mensagens recebidas em Taizé
2004-12-15 17:22:51

O Papa João Paulo II, o Secretário Geral da ONU e outras personalidades enviam mensagens ao Encontro de Lisboa

Queridos jovens, o Papa associa-se pela oração, com muito gosto, a vós todos que estais reunidos em Lisboa por iniciativa da Comunidade de Taizé. Durante estes dias, tereis ocasião de viver em intimidade com o Senhor, de fazer uma experiência eclesial com as comunidades portuguesas, dando graças pelos dons que o Senhor vos concedeu.

Para serdes cristãos sólidos, sois chamados a voltar às fontes da fé para descobrir a profundidade do mistério de Deus. Este conhecimento ajudar-vos-á a amar a Cristo, a servi-lo na sua Igreja e a dar testemunho dele no mundo, aí onde fostes enviados. Vós também fazeis, entre jovens, uma experiência de comunhão, que é o fundamento da paz interior e da fraternidade. Quando tiverdes regressado a vossas casas, tornai-vos cada vez mais artífices de paz e de unidade! A cidade em que vos encontrais, Lisboa, está aberta para o mundo. Possais vós, de igual modo, estar abertos aos vossos irmãos de diferentes culturas para fazer do planeta uma sociedade cada vez mais fraterna!

Confiando-vos à intercessão de Nossa Senhora de Fátima, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja, o Santo Padre concede-vos uma afectuosa bênção apostólica, assim como à Comunidade de Taizé, às pessoas que organizaram o Encontro, às comunidades cristãs e às famílias que vos acolheram.



O Secretário Geral das Nações Unidas, Senhor Kofi Annan

Queridos amigos de Taizé e jovens do mundo inteiro, ainda neste ano, viestes de toda a Europa e de outros continentes para celebrar a paz, a harmonia e a compreensão entre os povos. Em nome da Organização das Nações Unidas e em meu nome pessoal, dirijo-vos as minhas mais calorosas saudações por ocasião desta nova etapa da «peregrinação de confiança através da terra».

Nesta época de incerteza quanto ao futuro do nosso mundo, um Encontro como o vosso é para nós um incentivo e um sinal de esperança. O ideal da paz, de justiça e de solidariedade que vos reúne está igualmente no coração da acção das Nações Unidas através do mundo. Dia após dia, a ONU dedica-se a fazer deste ideal uma realidade. Para o alcançar, ela precisa mais do que nunca da energia e da contribuição de todos, em particular dos jovens. Regozijo-me também com o fervor do vosso empenhamento. Vós mostrais que é possível um mundo melhor. Quando regressardes cada um a vossas casas, conservai no espírito estas jornadas de partilha e continuai a levar ao mundo a vossa mensagem de esperança e de confiança. Juntos, podemos fazer mudar as coisas e construir para todos um futuro de paz e de prosperidade.

Todos os meus votos de sucesso vos acompanhem no vosso vigésimo sétimo encontro anual.


O Patriarca Bartolomeu de Constantinopla

A partir da Igreja de Constantinopla, este Patriarcado ecuménico venerável e crucificado, saudamos paterna e cordialmente os jovens, portadores de esperança, que, a convite dos irmãos de Taizé, se reúnem em Lisboa para dar testemunho da esperança que está em nós.

Apesar das diferenças nacionais, culturais e confessionais, reunistes-vos para transmitir a mensagem alegre e luminosa da salvação em Cristo de quem festejamos nestes dias a Natividade. Viestes confessar a uma só voz e traduzir nos factos que o cristianismo ainda tem muito a dizer ao mundo, a revelar a substância e o sentido da vida.

Cristo, o Evangelho, convida-nos de imediato à revolução espiritual, para retomar a obra dos apóstolos e dos profetas, para exprimir com a nossa vida que Deus veio a nós realmente, que assumiu a condição humana e divinizou-nos por graça, como o sublinha Santo Atanásio o Grande, para irradiar a sua presença, como presença de amor, de fraternidade, de bondade, de paciência e de perdão.

Queridos jovens cristãos da Europa, felicitando-vos cordialmente pela frescura do vosso amor a Cristo e rezando-lhe para que vos dispense abundantemente a sua bênção durante o novo ano de 2005, permanecemos, a partir da Igreja de Constantinopla, o vosso fervoroso intercessor junto do Senhor Jesus que se fez carne e salvou o mundo.

O Patriarca Alexis II de Moscovo
Alegro-me com a fé em Cristo Salvador que anima os numerosos jovens – dos mais diversos países, povos, culturas e confissões – que acorrerão ao Encontro.

Tais encontros assumem hoje uma importância crescente numa sociedade ocidental que infelizmente se afasta cada vez mais dos valores cristãos. Resulta daí que, particularmente os jovens, percam as suas referências espirituais e morais, por se encontrarem num impasse.

Como jovens cristãos, representais o futuro da Europa, e muito depende de vós. Convido-vos a não procurar ser «como toda a gente» conformando-vos com um estilo de vida orientado apenas pela procura da satisfação material. Não temais ser testemunhas do Senhor. Que todos os vossos esforços sejam dignos da esperança cristã. Sede a luz do mundo (Mt 5,14)! Lembrai-vos que a esperança e o amor, sem os quais a vida humana perde o sentido, devem estar firmemente aliados à nossa fé.

Uma árvore não vive sem raízes. Assim, também uma sociedade que esquece as suas origens perde a sua vitalidade. E todo aquele que perde o elo com o Criador condena-se a si mesmo ao sofrimento. A alma humana, pela sua própria natureza, procura Deus, para encontrar nele o sentido da sua existência. Uma das referências da Igreja indivisa, Agostinho de Hipona, disse: «Tu criaste-nos para ti e o nosso coração não estará em paz enquanto não descansar em Ti».

Desejo que o Encontro seja uma confirmação destas palavras e lembre que o Cristianismo foi, é e será alicerce da civilização europeia. Acredito que a juventude europeia, inspirada pelo amor de Cristo, será perfeitamente capaz de colocar os seus talentos ao serviço de Deus e do próximo.

O Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams
É uma grande alegria – e um grande estímulo – saber que dezenas de milhares de jovens de numerosos países são esperados em Lisboa para o Encontro Europeu deste ano. Os temas da paz, da simplicidade, da comunhão, sobre os quais ides reflectir, estão no coração da nossa fé. No momento em que Deus vos conduz mais profundamente na oração, que a comunhão entre vós se fortaleça, e que a simplicidade, que é à imagem de Cristo, cresça nas vossas vidas, como nos santos de Deus. E quando regressardes a vossas casas, que o poder do Espírito que nos renova vos conceda serdes sempre portadores da paz de Deus no coração do nosso mundo tão perturbado.


Fonte: Taizé



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