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15.4 A Eucaristia
O sacramento da Eucaristia é o centro e o coração de toda a liturgia da Igreja de Jesus Cristo. Pois é nela que se cumpre - dia após dia, em toda a terra - a missão confiada aos apóstolos por Jesus, na vigília da sua Paixão. Ele disse-lhes: "Fazei isto em memória de Mim". Por isso a nossa celebração está fundada no memorial da última Ceia de Jesus, tal como São Paulo relata no seu testemunho desta sagrada tradição.
A Igreja - cada paróquia - celebra a Eucaristia como comunidade de louvor e de acção de graças, como comunidade que participa na Santa Ceia e também como comunidade chamada a comprometer-se como sacrifício de Jesus Cristo. Deste modo, faz mais do que conservar unicamente a memória do que Deus fez por nós por meio de Jesus Cristo. Nesta celebração o próprio Cristo está verdadeiramente presente. E nós participando na Eucaristia assumimos a nossa condição cristã.
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Partirmos o pão
uns para os outros,
partilharmos uns com os outros,
ouvirmo-nos uns aos outros,
aproximarmo-nos uns dos outros,
darmos as mãos,
abraçarmo-nos mutuamente:
fazermos o que Ele nos fez.
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A Santa Missa consta de quatro partes:
1) Início da celebração, com a saudação mútua, a preparação penitencial, a litania do Kyrie, o Glória e a oração de abertura.
2) Durante a liturgia da palavra são lidos três extractos da Bíblia: o primeiro, do Antigo Testamento ou dos Actos dos Apóstolos; o segundo, de uma das epístolas (cartas) apostólicas; o terceiro, dos Evangelhos. O celebrante, mandatado pela Igreja, explica a palavra de Deus a fim de que cada um compreenda como se pode ser cristão, hoje. Ao Domingo e nas celebrações solenes, reza-se o Credo (profissão de fé). Na oração universal, a assembleia apresenta a Deus as necessidades da Igreja e do mundo.
3) Na liturgia eucarística, a assembleia celebra a Ceia do Senhor. Reúne-se à volta do altar. O sacerdote, actuando em nome de Cristo, diz então a oração eucarística. Esta começa pelo prefácio (grande oração de acção de graças) e acaba pelo "Amen" dos fiéis. Em nome de Jesus Cristo e investido de pleno poder no seu ministério, o sacerdote diz e faz o que Jesus disse e fez. Assim, consagra os dons que levamos ao altar, pão e vinho, no Corpo e no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo: este é o mistério da nossa fé.
- O sacerdote, tomando o pão, diz:
"Tomai, todos, e comei:
isto é o meu Corpo
que será entregue por vós".
- O sacerdote, tomando o cálice, diz:
"Tomai, todos, e bebei:
este é o cálice do meu Sangue,
o Sangue da nova e eterna aliança,
que será derramado por vós e por todos,
para remissão dos pecados.
Fazei isto em memória de Mim".
Os fiéis recitam a Oração do Senhor (Pai Nosso) e recebem o pão consagrado: o Corpo de Cristo. A comunhão aumenta a nossa união com o Senhor exaltado. Desde agora, participamos no seu sacrifício: na cruz, Jesus realizou para nós a reconciliação e o perdão dos pecados. Ele mesmo Se oferece e estabelece assim, no seu Sangue, a Nova Aliança. Quem vive nesta Aliança é chamado a viver para Deus e para o seu próximo como o Senhor, a dar-se como Ele.
4) A celebração eucarística termina com a benção final e a despedida da assembleia.
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Senhor Jesus Cristo,
Tu és o Pão que vivifica,
Tu és o Pão que nos faz irmãos,
Tu és o Pão que nos dá o Pai.
Tu és o Caminho que nós escolhemos,
Tu és o Caminho que conduz através do sofrimento,
Tu és o Caminho que conduz à alegria.
É digno e justo dar-Te graças, louvar-Te,
bendizer-Te e adorar-Te
em toda a terra.
São João Crisóstomo ( 407)
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Eucaristia: significa "Acção de Graças". Designa-se assim o conjunto da celebração. Mas aplica-se, também, por oposição à liturgia da palavra - à segunda parte da Missa com a oração eucarística. Chamamos igualmente Eucaristia, ao pão consagrado que recebemos na Missa e que adoramos a todo o momento. Quando queremos dizer que o sacrifício de Jesus se torna presente na celebração eucarística, falamos de "Santo Sacrifício". O nome de "Santa Missa" está ligado ao fim da celebração, o envio (missio) dos fiéis, a fim de que todos testemunhem Jesus Cristo, na vida quotidiana, onde quer que vivam.
Liturgia da palavra: Nome da primeira parte da celebração eucarística, mas também doutros actos do culto divino, ao longo dos quais é lido e comentado um texto da Sagrada Escritura.
Consagração: As palavras de Jesus "Isto é o meu Corpo, isto é o meu Sangue", não são simples metáfora ou comparação. Acreditamos que ao longo da celebração eucarística, o pão e o vinho - as nossas ofertas - são transformadas em Corpo e Sangue de nosso Senhor, sem contudo perder o seu aspecto visível. Acreditamos que no sacramento da Eucaristia estão "verdadeiramente contidos, real e substancialmente, o Corpo e o Sangue, juntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo" (Concílio de Trento, 1545-1563). É a este mistério da fé que nós fazemos referência quando falamos de "consagração".
Sacrifício: "O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício Eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da Cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição" (Concílio Vaticano li, Sacrosanctum Concilium 47).
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