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Papa deu último passo para que beato Nuno Álvares Pereira seja reconhecido como Santo
2008-07-04 21:59:30

O Papa Bento XVI deu hoje o passo decisivo para que o beato Nuno Álvares Pereira seja reconhecido como santo, ao autorizar a promulgação de dois decretos que atestam um milagre que lhe é atribuído e as suas «virtudes heróicas» .

Francisco Rodrigues, frade carmelita e vice-postulador para a canonização do Beato Nuno Álvares Pereira, congratulou-se hoje com a notícia e disse à Lusa que o processo de canonização está praticamente concluído, faltando apenas marcar a data da cerimónia.

De acordo com a agência Ecclesia, que avançou a notícia, os decretos foram tornados públicos hoje pela Sala de imprensa da Santa Sé, após uma audiência concedida pelo Papa ao Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Contactado pela Lusa, o padre Francisco Rodrigues, nomeado em 2001 vice-postulador para a canonização do Beato, afirmou que a promulgação dos decretos «é sinal que está tudo encaminhado» para a conclusão do processo.

«Agora é só esperar que o Santo Padre comunique a data para a cerimónia de canonização», afirmou o frade carmelita.

O processo para a canonização de Nuno Álvares Pereira foi uma «missão muito trabalhosa», mas que «valeu a pena», sublinhou Francisco Rodrigues, que dedicou os últimos sete anos a esta causa.

O Beato Nuno de Santa Maria (1360-1431) foi beatificado em 1918 pelo papa Bento XV, e nos últimos anos, a Ordem do Carmo (onde ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização.

Na história portuguesa, o beato Nuno de Santa Maria é conhecido como o Condestável Nun´Álvares Pereira, que no reinado de D.João I se tornou um dos heróis da batalha de Aljubarrota, em que o exército português derrotou as forças de Castela.

A sua memória litúrgica celebra-se, actualmente, no dia 6 de Novembro. O processo de canonização do Beato Nuno de Santa Maria foi reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com a sessão solene presidida por D. José Policarpo.

A cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe.

A cura de Guilhermina de Jesus, depois de ter pedido a intervenção do Santo Condestável, foi observada por diversos médicos em Portugal e foi analisada por uma equipa de cinco médicos e teólogos em Roma, que a consideraram miraculosa.

A história deste processo já poderia ter conhecido o seu epílogo quando, em 1947, o papa Pio XII se manifestou interessado em canonizar o Beato português por decreto.

O estado de uma Europa destruída pela II Guerra Mundial fez, porém, com que a Igreja portuguesa recusasse este motivo de festa, conta a agência Ecclesia.

Trabalhos levados a cabo pelos Cardeais Patriarcas de Lisboa D. José III (1883-1907) e D. António I (1907-1929), secundados pela Ordem do Carmo, culminaram com o Decreto da Congregação dos Ritos “Clementissimus Deus” de 15 de Janeiro de 1918, ratificado e aprovado pelo Papa Bento XV em 23 do mesmo mês e ano.

Esses trabalhos, retomados pelo Episcopado Português, culminaram com a já referida permissão de Pio XII para que o processo da canonização prosseguisse.

A tramitação do processo de santidade de um católico morto com fama de santo passa por etapas bem distintas.

Cinco anos após a sua morte, qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo, através de um postulador, constituído mediante mandato de procuração e aprovado pelo bispo local.

Juntam-se os testemunhos e pede-se a permissão à Santa Sé. Quando se consegue esta permissão, procede-se ao exame detalhado dos relatos das testemunhas, a fim de apurar de que forma a pessoa em questão exercitou a heroicidade das virtudes cristãs.

Aos bispos diocesanos compete o direito de investigar acerca da vida, virtudes ou martírio e fama de santidade ou de martírio, milagres aduzidos, e ainda, se for o caso, do culto antigo do Servo de Deus, cuja canonização se pede.

Este levantamento de informações é enviado à Santa Sé. Se o exame dos documentos é positivo, o «servo de Deus» é proclamado «venerável».

A segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do «venerável». Se um deste milagres é considerado autêntico, o «venerável» é considerado «beato».

Quando após a beatificação se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, então o beato é proclamado «santo», como acontecerá com D. Nuno Álvares Pereira.

Sol


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